







Igreja Batista Redenção

De acordo com a visão comum, um ano feliz é um ano livre de problemas. Eu não discordo completamente dessa concepção e muito menos sou contra o desejo de vivenciar um ano assim. Aliás, era esse tipo de felicidade que Paulo anelava para os destinatários de suas cartas quando lhes desejava “graça e paz”.
Creio, contudo, que o conceito de felicidade, à luz da Bíblia, transcende essa noção. Até onde minha memória permite chegar, eu me recordo de pelos menos outros três fatores ligados ao conceito da vida bem-aventurada e acredito que, se quisermos mesmo ter um “feliz ano novo”, teremos de buscá-los, na expectativa de que a felicidade que almejamos para 2017 seja mais do que o desfrute de dias serenos.
Em primeiro lugar, a felicidade é um conceito ligado à obediência. A Bíblia diz: “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos” (Sl 128.1). O mundo propõe que a felicidade reside justamente no oposto disso. Na escola do existencialismo, os jovens (especialmente) são induzidos a pensar que se andarem nos “caminhos” do Senhor perderão a chance de “curtir” a vida e serão infelizes. Então, eles saem afoitos por aí afora com o desejo voraz de pilhar o mundo. No fim, esses “saqueadores” descobrem aflitos que, em vez de saquear, foram saqueados — que o mundo arrancou não somente o que tinham, mas também (o que talvez seja mais horrível) o que podiam ter, deixando-lhes sem nada.
O fato é que o mundo não paga suas promessas. No fim ele se faz de surdo e vira as costas indiferente, deixando sozinhos aqueles que o amaram, indo em busca de novos “amigos” a quem possa saquear. É assim que quem busca a felicidade na desobediência a Deus se assemelha ao homem que tenta matar a sede bebendo água salgada. Por isso, se você quiser ser feliz em 2017, seja obediente!
Em segundo lugar, a felicidade é um conceito ligado às boas amizades. O famoso Salmo 1 não dá margem para dúvidas. A antiga poesia diz: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (Sl 1.1). O homem feliz é feliz, entre outras coisas, porque escolhe bem suas companhias. Seus amigos não o estimulam a andar por caminhos tortuosos, não enchem sua cabeça com sugestões erradas, nem seus ouvidos com palavras sujas, nem tampouco o seu copo com cachaça. O amigo íntimo do homem bem-aventurado é parte de um rebanho, não de uma matilha. A verdade é que o “espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef 2.2) não tem espaço na vida dos amigos do homem feliz.
Em terceiro e último lugar, a felicidade é um conceito ligado ao perdão, mais especificamente ao perdão de Deus. Veja o Salmo 32.1: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada e cujo pecado é coberto”. É por isso que nenhum incrédulo consegue ser feliz. Por mais que se realizem na vida emocional, profissional, financeira, familiar ou acadêmica, todos os descrentes sentem um frio no coração que nada consegue abrandar. Eles se perguntam durante algum tempo porque esse gelo interior não derrete nem nos dias mais ensolarados. Também tentam viver novas aventuras e ter experiências inéditas para ver se a temperatura sobe. Às vezes procuram ajuda num terapeuta ou nas diversas vertentes religiosas e/ou filosóficas que há por aí. No fim, desistem, rendendo-se ao frio perene, sem saber que aquilo de que precisam é a chama purificadora do perdão de Deus, concedida a todo aquele que recebe a salvação dada em Jesus Cristo por meio da fé. A casa da felicidade humana é construída sobre o alicerce do perdão divino. Sem esse alicerce, ela desmoronará depressa, restando enfim somente um cenário de desolação e miséria.
Quer ter um feliz ano novo? Que o Senhor o conceda a cada um. No entanto, que ele o conceda nos termos mais amplos em que o conceito de felicidade deve ser entendido. Que ele conceda um ano novo a todos nós marcado por “graça e paz” e também por humilde obediência, santas amizades e completo perdão.
Pr. Marcos Granconato
Non nobis Domine
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