







Igreja Batista Redenção

“Pastor, faz algum tempo que conheci as doutrinas da graça e, a cada final de semana, fico mais incomodado com as heresias que vejo em minha igreja local. Não sei mais o que fazer: devo continuar trabalhando para transformar essa realidade ou é melhor mudar-me para outra igreja?”
Não são poucas as mensagens que os pastores da IBR recebem com desabafos e questionamentos como o ilustrado acima. São dezenas e mais dezenas de jovens que começam a estudar a Bíblia com seriedade e, dia após dia, percebem o quanto o pentecostalismo e o neopentecostalismo estão distantes do ideal bíblico. Além de muitos terem crescido nesse contexto, tais jovens viram suas próprias famílias envolverem-se nas hierarquias da congregação em que eles próprios, muitas vezes, tornam-se “obreiros”. Assim, os laços afetivos, familiares e funcionais tornam a decisão de abandonar tudo difícil e onerosa.
Se romper tais vínculos já não fosse estressante o suficiente, esses “jovens rebeldes” ainda sofrem pelas ameaças feitas por seus “pastores”. São maldições veladas, pressões psicológicas e emocionalismo barato. Sob a “carteirada” de “ungido do Senhor”, os falsos mestres afirmam, descaradamente, que “a mão de Deus pesará” sobre aquele jovem e sua família, de modo que abandonar aquela comunidade evangélica é o equivalente a assinar uma pena de morte.
Diante desse quadro terrível, a opção de permanecer e tentar implodir as coisas, fazendo uma reforma de dentro para fora, parece a melhor saída. Além do entusiasmo de compartilhar com os demais as maravilhas da verdade bíblica, o jovem recém-apresentado às doutrinas da graça sonha que será possível ver aquele vale de ossos secos transformar-se num retumbante exército da verdade. Por isso, inicia pequenas classes de estudo, indica leituras reformadas a seu pastor e usa as oportunidades que tem no púlpito para pregar o evangelho genuíno.
O tempo passa. Porém, nada muda. Aliás, é comum até piorar, pois, em nome dos “traços denominacionais”, muitos pastores censuram a pregação “calvinista” e, aos poucos, começam a “fazer a caveira” daquele jovem bem intencionado. Para manter seu império mentiroso, os líderes do mal forjam complôs que criam divisões dentro da própria igreja e o convívio eclesiástico torna-se insuportável. É nesse momento que a consciência daquele jovem cristão enfrenta um dilema: devo sair e arcar com os prejuízos ou persistir em mudar as coisas tendo fé na ação de Deus?
Ainda que tal questionamento possa carregar consigo a melhor das intenções, alguns princípios e avaliações conduzem à seguinte resposta objetiva: saia desse meio herético o mais breve possível! Abaixo, listamos quatro razões para isso.
1. Historicamente, mudanças desse calibre são possíveis, mas raras. O próprio Martinho Lutero não intencionava criar uma “nova igreja” quando pregou as 95 teses, em 1517. Antes, seu objetivo era reformar a teologia e a práxis católicas, recolocando-as nos trilhos. Entretanto, a oposição papal foi tão intensa que o único caminho possível foi o rompimento total com Roma. Desse exemplo aprende-se que nem sempre é possível reformar um mausoléu. Às vezes, o mais sábio é afastar-se dele antes que desabe!
2. A convivência constante com o erro não abrandará a mentira, apenas enfraquecerá o vigor pela verdade. Com o passar do tempo, o desânimo e a aceitação passiva daqueles desvios levarão o crente a uma postura de conformismo que culminará em sua ruína espiritual. Tendo sua mente cauterizada, não mais ouvirá a voz do Espírito Santo (1Ts 5.19-22) e ignorará o valor de sua consciência para com Deus (1Tm 1.18-20; 1Pe 2.19).
3. As ameaças dos falsos mestres são infundadas e não merecem qualquer temor. Não existem maldições que podem ser invocadas pelos homens contra os servos de Deus (Nm 23.23) e pastores que cuidam do rebanho como dominadores são reprováveis (1Pe 5.1-3). Além disso, a obediência corajosa é marca daqueles que temem verdadeiramente ao Senhor (Js 1.7-9). Outro lembrete importante é que o crente não busca agradar a homens (Gl 1.10), de modo que os discursos emocionalistas dos falastrões não devem abalar o coração convicto da verdade.
4. Cristo já antecipara que o evangelho colocaria até mesmo pais contra filhos (Mt 10.21-22,34-36). Desse modo, não é de estranhar que todo o círculo familiar e social de alguém seja afetado ao escolher lutar pela verdade. É claro que o cristão deve zelar por um afastamento pacífico, sem confrontos escandalosos, maledicências ou vinganças (Rm 12.17-21). Porém, é inevitável que tal ruptura produza antipatias e inconveniências. A denúncia do mal sempre incomoda as trevas (Jo 3.19), de maneira que o crente deve obter consolo e fortalecimento no Senhor (2Co 4.7-10,16-18).
Por fim, uma palavra de encorajamento: muitos irmãos sofreram e têm sofrido perseguições por abandonarem grupos heréticos. Entretanto, após firmarem-se em uma igreja bíblica, o prazer de crescer genuinamente em conhecimento, santidade e comunhão faz com que toda a angústia seja transformada em júbilo. De fato, a verdade liberta de modo surpreendente (Jo 8.32) e Jesus Cristo não deseja nada menos que divina alegria para seus servos (1Jo 1.4).
Pr. Níckolas Borges
Coram Deo
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