Sexta, 29 de Março de 2024
   
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A Morte de Sara

O capítulo 23 de Gênesis nos conta que Sara faleceu com a idade de 127 anos e Abraão quis honrá-la com um sepultamento adequado. Para isso, foi ao encontro dos líderes hititas em Hebrom e lhes pediu uma caverna para sepultar sua esposa. Os hititas demonstraram grande respeito por Abraão e disseram-lhe que escolhesse qualquer lugar que não lhe seria negado.

Em um gesto humilde, Abraão se curvou diante deles e pediu que intercedessem diante de um hitita chamado Efrom para que vendesse por preço justo uma caverna chamada Macpela. Efrom estava presente e respondeu ao pedido de Abraão de um modo curioso. Ele disse: "Não, meu senhor. Ouça-me, eu lhe cedo o campo e também a caverna que nele está. Sepulte a sua mulher" (Gn 23.11).

Apesar de parecer que Efrom foi extremamente generoso, estudos sobre os costumes dos povos antigos revelam que se tratava de uma mera negociação. O que realmente aconteceu foi que, com toda a educação, Efrom se negou a vender apenas a caverna. Ele inclui no negócio o campo próximo a ela. Como Abraão era um homem muito rico, é possível que Efrom tenha visto uma oportunidade de ganhar um bom dinheiro.

Assim, quando perguntado sobre o valor da propriedade, ele citou, como se fosse apenas a título de conhecimento, o montante de 400 siclos de prata, ou seja, mais de 4 quilos do metal precioso. Era uma quantia alta, muito acima do valor real. Com isso, ele pretendia iniciar uma negociação do modo tradicional daqueles tempos. Ele esperava que Abraão barganhasse. Mas Abraão simplesmente aceitou o preço e pesou a prata, adquiriu legalmente o campo com a caverna de Macpela e sepultou nela Sara.

Algo nessa história nos chama a atenção: o fato de Abraão ter comprado um pequeno pedaço da terra que Deus, 60 anos antes, lhe havia prometido dar. Na verdade, Abraão só possuiu a terra que adquiriu com seu próprio dinheiro. Estêvão disse de Abraão: "Deus não lhe deu nenhuma herança aqui, nem mesmo o espaço de um pé. Mas prometeu que ele e, depois dele, seus descendentes, possuiriam a terra" (At 7.5). A promessa não falhou, porque havia um tempo determinado para seu cumprimento. De fato, Abraão e tantas outras pessoas do passado "esperavam por uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus delas, e lhes preparou uma cidade" (Hb 11.16).

Essa lição de fé deve ser aprendida atualmente. Também somos peregrinos nessa terra (1Pe 2.11) e, apesar das promessas de alívio e paz em Jesus, ainda temos aflições (Jo 16.33). O cumprimento total da promessa de descanso se dará somente no céu, junto a Jesus. Por desconhecer tal fato, muitos têm buscado o Senhor, não para garantir sua morada futura na pátria celestial, mas apenas para buscar livramento de dores terrenas como doenças, dívidas, desemprego e crises matrimoniais.

É claro que Jesus abençoa as pessoas que crêem nele, mas só no céu as livrará totalmente dos problemas. Por enquanto, cabe ao homem crer nisso e entregar sua vida aos cuidados daquele que, por fim, o levará ao descanso eterno. Por isso, erram os movimentos modernos que prometem alívio já de todos os males dessa vida e deixam de pregar o arrependimento de pecados e a fé em Cristo para a salvação. Também erram aqueles que vêem em Cristo uma fórmula para o sucesso pessoal em vez de ver nele o Senhor que pode, pela fé, dar a vida eterna.

Ao final do livro de Gênesis, a caverna de Macpela estava cheia de corpos: Sara, Abraão, Isaque, Rebeca, Lia e Jacó. Mas quando o Senhor Jesus voltar, essa caverna e muitos outros sepulcros ficarão vazios, pois, nesse dia, "a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados" (1Co 15.52). Creia em Cristo e faça parte dos que receberão a herança futura e o descanso eterno que foi prometido e que não falhará!

"Disse Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá" (Jo 11.25).

Pr. Thomas Tronco

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