Sexta, 26 de Abril de 2024
   
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Transigência e Consequência

Pastoral

(Por Charles Swindoll)

Nenhuma família que eu conheça está interessada em passar férias num bote, cinquenta metros acima das Cataratas do Niágara, nem nadar no Amazonas perto de um cardume de piranhas ou fazer uma caminhada noturna pelo Harlem; nem ainda construir uma casa perto da Falha de San Andrés. Não há pai nenhum na América que permitiria que sua filha namorasse um assassino incorrigível ou que incentivasse seu filho a trabalhar lavando janelas na prisão de San Quentin.

Algumas coisas não têm sentido algum, como acender um fósforo para ver se o tanque de gasolina está vazio. Isso seria o fim! Mesmo assim, há alguns tipos estranhos de cristãos hoje em dia que correm riscos bem maiores dos que esses que acabo de citar.

E mais: eles fazem isso com uma serenidade tão grande que você juraria que eles têm gelo e água correndo nas veias. Ao olhá-los de relance, ninguém poderia imaginar que estão se equilibrando na corda bamba do desastre, sem uma vara nas mãos e sem qualquer rede embaixo para ampará-los.

Refiro-me aos crentes que reescrevem a Bíblia para acomodá-la ao seu próprio estilo de vida. Todos já nos encontramos com alguns deles. Exteriormente têm a aparência de cristãos comuns, mas por dentro racionalizam o tempo todo, isto é, são especialistas em adaptar ou manipular a verdade cortante dos textos bíblicos.

Como eles pensam? Bem... Não é tão complicado... Sempre que encontram versículos que os atacam, eles os alteram para que se acomodem à sua prática. Então, duas coisas acontecem:

1. Satisfazem todos os seus desejos (não importa quão errados sejam).
2. Apagam toda sua culpa (não importa a justificativa).

Assim, eles fazem o que bem entendem e ninguém pode questioná-los. Se o fizerem, chamam aqueles que os admoestam de legalistas e, imediatamente, os rejeitam. Oh, sim, eles também falam muito sobre graça... Isso os ajuda a tapar a boca de quem os corrige.

Quais seriam os principais exemplos dessa prática? Eis algumas expressões ditas pelos defensores da Teologia da Acomodação:

  • Deus deseja que eu seja feliz. Não posso ser feliz estando casado com ela. Por isso vou deixá-la. Sei que Deus compreende a minha situação.
  • No passado isso talvez fosse considerado imoral, mas não hoje. O Senhor me deu esse desejo e quer que eu desfrute dele.
  • Olhe, ninguém é perfeito. Foi por isso eu me afundei mais do que planejava. É claro que isso é constrangedor, mas, afinal de contas, para que serve a graça?
  • Eu? Pedir perdão a Deus? Isso é ridículo. Meu relacionamento com o Senhor é muito mais profundo do que técnicas frívolas e superficiais como essa.
  • Se parece bom, faça! A vida é muito curta para sofrer por causa de algo tão bobo. Não estamos sob a lei, como você sabe...

Se essas formas de pensar forem certas, então o que significa ser santo neste mundo? Ora, a Bíblia diz: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos porque eu sou santo.” (1Pe 1.14-16).

O fato, na verdade, é bem simples: colhemos exatamente o que semeamos. Se semearmos um estilo de vida confortável, fácil ou até feliz – mas em desobediência direta à Palavra revelada de Deus – no final vamos colher desastres.

Charles Swindoll é pastor, escritor, educador e radialista. Ele foi presidente do Dallas Theological Seminary, no Texas (USA,) de 1994 a 2000.

 

 

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