Quinta, 25 de Abril de 2024
   
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Noites em Claro

Pastoral

“Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (Salmos 4.8). 

Um dos momentos mais sublimes da paternidade é assistir aos filhos dormindo. No berço, no colo, na bagunça ou em qualquer lugar em que os pequenos adormeçam são imediatamente instaurados a paz interior e um sorriso nos lábios dos pais que observam. Com efeito, uma das qualidades de que me gabava na adolescência era dormir pesado e profundamente, sem que nenhum evento me despertasse. 

No entanto, a vida adulta nos remove esse “superpoder” de hibernar em condições adversas. Contas para pagar, pendências do trabalho, faculdade, problemas familiares, filhos recém-nascidos, doenças, luto de entes queridos e preocupações as mais diversas compõem a experiência da maioridade e têm a competência de roubar o sono. 

Essa avalanche de inquietações pode fazer com que agonizemos muitas noites em claro por conta de nossa ansiedade acerca das mais diversas circunstâncias. Nossa mente permanece ligada, encurtando as noites de descanso, porque, muitas vezes, tememos o que nos sobrevirá amanhã. E o cenário pandêmico atual é capaz de acentuar e prolongar nossa aflição e inquietude. 

O crente, todavia, possui ao menos três doses sedantes capazes de auxiliá-lo no desfrute de prolongadas noites de repouso. Quando a mente inquieta impedir que os olhos se preguem, a primeira dose do tranquilizante bíblico é o reconhecimento de que nada está em nosso controle e nossa preocupação não tem efeito algum na solução dos problemas (Mt 6.27; Lc 12.26). Enquanto o crente não for convencido dessa verdade e soltar as amarras de suas adversidades, entregando-as a Deus, padecerá em um travesseiro quente de perturbações. 

A segunda dose obrigatória do sedativo bíblico contra a insônia do coração é a oração (Fp 4.6). Nossa agonia aumenta quando precisamos dormir, mas não conseguimos. Recorramos a Deus em uma rápida petição, aguardando o efeito instantâneo do “Diazepam” divino. 

De fato, a oração pode servir como interruptivo da agitação em nossa mente, pois requer que nos concentremos unicamente em nossa conversa com Deus. Mas para que o efeito de calmaria seja alcançado, uma dose dilatada, às vezes, se faz necessária. O próprio Senhor Jesus teve o sono abreviado em momentos de preocupação intensa, mas em que se dedicou prolongadamente à oração (Mt 14.23-25; Mc 1.35; Lc 6.12-13; 22.41-44). 

Por fim, a terceira dose bíblica para noites tranquilas é a mudança dos pensamentos (Fp 4.8). Essa é, sem dúvida, a parte mais pungente e extenuante do tratamento divino para a insônia provocada pela ansiedade. Não é fácil controlar uma mente agitada pelos problemas dessa vida, ainda mais quando o silêncio da noite favorece os gritos de inquietação mental. Entretanto, as verdades bíblicas plantadas no coração tomado pela ansiedade têm efeito relaxante e anestésico, livrando o crente do desespero (Sl 119.11; Fp 4.7; 1Pe 5.7).  

Em suma, a utilização completa e contínua das doses acima favorecerá o sono do cristão, de modo que, mesmo experimentando noites em claro, esteja acompanhado do Senhor e repouse em sua doce Palavra que nos faz ninar (Sl 3.5; 4.8). 

Pr. Isaac A. Pereira 

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