Sábado, 20 de Abril de 2024
   
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O Caminho dos Golfinhos

Ao longo de toda a extensão litorânea do Brasil, assim como nas águas da Bacia Amazônica, já foram identificadas mais de quarenta espécies de cetáceos, o grupo taxonômico que inclui as baleias e os golfinhos — também conhecidos como botos em algumas regiões do Brasil. O boto-cinza (Sotalia guianensis) é o mais prevalente em nossas águas e pode ser encontrado desde Santa Catarina até o Amapá, ao longo de praticamente todo litoral brasileiro. O golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), famoso pelo nome de Flipper do seriado de TV dos anos 1960, é visto mais ao sul, em águas costeiras de Santa Catarina até o Rio Grande do Sul. Na Bacia Amazônica, o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis), o maior golfinho de água doce, pode aparecer nos rios Amazonas, Solimões e Araguaia, no Brasil, e na sub-bacia Boliviana.

Esse animal não apenas impressiona por sua beleza, mas também pela extraordinária habilidade de ecolocalização, usando um sofisticado biossonar ultrassônico (na faixa de 150 quilo-Hertz) que o auxilia a encontrar alimentos — peixes, tartarugas e caranguejos — nas lamacentas águas desses rios. A ecolocalização dos golfinhos, além de permitir saber com precisão a distância do objeto e se ele está em movimento ou não, proporciona saber a textura, a densidade e o tamanho do objeto ou presa.

Os evolucionistas argumentam que essa magnífica habilidade biológica é decorrente de milhões de anos de evolução. O problema é que os cetáceos, como os golfinhos, não são os únicos animais que possuem sistemas complexos de ecolocalização. Os morcegos também o possuem e o sistema está associado a cerca de duzentos genes incrivelmente semelhantes aos dos golfinhos. No entanto, os golfinhos e os morcegos não têm nenhum ancestral ecolocante comum na suposta árvore evolucionária. Logo, os evolucionistas, quando não encontram um ancestral comum, argumentam que se trata de um caso de “evolução convergente”, ou seja, ambientes com adversidades semelhantes — nesse caso, a pouca visibilidade — produzem pressões evolucionárias que levam a soluções semelhantes — a ecolocalização — em espécies não interrelacionadas.

A dificuldade com essa hipótese, porém, é que não foi encontrado no registro fóssil qualquer elemento que suporte a evolução dos golfinhos nem dos biossonares dos morcegos. Até o momento, o registro fóssil tem mostrado ancestrais de golfinhos com uma estrutura auricular que poderia conferir habilidade de ecolocalização tão eficiente como as que os golfinhos de hoje possuem. Ademais, os fósseis de morcegos tidos como mais antigos também sugerem, por causa das extensas estruturas ósseas nos ouvidos internos, que eles já eram ecolocantes com capacidade de detectar sons de alta frequência. Para nós, cristãos criacionistas, as evidências se harmonizam com a inteligência maravilhosa do nosso Deus que, analogamente, embutiu, tanto nos golfinhos como nos morcegos, a destreza para sondar os ambientes escuros em que vivem.

Davi, ao clamar a Deus escrevendo “sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos, e vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23-24) sabia que se dirigia ao Criador e conhecedor de todas as coisas, àquele que não apenas dotou os golfinhos com a habilidade de se locomover em ambientes de baixa visibilidade, mas que sabe sondar como ninguém onde está o coração humano, seu tamanho e sua densidade, nas lamacentas águas da experiência humana — e que pode ajudar qualquer um que se renda a Deus, como Davi fez, a se locomover perfeitamente pelo caminho da justiça que conduz à eternidade.

Ev. Leandro Boer


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