Sábado, 27 de Abril de 2024
   
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A Adorável Pessoa de Jesus de Nazaré

Pastoral

Estamos em dezembro, quando comemoramos o nascimento de Jesus de Nazaré, a figura mais importante de toda a história. De fato, ninguém impactou tanto o curso da humanidade como o carpinteiro galileu. Nem impérios, nem reis grandiosos, nem revoluções, nem guerras mundiais influenciaram tanto os destinos da humanidade como aquela pobre criancinha nascida num estábulo em Belém.

Jesus, porém, não é um personagem singular somente porque impactou a história universal. Ele é especial também porque qualquer indivíduo que se vê diante dele, dos seus ensinos e especialmente das suas alegações sobre si mesmo, não consegue evitar uma reação fatal — boa ou má.

A verdade é que ele toca na alma de todos... sempre! Todos que se deparam com ele são movidos numa ou noutra direção, sentindo-se incomodados ou aliviados por ele, rejeitando-o decisivamente ou tornando-se seus discípulos. Diante de Cristo ninguém consegue permanecer numa “zona cinzenta”. Ou se é por ele ou contra ele. O homem ajunta com Cristo ou espalha (Mt 12.30). Não há meio-termo.

Sendo Jesus uma figura tão impressionante, o que os crentes devem crer e ensinar sobre ele? Obviamente, não podemos nos colocar entre aqueles que se limitam a dizer que Jesus foi um bom exemplo, um excelente professor ou um gênio incompreendido. Há muito mais ligado ao conceito correto de Cristo e a Bíblia fornece a medida certa desse conceito.

De fato, de acordo com a Bíblia, Jesus Cristo é o Filho de Deus, impecável, que morreu em nosso lugar a fim de que, pelo seu sangue, recebêssemos remissão dos pecados (Ef 1.7). Os cristãos creem que Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia e que hoje está vivo intercedendo a favor dos crentes (Hb 7.25) e aguardando a chegada do dia fixado para sua volta (At 1.11).

De acordo com o ensino apostólico, o que o homem pensa de Jesus é de máxima importância tanto para a vida presente como futura. Na verdade, a Bíblia deixa claro que o fato de uma pessoa crer ou não em Jesus é fator determinante do lugar e em que ela passará a eternidade (Jo 3.36).

Vê-se, assim, que a cristologia bíblica tem muita “carne” pra gente mastigar, sendo diversas as facetas em que essa doutrina se apresenta. Entre todos esses ensinos, porém, o que eu considero o mais intrigante é o que aponta Jesus como Deus-Homem. Como é fácil supor, trata-se da doutrina de que Jesus Cristo tem duas naturezas: a humana e a divina.

No decorrer dos séculos, muitos teólogos se reuniram para discutir esse assunto. Sob a luz da Bíblia, eles concluíram afinal que Jesus Cristo é perfeitamente humano e plenamente divino, sendo que essas duas naturezas estão presentes numa só pessoa. A isso é dado o nome de união hipostática. Esse é um dos grandes mistérios da fé cristã e, por mais que esse ensino seja intrigante, os teólogos do passado estavam certos ao afirmá-lo, pois na Bíblia realmente há claras evidências de que Jesus era tanto humano quanto divino.

Que Jesus era humano, facilmente se depreende do fato de ele ter nascido de uma mulher, como uma criança comum, exceto pelo fato de ter sido gerado no ventre de uma virgem (Rm 9.5; Gl 4.4; Mt 1.18). Ele cresceu e se desenvolveu naturalmente (Lc 2.40,52), num corpo físico sujeito a limitações (Jo 4.6; Mt 21.18; Lc 22.4) e animado por uma alma humana (Mt 26.12; Lc 23.46; Jo 12.27; 1Jo 1.1). Além disso, os apóstolos insistem em afirmar que Jesus tinha uma ascendência humana como qualquer pessoa comum (Rm 1.3; Lc 1.31-33). Não há, portanto, como duvidar da real humanidade do Senhor.

Essas informações, porém, não esgotam o que a Bíblia diz sobre Cristo. Isso porque os mesmos escritores que afirmam sua humanidade, curiosamente dizem também que Jesus é Deus! Eles lhe atribuem nomes divinos (At 9.17; Rm 9.5; Hb 1.8; Ap 1.17 cf. 1.8), mostram que ele pode ser invocado e adorado (Mt 14.33; Hb 1.6; 1Co 1.2), atribuem a ele obras devidas a Deus (Jo 1.3; Cl 1.16-17), apresentam-no como perdoador de pecados (Mc 2.5-11) e como alguém que pode dar a vida eterna (Jo 10.28; 17.2). Os escritores do Novo Testamento chegam a dizer que certas afirmações do Antigo Testamento a respeito de Deus referem-se a Jesus (Sl 102.24-27 cf. Hb 1.10-12; Jr 17.10 cf. Ap 2.23; Is 60.19 cf. Lc 2.32; Is 6.1,10 cf. Jo 12.41) e associam seu nome ao nome do Pai e do Espírito Santo de uma forma que não ousam fazer com mais ninguém (2Co 13.13; Tg 1.1).

Fortemente relacionado à divindade de Cristo está o ensino acerca da sua preexistência e eternidade. Os textos que servem de base para essa doutrina são: Miqueias 5.2; Isaías 9.6; João 1.1-3; 8.56-58; Hebreus 1.8 e Colossenses 1.17.

Juntando tudo, fica fácil concluir que Jesus Cristo é tanto humano (1Tm 2.5) quanto divino (1Jo 5.20), uma verdade que os apóstolos ensinavam sem vacilar (Rm 9.25), mas que ainda desafia o nosso intelecto.

Ao contrário do que muita gente pensa, a importância desse ensino é imensa. Por ele aprendemos especialmente que quem nos substituiu na cruz era humano, tendo assim condições reais de nos substituir. Também concluímos que, sendo nosso Senhor verdadeiramente divino, o sacrifício que fez foi infinito e, portanto, suficiente para nos libertar da condenação. Isso sem falar no consolo que temos ao lembrar que nosso Deus, sendo humano, conhece o drama humano, sabendo o que é sentir fome, sede e solidão. E esse consolo se enriquece com a esperança, quando lembramos que ele que provou todas essas coisas próprias da experiência humana é também divino e pode socorrer cheio de compaixão quem passa por tudo isso agora (Hb 2.18; 4.15,16).

Estamos de novo no mês do Natal e a figura de Jesus inevitavelmente será lembrada (não muito, é verdade). Vamos, pois, inserir em nossa mente a verdade bíblica sobre ele, a fim de que, nessa época de opiniões religiosas diversas, não acolhamos visões reducionistas que apresentam Cristo como somente mais uma figura de expressão. E tendo o conceito certo sobre ele, desfrutemos de esperança e consolo, oferecendo-lhe real adoração.

Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria

 

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