Sexta, 26 de Abril de 2024
   
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Atividade Paranormal

Pastoral

Não faz muito tempo, assisti a um filme chato com o mesmo nome deste artigo. Basicamente, o enredo mostrava uma família perturbada por fenômenos inexplicáveis atribuídos a seres espirituais malignos. Portas batendo, objetos caindo, ruídos misteriosos iam aos poucos dando lugar a fenômenos mais assustadores que, ao longo da história, culminavam na morte do casal protagonista.

Filmes desse tipo fazem surgir perguntas intrigantes, especialmente para os crentes sérios, esse povo zeloso que sempre tenta explicar o mundo e as experiências da vida a partir dos princípios gerais da Bíblia.

Entre essas perguntas, talvez as principais sejam as seguintes: fenômenos espirituais misteriosos e assustadores existem mesmo ou não passam de fruto da imaginação? Se existem, qual é sua causa e como o crente deveria agir ao se ver diante deles?

Para construir respostas cristãs a essas perguntas, é preciso, primeiro, fazer uma ressalva; depois, destacar um alerta; e, finalmente, oferecer dois breves conselhos.

A ressalva é a seguinte: se quisermos ser honestos, temos de reconhecer que as Escrituras não fazem nenhuma menção direta a fenômenos do tipo que estamos tratando aqui. É verdade que a Bíblia fala de “opressão” (At 10.38) e “luta espiritual” (Ef 6.12), mas em nenhuma ocasião o autor bíblico descreve esses problemas de uma forma que nos permita associá-los aos fenômenos específicos de que estamos falando.

Por outro lado, não podemos fechar os olhos para o fato de que muitos crentes sérios enfrentam, às vezes, ataques espirituais misteriosos para os quais buscam desesperadamente uma explicação (e uma urgente solução!). Como pastor, já atendi irmãos emocional e doutrinariamente saudáveis que me disseram, confusos, ter testemunhado aparições horríveis com as quais chegaram a conversar. Também ouvi crentes equilibrados falarem de períodos em que foram perturbados por cenas inexplicáveis, como objetos sozinhos em movimento ou suspensos no ar. Entre esses casos, o que me deixou mais perturbado foi o de pais que me procuraram em desespero para dizer que o filho pequeno conversava com seres invisíveis que o atemorizavam e lhe davam conselhos perigosos.

É claro que muitas experiências desse tipo decorrem de estados emocionais que as favorecem, ou são geradas pela ausência (ou pelo excesso) de certas substâncias químicas no organismo do indivíduo, ou nascem da imaginação ou ainda procedem de graves erros de interpretação cometidos especialmente por pessoas que nutrem certa atração pelo “oculto”.

Contudo, mesmo levando todas essas possibilidades em conta, é fora de questão que, eventualmente, nenhuma delas se encaixa na realidade de quem viu ou provou fenômenos tão intrigantes. Por isso, não há como o crente sincero fechar os olhos para essas coisas e dizer simplesmente: “Isso não existe”. Ao que tudo indica, o fato de a Bíblia não mencioná-las diretamente, não significa que sejam impossíveis. Nas Escrituras nunca aparece a palavra “gato”, mas isso não me obriga a dizer que Mimi não existe. Minha experiência de vida neste mundo é suficiente para me fazer acreditar com alto grau de segurança que Mimi é real (para desgosto do Rex e do Lulu).

Admitindo, pois, que essas “coisas” existem, de onde então elas vêm? Qual é sua origem, afinal? É aqui que cabe um alerta. Geralmente, filmes como Atividade paranormal tentam incutir na mente dos telespectadores noções espíritas, atribuindo a causa de fenômenos estranhos a almas de pessoas que morreram e que, agora, não tendo muito o que fazer, ficam zanzando pela casa perturbando os outros, igualzinho os adolescentes durante as férias escolares.

Ora, a Bíblia é clara em dizer que nenhuma alma de gente morta fica perambulando por casas, cemitérios ou velhas mansões abandonadas. Aliás, mesmo que isso fosse possível, a tal alma teria de ser muito boçal pra ficar nesses lugares dando sustos nos outros. Seja como for, o fato é que na Bíblia é ensinado que, quando alguém morre, sua alma vai para o céu habitar com Cristo (Fp 1.23) ou para o inferno (Lc 16.23), caso a pessoa tenha rejeitado a salvação oferecida por Jesus. Alma nenhuma, portanto, fica rondando por aqui depois da morte do corpo.

Se, pois, os fenômenos misteriosos de que falamos não procedem de almas errantes, então o que os origina? Certamente, a causa disso tudo está na ação de Satanás e seus demônios que teimam em trabalhar para tirar a paz das pessoas (Mc 5.2-5; Lc 13.16; 1Pe 5.8), torturá-las, induzi-las ao desespero e, no fim de tudo, enredá-las (2Tm 2.26), oferecendo-lhes soluções malignas por meio de pais de santo, padres exorcistas, benzedeiras e outros ministros do inferno.

Em face disso, o que as pessoas que são perturbadas por fenômenos misteriosos devem fazer? É aqui que cabem os conselhos. Primeiro, pode ser que toda essa ação do diabo aconteça com quem está muito longe do Senhor, fazendo coisas que Satanás aprova e dando espaço para sua livre ação em sua vida. Nesse caso, meu conselho ao leitor é o seguinte: conserte sua vida com Deus mediante o arrependimento e a fé em Jesus e resista aos apelos do diabo a fim de que ele fuja de você (Tg 4.7).

Em segundo lugar, a ação terrível dos demônios pode ocorrer exatamente pelo motivo oposto, ou seja, pode ser que sua ação seja bastante intensa sobre quem está bem perto do Senhor. Nessa hipótese, o alvo do inimigo é desanimar e desviar o crente, como tentou fazer com Jó. Ao leitor que se vê nessa situação, meu conselho é: persevere em sua vida de santidade e zelo, sabendo que, depois desse tempo de prova, Satanás se afastará derrotado e frustrado, da mesma forma como se afastou de Jesus, depois de tentá-lo no deserto (Mt 4.11).

Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria

 

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