Jacó enganado por Labão
Gênesis 29 conta que Jacó, ao fugir de Esaú, seguiu para Harã, terra da sua mãe. Chegando a um poço, conheceu sua prima, Raquel, e a ajudou a dar água ao rebanho, visto que ela era pastora de ovelhas. Mais que depressa, Raquel o levou ao seu pai, Labão, que o recebeu com muita alegria.
Um mês depois, Labão disse a Jacó que não era justo que trabalhasse sem receber salário e pediu que dissesse quanto gostaria de receber. Labão tinha duas filhas: Lia, a mais velha, e Raquel. Jacó pediu que, como pagamento por sete anos de trabalho, lhe fosse dada Raquel como esposa. Labão concordou e os sete anos se passaram rapidamente aos olhos de Jacó.
Chegada a época do casamento, fez-se uma grande festa. Ao anoitecer, Labão deu a Jacó como esposa Lia e não Raquel. Contudo, o fez sem que Jacó soubesse. Ela estava, provavelmente, com o rosto velado, como era de costume, e isso aconteceu em meio à escuridão da noite. Ao amanhecer, Jacó percebeu que fora enganado e foi reclamar a Labão, o qual disse simplesmente ser costume daquela terra casar primeiro a filha mais velha. Mesmo que isso fosse verdade, Labão deveria ter avisado seu genro antes. Em vista disso, Labão propôs que, passada uma semana, Jacó recebesse Raquel como esposa em troca de mais sete anos de trabalho. Como Jacó a amava muito, concordou. A verdade é que Jacó foi enganado para que continuasse trabalhando.
É impressionante a semelhança que há entre essa tramóia de Labão e a própria farsa de Jacó ao se fazer passar por Esaú a fim de obter a bênção de seu pai. Igualmente, o modo como Labão fez Jacó servir por mais sete anos se assemelha muito ao modo como Jacó convenceu Esaú a lhe vender sua primogenitura. Isso nos mostra a veracidade do texto que diz: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6.7).
Há outros exemplos como esse na BÃblia, tal qual o de um rei, Adoni-Bezeque, que inutilizava as mãos e os pés dos reis a quem vencia e que recebeu o mesmo tratamento: "Então, disse Adoni-Bezeque: Setenta reis, a quem haviam sido cortados os polegares das mãos e dos pés, apanhavam migalhas debaixo da minha mesa; assim como eu fiz, assim Deus me pagou. E o levaram a Jerusalém, e morreu ali" (Jz 1.7) .
O próprio rei Davi sofreu as conseqüências do adultério com Bate-Seba e da morte do seu marido Urias. Deus o castigou dizendo que suas mulheres também seriam possuÃdas por outro e que sua famÃlia sofreria com a espada (2 Sm 12.9-12) . Isso aconteceu quando seu filho, Absalão, em um golpe militar, possuiu as esposas de Davi diante de todos para que não fosse possÃvel uma reconciliação entre eles (2 Sm 16.20-22), e nas mortes violentas dos prÃncipes Amnom (2 Sm 13.28-29) , Absalão (2 Sm 18.14) e Adonias (1Re 2.24,25) , filhos de Davi.
O pecado do homem também recebe uma retribuição dura da parte de Deus: "O salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). A BÃblia diz que os pecadores sofrerão a culpa dos seus pecados. Apesar disso, o grande amor de Deus providenciou um substituto para sofrer no lugar do pecador. O próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, indo à cruz, foi punido para que, quem crer nele, tenha sua condenação anulada e não receba a retribuição pelo seu pecado: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16). Creia no Senhor Jesus e seja, de fato, liberto de toda culpa.
"Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus..." (1Pe 3.18) .
Pr. Thomas Tronco