A Evolução do Ouro Branco
“Porque, indo os navios do rei com os servos de Hirão, a Társis, voltavam os navios de Társis, uma vez em três anos, e traziam ouro e prata, marfim, bugios e pavões. Assim excedeu o rei Salomão a todos os reis da terra, em riquezas e sabedoria” (2Cr 9.21-22).
A extração e o comércio do marfim constituem as principais causas do dramático decréscimo na população de elefantes, especialmente na África. A República Federativa do Brasil firmou, em 3 de março de 1973, em Washington (EUA), a Convenção de Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagem em Perigo de Extinção (Cites).
Logo, o Brasil se comprometeu a adotar medidas para coibir o comércio ilegal do, assim chamado, “ouro branco”, proveniente principalmente das presas dos elefantes. Todavia, mais de 50 mil elefantes são mortos anualmente para a extração do marfim e a Polícia Federal se mantém em constante vigilância para coibir o comércio ilegal desse artefato que ainda possui rotas de contrabando para o Brasil.
O proeminente biólogo evolucionista Richard Dawkins, em seu livro O Maior Espetáculo da Terra (2009), destacou que o tamanho médio das presas dos elefantes está se tornando significativamente menor nos últimos 150 anos e que uma crescente proporção de elefantes que não desenvolvem presas está emergindo.
O autor, ao enfatizar que os elefantes são animais de reprodução lenta (aproximadamente, 1 filhote por fêmea a cada 5 anos) e com expectativa de vida longa (aproximadamente, 60 a 70 anos), atribui esse fenômeno ao “darwinismo em ação”, buscando gerar no leitor a percepção de que a “evolução” pode também ser contemplada “diante dos nossos olhos”.
Porém, o que está realmente acontecendo “diante dos nossos olhos” não é a evolução, mas a caça implacável desses animais que sempre foram fonte e símbolo de riqueza para a humanidade. O tamanho das presas não está diminuindo por conta da evolução, mas devido à pressão seletiva dos caçadores que, ao priorizar os animais com presas maiores, eliminam primeiro esses animais e passam, então, à caça dos animais com presas menores e assim por diante.
Com relação ao aumento da população de elefantes sem presas, isso provavelmente está ocorrendo porque uma mutação (perda de informação codificadora genética) ocorreu e os caçadores “ignoram” esses animais (sem marfim) que, não sendo mortos pela ganância, transmitem para as gerações posteriores a mutação genética que está associada à ausência de presas.
No capítulo 18 de Apocalipse temos a narrativa da queda da Babilônia e do governo maligno do anticristo na Terra, juntamente com toda sua opulência imoral e irreverente que se traduz na descrição do marfim em meio a 28 itens de luxo e alto valor. Deus certamente julgará a Babilônia futura por completo e sua vitória será celebrada pelo povo de Deus com grande alegria: “Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela” (Ap 18.20).
Entretanto, o povo de Deus, salvo pelo poder de Deus mediante a Escritura, se lembrará dos elefantes não como fonte de marfim para a cidade imunda que foi destruída, mas como uma bela metáfora, atribuída a Agostinho, do maravilhoso livro que Deus nos deu para que encontrássemos o caminho para outra cidade, a Jerusalém celestial: “Rasa o suficiente para uma criança não se afogar, mas profunda o suficiente para um elefante nadar”.
Ev. Leandro Boer