A Riqueza do Pré-Sal
Segundo a visão uniformitarianista adotada pelos evolucionistas, o pré-sal é uma sequência de rochas sedimentares formadas pela separação do subcontinente sul-americano e continente africano, cerca de 150 milhões de anos atrás. Postula-se que grandes depressões foram formadas entre os dois continentes, dando origem a grandes lagos que acumulariam matéria orgânica vinda dos rios dos continentes. Durante supostos milhões de anos, processos termoquímicos transformariam o material orgânico em hidrocarbonetos (óleo e gás) acumulados sob uma camada de 2 mil metros de sal (evaporitos), oriunda da evaporação das águas do oceano que encheriam essas depressões repetidas vezes.
No entanto, a teoria da evaporação apresenta dificuldades para lidar com grandes formações de sal que estão espalhadas em todo mundo. As formações de sal demonstram contaminação insignificante com a areia, contradizendo o modelo de evaporação que requer um banco de areia em combinação com um tempo consistentemente seco durante longos períodos. As formações de sal exibem contaminação insignificante com fósseis marinhos, ao contrário do que seria esperado com a enorme quantidade de água do mar constantemente inundando a área de evaporação. Outrossim, as áreas de evaporação teriam de estar em regiões de alta incidência de luz solar e baixa precipitação para que a água do mar evaporasse. No entanto, a distribuição de depósitos de sal espalhados em todo mundo, e não apenas próximas ao Equador, desafia essas pressuposições.
O catastrofismo decorrido do dilúvio global, descrito no livro de Gênesis, com intensa atividade vulcânica e produção de magma salino, poderia fornecer melhor alternativa para a origem do pré-sal em um curto período de tempo, harmonizando as dificuldades apresentadas acima. Devido à intensa atividade vulcânica ocorrida durante o dilúvio, cloreto de sódio derretido a 850 ºC, supostamente vindo do interior da crosta terrestre, fluiria como a água, inundando áreas mais baixas e, devido à sua maior densidade, deslocaria a água que ferveria, gerando os típicos depósitos de anidrita e calcita que são observados hoje. A superfície do fluxo de sal derretido solidificaria rapidamente em contato com a água, formando uma crosta impermeável. Organismos e vegetação depositados nos vales (ou sob a água), que são invadidos pelo fluxo de magma do sal, na ausência de oxigênio, seriam transformados em carvão, petróleo e gás (petróleo do pré-sal). Ademais, a camada de sal impermeável pode formar um invólucro à prova de gás capaz de armazenar os gases e líquidos gerados. O material orgânico, contido na cal e no anidrido próximos, também pode se transformar em carvão, óleo e gás, mas a temperaturas mais baixas e mais lentamente. Logo, a origem magmática dessas formações de sal poderia explicar a conexão entre os depósitos de sal encontrados em todo o mundo e as reservas associadas de carvão, petróleo e gás.
Nossos políticos, aparentemente, estão apenas interessados na riqueza (petróleo) que está no pré-sal, mas a Escritura nos apresenta um “pré-sal espiritual”, outra riqueza que deve jorrar dos “poços” que desenvolvemos em nossas famílias, em nosso ambiente de trabalho e em todos os lugares que frequentamos: “As palavras que jorram de nossa boca”. O apóstolo Paulo nos exorta a ter a “palavra sempre agradável e temperada com sal, sabendo como convém responder a cada pessoa” (Cl 4.6). Que o Espírito Santo nos transforme diariamente na edificação de mais “poços” que jorrem palavras temperadas e santas do “pré-sal espiritual”. Bem-aventuradas são as igrejas e pastores que estimulam seu rebanho na edificação de “poços” dessa riqueza tão escassa nos dias de hoje.
Ev. Leandro Boer