A Torre de Babel e a Origem das Constelações
O relato acima demonstra algo importante a respeito de como a transmissão do conhecimento se dá acerca do formato e nome das constelações. A maneira como eu liguei as estrelas me proporcionou o desenho mental de uma pipa, mas as quatro estrelas principais foram convencionadas, séculos atrás, no formato de uma cruz e, portanto, eu comecei a ver aquelas estrelas como uma cruz. Se não as aprendermos por meio de livros, alguém deve nos mostrar quais são as estrelas escolhidas para a formação dos desenhos e, consequentemente, justificar seus nomes.
Existem profundas semelhanças entre diversas culturas em suas constelações e cabe a pergunta: por que diversas culturas têm constelações semelhantes?
A resposta a essa pergunta remonta ao relato bíblico de Babel. A hipótese, portanto, seria a seguinte: se a história bíblica da dispersão de Babel for verdadeira, os povos de Babel teriam ideias comuns que poderiam sobreviver hoje nas diversas culturas que fundaram após a dispersão. Logo, do ponto de vista bíblico, qualquer denominador comum entre diversas culturas modernas é uma possível indicação de que todos os povos realmente viveram em um único lugar identificado na Bíblia como Babel.
Com efeito, a julgar pelos milhares de estrelas visíveis a olho nu, a probabilidade de as culturas adotarem os mesmos desenhos das constelações por acaso é muito remota. Não há uma abordagem plausível que explique como culturas diferentes, supostamente desenvolvidas em partes separadas do mundo, conseguiram imaginar padrões de estrelas iguais ou semelhantes no céu. Por outro lado, a existência de algumas constelações idênticas sugere que toda a humanidade já se reuniu em um ponto a partir do qual todos os grupos étnicos se dispersaram.
Quando estudamos as constelações mais antigas que conhecemos, não devemos supor que “tudo começou com os gregos”. A sinergia do trabalho de astrônomos e historiadores explica que o planeta Terra, quando está em movimento de rotação, também possui o movimento de nutação, que é uma pequena oscilação periódica do eixo de rotação da Terra com um ciclo de 18,6 anos devido à força gravitacional da Lua sobre a Terra. Logo, a porção do céu que pode ser vista de qualquer região da superfície da Terra está mudando continuamente. Com relação à porção do céu que ostenta os nomes das constelações mais antigas que conhecemos, ela é exatamente a que pode ser vista a partir de cerca de 30º a 38º latitude Norte, por volta do ano 2750 a.C.
Postula-se que essas constelações foram agrupadas e nomeadas pelos babilônios, pois a latitude da Babilônia é 32º Norte, dentro dessa faixa. Essas constelações são praticamente idênticas às nossas constelações atuais que podem ser vistas do céu do Norte. E um fato significativo é que as constelações mais antigas que os historiadores conseguiram identificar preenchem apenas o céu do Norte e estão ausentes em uma zona vazia em torno do polo celeste Sul. Isso é consistente com a existência de Babel no hemisfério norte, em cerca de 2300 a 2400 a.C., juntamente com o fato de que as culturas que se dispersaram desse ponto não alcançaram as extremidades do hemisfério sul do planeta até relativamente pouco tempo atrás.
Se, no passado, as diversas culturas se dispersaram debaixo de milhares de estrelas com vários nomes, o futuro nos reserva algo bem diferente e exatamente oposto: o agrupamento de culturas, povos e nações debaixo de apenas uma única estrela, a Estrela da manhã, o Senhor Jesus Cristo. E é nesse evento de “reversão de Babel” que nos regozijamos, hoje, como povo de Deus que anseia pelo aprisco celestial único debaixo da linda e única Estrela da manhã.
“Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã. O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida” (Ap 22.16,17).
Ev. Leandro Boer