Sábado, 12 de Outubro de 2024
   
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O Primeiro Censo da Vida Marinha, a Inerrância Bíblica e a Ira de Deus

Disse também Deus: "Encham-se as águas de seres vivos" (...) Então Deus os abençoou, dizendo: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham as águas dos mares! (...)” (Gn 1.20a; 1.22a)

A comunidade científica aguarda com grande entusiasmo, para outubro do presente ano, o relatório final do primeiro censo global da vida marinha. Esse censo foi realizado por oitenta nações engajadas em um projeto que se iniciou há dez anos para explorar a diversidade, distribuição e abundância da vida nos oceanos, seja esta microscópica (quando é possível contemplá-la sem aparato óptico) ou macroscópica (quando é possível contemplá-la sem qualquer aparato óptico, a olho nu).

Até hoje, mais de 16 milhões de registros, antigos e novos, compõem os arquivos desse dispendioso projeto de 650 milhões de dólares. A maioria desses registros foi realizada em regiões próximas à superfície da água até a profundidade de mil metros. Entretanto, com a tecnologia submarina disponível, o censo buscou catalogar formas de vida que estão abaixo dessa profundidade, visto que a maior parte dos oceanos detém enormes profundidades.

(Não) surpreendentemente, constatou-se excepcional riqueza de vida, também nessas profundidades, arrancando suspiros de pesquisadores da vida marinha ao ponto de pronunciarem que a quantidade de vida nos oceanos é “incrivelmente grande” e que “é provável que nunca consigam conhecer todas as espécies marinhas existentes”.

A retificação negativa do parágrafo anterior deve-se à "inerrância bíblica". Seguramente, há mais de 3 mil anos, um salmista pré-exílico escreveu as mesmas constatações científicas de forma poética em louvor ao Deus trino. Sem qualquer equipamento para observação marinha, pois o escafandro só viria a ser inventado em 1839; sem qualquer técnica de iluminação artificial, pois a luz é praticamente toda absorvida aos 200 metros de profundidade, deixando um mergulhador em densa escuridão, o salmista afirmou em louvor: “Quantas são as tuas obras, Senhor! Fizeste todas elas com sabedoria! A terra está cheia de seres que criaste. Eis o mar, imenso e vasto. Nele vivem inúmeras criaturas, seres vivos, pequenos e grandes” (Sl 104.24-25).

O salmista encontra em sua descrição razões para cantar ao Senhor por toda a sua vida e conclui que constatar a riqueza da vida criada por Deus não é meramente um exercício intelectual, mas uma “meditação” ofertada ao Senhor (Sl 104.33-34).

Curiosamente, após linda poesia inspirada pelo Espírito Santo, o salmista termina o seu texto com um versículo que parece não se harmonizar com restante do texto: “Sejam os pecadores eliminados da terra e deixem de existir os ímpios. Bendiga o Senhor a minha alma! Aleluia!”

Não, o salmista não perdeu o curso do seu raciocínio. O Espírito Santo claramente vincula a grandiosidade da criação à ira divina, como podemos verificar pela epístola paulina aos romanos: "Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis" (Rm 1.18-20).

Se no primeiro século, os atributos divinos foram “vistos claramente”, o que se dirá quando tivermos “a um click de distância” todo o acervo do censo marinho na Internet? Se os homens do século 1 eram “indesculpáveis”, o que se dirá dos homens de hoje que terão esse imenso catálogo?

Todavia, a Palavra de Deus não apenas atribui a proporcionalidade da ira de Deus às profundezas do oceano. A compreensão humana do que é a graça do Senhor, ou seja, o perdão de nossos pecados no sacrifício legítimo e único de Cristo, foi também realizada por uma metáfora oceânica: Quem é comparável a ti, ó Deus, que perdoas o pecado e esqueces a transgressão do remanescente da sua herança? Tu, que não permaneces irado para sempre, mas tens prazer em mostrar amor. De novo terás compaixão de nós; pisarás as nossas maldades e atirarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar. (Mq 7.18-19)

Se porventura estiver contemplando o mar, o que ele dirá a você: quão terrível ira e juízo esperam por mim ou quão maravilhosa é a graça e os feitos do Deus trino?

Com certeza, bendigamos o Senhor “até debaixo d´água”!

Leandro Boer

Leandro Boer é graduado em medicina pela Unicamp e fez residência médica em Cardiologia Clínica na Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto (SP). Atualmente é doutorando em farmacologia pela Unicamp e trabalha como Medical Advisor da Novartis Biociências S. A., na franquia Cardiovascular & Metabolism.


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