Sábado, 12 de Outubro de 2024
   
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Buracos Negros

Stephen Hawking, o mundialmente renomado físico teórico inglês, foi diagnosticado aos 21 anos com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Apesar de sua doença gravíssima, o físico viveu aproximadamente 50 anos além da média de sobrevida de pacientes com ELA, trabalhando, pesquisando e ensinando a respeito dos buracos negros ― assunto em que se debruçou para estudar durante longos anos, trazendo a cosmologia mais próxima de todos nós por meio de documentários, livros, artigos e até mesmo criando muito substrato para a imaginação de roteiristas de filmes de ficção científica.

Há fortes evidências de que buracos negros existam apesar de algumas pessoas duvidarem de sua existência. Os cristãos não precisam se preocupar, pois crer na existência de buracos negros não é o mesmo que crer no evolucionismo, visto que há clara distinção entre estudar a ciência dos buracos negros e especular sobre como eles surgiram e se associariam com a teoria do Big Bang, como Hawking promoveu. Logo, creio que podemos adotar a postura bastante equilibrada do criacionista cristão Dr. Danny Falkner, que disse: “Como cientista criacionista, não tenho nenhum problema com Deus miraculosamente fazendo buracos negros durante a semana da criação, nem tenho problema com buracos negros se formando hoje por meio de processos naturais que Deus ordenou”.

O primeiro buraco negro foi descoberto em 1971, e agora acreditamos que cerca de 100 milhões estão espalhados pelo universo. A maioria dos astrônomos acredita que os buracos negros estão no centro da maioria das galáxias ― se não de todas ―, incluindo a nossa própria Via Láctea. Quando Hawking nasceu, em 1942, os buracos negros eram pouco mais que uma peculiaridade matemática, uma previsão da teoria da relatividade geral de Albert Einstein, de 1916. O termo buraco negro não foi cunhado até os anos 1960, quando os cientistas começaram a perceber que a teoria de Einstein realmente os descrevia como objetos reais: pontos no universo com força gravitacional tão poderosa que suga poeira, gás, estrelas e até a própria luz, se criticamente próxima dele.

Em 1974, Hawking publicou um artigo que o catapultou para os grandes círculos de discussão em cosmologia, pois continha uma das mais estranhas ideias sobre buracos negros: que eles não são tão negros assim. Na época, o consenso entre os físicos era de que, uma vez que algo fosse sugado para um buraco negro, nunca poderia escapar. Eles acreditavam que, como os buracos negros continuavam engolindo toda a matéria ao redor deles, eles cresceriam sempre, inexoravelmente. Mas Hawking trouxe algo novo: buracos negros poderiam também encolher. A razão, segundo ele, é que os buracos negros irradiariam energia ― um fenômeno que ficaria conhecido como “radiação Hawking”.

Em um de seus últimos trabalhos publicados, Hawking argumentou que os buracos negros poderiam servir como “passagens secretas” para universos paralelos, pois informações perdidas devido ao encolhimento dos buracos negros não poderiam ser perdidas, mas transferidas para esses outros universos de acordo com a premissa da física quântica de que informação, em vez de ser perdida, apenas muda de um lugar para outro.

Se você ainda está lendo essa pastoral e começou a coçar a cabeça, você não está só, pois está acompanhado por vários outros cientistas no mundo, evolucionistas e criacionistas. Nada disso foi demonstrado cientificamente. Na verdade, o próprio conceito impõe um bloqueio intransponível para sua constatação, visto que a informação seria transferida para um suposto universo paralelo em que não estamos.

De qualquer forma, em tempos em que cientistas se tornaram os sumos sacerdotes do pós-modernismo, Hawking não teve dificuldades em adaptar suas ideias para uma audiência ávida por direção e aconselhamento. Em 2015, o “pregador” Hawking surpreendeu sua audiência dizendo: “Buracos negros não são prisões eternas (...). As coisas podem sair de um buraco negro tanto do lado de fora como, possivelmente, de outro universo. Se você acha que está preso em um buraco negro, não desista. Há uma saída”.

Visto que Hawking tomou a liberdade de “pregar” o “evangelho do buraco negro”, creio que podemos tomar suas palavras e aplicá-las com as lentes da Escritura ao invés dos telescópios que os homens têm lançado universo afora.

A Escritura fala consistentemente sobre as trevas que habitam o coração do homem. Dito isso, é possível dizer que “os olhos do ser humano” ― e a concupiscência que advém deles ― são como a “singularidade” dos buracos negros que tragam a luz de tal forma a não refleti-la para o mundo ao nosso redor: “São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas. Repara, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas” (Lc 11.34-35).

Ademais, o ser humano, corrompido e dominado pelo buraco negro que há em seu coração, sente-se muito à vontade com as trevas: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (Jo 3.19).

Não discordo de Hawking quando ele diz que o buraco negro não é necessariamente uma “prisão eterna” e que “há uma saída”, inclusive para outro universo, o qual prefiro chamar de “Reino de Deus”. Graças a Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pois há “a” saída desse “buraco negro” que é o nosso coração, no qual imperam as trevas e o forte desejo de sugar toda imundícia do mundo que nos cerca. Se não houver arrependimento dos pecados e fé em Jesus Cristo, o coração, feito um buraco negro, sugará toda imoralidade sexual, adultério, mentira, ganância, ira, vaidade, idolatria e incredulidade ao nosso redor e crescerá, sempre, inexoravelmente, como muitos buracos negros do universo.

A verdade maravilhosa é que “ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1.13-14), “porque Deus, que disse: das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2Co 4.6).

Ev. Leandro Boer

 

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