Incrédulos Disfarçados
Os falsos evangélicos (que são incrédulos disfarçados), por exemplo, veem as igrejas sérias como desnecessárias porque nelas não há diversão. Adotando uma espécie de hedonismo religioso, essa gente acredita que a igreja, para ser boa, tem de gerar algum grau de prazer aos sentidos. Por isso, enchem seus cultos de bobagens, como danças, espetáculos de luzes, “pregadores” engraçados e músicas fúteis.
Só pra exemplificar: recentemente, uma banda chegou a cantar a trovinha Atirei um pau no gato durante um culto evangélico, usando (pra piorar) a melodia da música Another Brick in the Wall, de Pink Floyd. Geralmente, quem adota esses modelos de “louvor” abriga na cabeça um conceito equivocado sobre Deus, uma visão profana do que é o louvor e uma ideia reducionista e banalizadora do que é a igreja, concebendo-a como uma “casa de shows” ou coisa que o valha. É claro que, para a infelicidade geral da nação, a promoção dessas coisas atrai muita gente, dando a esse povo a sensação de que “Deus tem abençoado” o seu trabalho.
Falsos evangélicos (que, não esqueçam, são incrédulos disfarçados) também veem as igrejas bíblicas como perniciosas. Eles acham que as igrejas sérias atrapalham porque sua mensagem e modo de funcionamento dão a entender que há um abismo entre elas e o mundo (e há mesmo!), o que prejudica o diálogo e a conciliação (e prejudica mesmo!). Essa turma também acredita que as igrejas bíblicas são chatas (Pra que tanta pregação?), legalistas (Por que falam tanto sobre o pecado? Não julgueis!) e irrelevantes (Aprender doutrina ― dizem ― não serve pra nada e ainda enfraquece o crente).
De fato, para o pessoal “gospel de mente aberta”, tudo que o mundo aprova é bom e aceitável. Homossexualismo, relações sexuais entre namorados, uso de roupas sensuais e chamativas, dissolução de casamentos, pronunciamento de palavrões, vícios de todas as espécies, desobediência aos pais, farras noturnas, bebedices... Tudo isso é acolhido e defendido por essas pessoas, havendo só uma coisa que não toleram e que é alvo constante de suas críticas: a igreja séria, com seu discurso baseado na Escritura, com seus membros de vida diferente e com seu funcionamento regido pela Palavra e não por preferências pessoais e mundanas. No fundo, no fundo, os falsos evangélicos (que, não me canso de dizer, são incrédulos disfarçados) querem que as igrejas bíblicas desapareçam e mostram isso fazendo de tudo para desacreditá-las, ridicularizá-las e enfraquecê-las.
Bem diferentes dos integrantes do “mundo gospel”, há os integrantes do povo santo ― homens e mulheres que foram lavados, justificados e santificados pela fé viva depositada no Filho de Deus (1Co 6.11). Estes são os que um dia, ouvindo o evangelho da cruz sangrenta e do túmulo vazio, tiveram consciência de sua miséria e perdição e, tangidos por temor e tremor, invocaram o nome do Cristo vivo, suplicando seu perdão e salvação, tornando-se, enfim, seus discípulos (Ef 1.13), parte do seu pequenino rebanho, gente de mente e vida transformadas, povo amado por Deus e odiado pelo mundo (Jo 15.18-19).
O pequenino rebanho de Cristo, ao contrário dos falsos evangélicos que circulam por aí, amam as igrejas bíblicas e choram quando ficam longe delas. Eles se preocupam todos os dias com o bom andamento dessas igrejas (2Co 11.28), sofrem até desgaste físico para promover o bem delas (Cl 1.24) e se esforçam para não gerar nenhuma carga adicional que as faça padecer de alguma forma (1Tm 5.16). Eles reconhecem que essas igrejas são o único sustentáculo da verdade neste mundo (1Tm 3.15) e sabem que elas são objeto do amor e do cuidado especial de Deus (Ef 5.25-27).
Como você considera as igrejas bíblicas, aquelas que zelam pela exposição das Escrituras, condenam o pecado em todas as suas formas, zelam pelo bom testemunho cristão e adotam a forma de culto que Deus prescreve na Bíblia? Você as ama ou critica? Pense nisso, pois sua resposta pode revelar se você compõe o povo santo ou se você é um falso evangélico (que, só pra lembrar uma última vez, são incrédulos disfarçados).
Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria