Segunda, 07 de Outubro de 2024
   
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A Aliança Abraâmica

A primeira aliança cujas cláusulas apontam para a eleição de Israel como povo santo de Deus e para a história da redenção, é o pacto unilateral feito por Deus com seu servo Abraão. Ela é relevante para a compreensão do papel de Israel no plano de Deus por causa da perpetuidade que a aliança apresenta. Entretanto, essa não é uma visão unânime entre os teólogos, pois há quem veja tal aliança como promessa condicional que perdeu sua validade diante da infidelidade de Israel como nação pactual e da abertura do evangelho para os gentios. Por isso, Walvoord analisa a questão nesses termos:

Nessa discussão, três pontos de vista concernentes à continuidade de Israel como nação têm sido considerados: (1) A visão que nega que Israel exista hoje e que, portanto, não tem futuro; (2) A concepção de que Israel continua como raça, mas não como uma nação; (3) A interpretação pré-milenista na qual Israel não apenas tem continuidade como uma raça, mas um futuro como uma nação no reino pré-milenar. É evidente que a continuidade de Israel como uma nação depende, em primeiro lugar, da natureza das suas promessas como beneficiária, como por exemplo, em Gênesis 17 aonde a aliança abraâmica é qualificada como eterna e a terra é prometida a Israel como uma possessão perpétua.[1]

Isso evidencia a complexidade e a abrangência da questão, envolvendo a Bíblia toda e não apenas o Antigo Testamento. Engana-se quem julga ser essa questão algo que envolve somente o futuro de Israel. A aliança abraâmica desenha e dirige boa parte da própria história da salvação dos pecadores pela graça de Deus. Ela é tratada ao longo de toda a Bíblia, mas suas estipulações são descritas, principalmente, em Gênesis 12, 13, 15 e 17. O primeiro desses capítulos envolve o chamado de Abraão e um resumo da aliança, a qual recebe detalhes específicos adiante.

Em primeiro lugar, Deus chama Abraão – aqui ainda chamado Abrão[2] – a deixar tudo para trás e seguir para uma terra que ele não conhecia (Gn 12.1), mas que pertenceria à sua descendência (Gn 12.7). O problema é que Abraão não tinha uma descendência. Entretanto, isso foi prometido pelo Senhor como primeiro dispositivo da aliança: “De ti farei uma grande nação” (Gn 12.2). O homem cujo lar era infértil, seria pai de um povo incontável. Além disso – ou por causa disso –, ele seria “abençoado” e seu nome seria “engrandecido”.

Ele seria fonte de bênçãos para quem o abençoasse e vice-versa. Além disso, não somente sua descendência seria alvo de bênçãos por causa de Abraão, mas pessoas de toda a terra (Gn 12.3), de modo a produzir o que predisse Isaías: “O teu nome, eu o farei celebrado de geração a geração, e, assim, os povos te louvarão para todo o sempre” (Is 45.17). Deus não explica, nesse momento, como faria tais coisas ou como um homem de uma família muito pequena poderia ser alguém tão importante, mas garante o cumprimento pleno.

Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra (Gn 12.1-3).

Abraão simplesmente obedeceu e seguiu para Canaã. Lá, o Senhor lhe dá novas nuances da promessa que lhe fez antes. Gênesis 13.14-17 têm duas ênfases: a “terra” e a “descendência”. Quanto à terra, Deus disse: “Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre” (Gn 13.14,15). É notável, nesse ponto, a descrição da durabilidade da promessa: “para sempre”. Quanto à descendência, disse: “Farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência” (Gn 13.6). O homem sem filhos teria uma descendência tão numerosa que, de modo hiperbólico, rivalizaria o número das estrelas do céu ou de grãos de areia à beira-mar[3] (cf. Gn 15.5; 22.17).

Se até aqui as promessas foram feitas por meio de declarações de Deus, no capítulo quinze elas assumem uma forma dramática. Abraão questiona Deus por, apesar de o tempo passar, ele ainda não ter filhos (Gn 15.2,3). Deus confirma a promessa da descendência (Gn 15.4,5) e algo marcante ocorre: “Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça” (Gn 15.6). O Senhor completa a confirmação garantindo, também, a posse da terra prometida (Gn 15.7). Porém, tão surpreendente como a fé do versículo seis, é a pergunta do versículo oito: “Perguntou-lhe Abrão: Senhor Deus, como saberei que hei de possuí-la?” (Gn 15.8).

A palavra de Deus por si é fonte confiável de qualquer promessa. Entretanto, parece que o Senhor quis reforçar a fé de Abraão utilizando um meio de que ele conhecia. O Senhor mandou que ele cortasse alguns animais e colocasse os pedaços um de frente para o outro (Gn 15.9,10). Então, o Senhor somente se comprometeu fazendo passar por entre os pedaços dos animais “um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo” (Gn 15.17). Para entender o que o Senhor fez em relação a Abraão, é necessário entender o significado do rito de passar entre os animais partidos. Infelizmente, o livro de Gênesis não dá tal significado, talvez porque todos, na época, o entenderiam.

Contudo, Jeremias nos ajuda nesse aspecto ao relatar uma aliança feita entre o Senhor e o rei Zedequias junto com os príncipes do povo. A determinação dessa aliança era que eles não tomassem mais israelitas como escravos, libertando os que estavam nessa condição (Jr 34.8-10). Mas eles mudaram de ideia e tomaram novamente os escravos que haviam libertado (Jr 34.11). O Senhor, então, os repreende duramente (Jr 34.12-22). Em meio à repreensão, o Senhor diz: “Farei aos homens que transgrediram a minha aliança e não cumpriram as palavras da aliança que fizeram perante mim como eles fizeram com o bezerro que dividiram em duas partes, passando eles pelo meio das duas porções” (Jr 34.18).

Essa descrição nos ajuda a entender o ritual que Deus promoveu em Gênesis 15. Tudo indica que uma forma de empenhar a palavra em um acordo no mundo antigo era através de se colocar sob uma “maldição” no caso de quebrar a palavra. As partes contratantes matavam e partiam os animais e, ao passarem no meio deles, é como se dissessem: “Se quebrarmos nosso compromisso aqui assumido, que acontece conosco o que aconteceu com esses animais”.[4] Ao que tudo indica, foi o que Deus fez com Abraão naquele dia. Foi uma maneira de “demonstrar” a confiabilidade da sua promessa unilateralmente, já que somente o Senhor se comprometeu nessa aliança, sendo assim uma aliança “incondicional” – ela não dependia de nenhuma condição para que fosse cumprida fielmente.

O Senhor, por meio desse ato, invocou uma maldição sobre si mesmo se não cumprisse a aliança com Abraão (v.18). A ousadia dessa metáfora é quase incompreensível, mas ela transmite a firmeza do compromisso do Deus que não pode mentir.[5]

Ao fazer isso, Deus garantiu a Abraão teria uma vida longa e confirmou a promessa da sua descendência, informando que ela seria escrava em terra estrangeira por quatrocentos anos até que o Senhor os tirasse de lá com riquezas (Gn 15.13-16). Quanto à terra – preocupação de Abraão expressa no versículo oito –, o Senhor garantiu a posse perpétua aos descendentes de Abraão e delimitou seu território (Gn 15.18-21).[6]

O limite Sul dessa terra seria o “rio do Egito”. Há quem proponha que essa é uma referência ao rio Nilo. Contudo, se isso for verdade, a península do Sinai faria parte do território dado por Deus aos israelitas. Isso não condiz com a preparação para a invasão da terra quando o povo estava em Cades (Nm 13), nem com a punição da geração rebelde que deixou o Egito, a qual previa: “Nenhum deles verá a terra que, com juramento, prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que me desprezaram a verá” (Nm 14.23). Levando em conta que eles passaram quarenta anos na península do Sinai, o rio Nilo não pode ser o rio que o Senhor marcou como limite sul da terra prometida. Por outro lado, há um rio intermitente – “Wadi el-Arish” – que, sendo há muito reconhecido como “fronteira do Egito”,[7] é um bom candidato para delimitar a terra ao Sul.[8]

A outra fronteira não é difícil de identificar: o “grande rio Eufrates”. O rio Eufrates é muito extenso e não se deve associar esse ponto geográfico com fronteira oriental com o Golfo Pérsico através da Jordânia, mas com uma fronteira ao Norte através da Síria. Se não é difícil identificar o rio Eufrates, é, pelo menos, surpreendente saber que a fronteira descrita por Deus leva o território israelita bem além dos seus atuais limites para dentro do território sírio. Isso representa, por alto, um aumento em duas vezes do território dominado pelos israelitas na conquista de Canaã.

Israel nunca possuiu toda essa terra.[9] O mais perto que esteve disso foi nos dias de Davi e, mesmo assim, não como pátria, mas como império (2Sm 8).[10] Todo o território entre esses dois rios é descrito como terra de dez povos, sendo que essa lista representa todos os povos que habitavam essa terra (Gn 15.19-21).[11] Tudo isso pertenceria “permanentemente” aos descendentes de Abraão. 

Por fim, Gênesis 17 expõe a aliança de Deus e a responsabilidade de Abraão diante dela por meio de duas colocações introdutórias: “quanto a mim” (Gn 17.4) e “quanto a ti” (Gn 17.9). Da parte de Deus, além de reafirmar uma descendência numerosa (Gn 17.2), Deus introduz um novo elemento dizendo que Abraão seria pai de mais de uma nação – “numerosas nações” (Gn 17.4,6) – de modo que seu nome foi mudado para se adaptar à realidade prometida (Gn 17.5). Na verdade, o próprio livro de Gênesis mostra essa promessa se cumprindo, por exemplo, na própria nação de Israel, ao lado da nação de Edom (Gn 25.23-26), e dos ismaelitas (Gn 25.12).

Também, reis descenderiam de Abraão (Gn 17.6). Cada uma das nações que nasceram do patriarca teve seus reis. O reinado ilustre, obviamente, é o da nação israelita, cuja casa real viria da tribo de Judá (Gn 49.10). Essa promessa era crida com tal convicção por Moisés que, ao listar os reis de Edom, tomou como certa a monarquia em Israel, a qual foi instituída somente quatro séculos mais tarde: “São estes os reis que reinaram na terra de Edom, antes que houvesse rei sobre os filhos de Israel” (Gn 36.31).[12] Por fim, Deus reafirma para com a descendência especial de Abraão – o povo de Israel – a posse perpétua da terra de Canaã (Gn 17.7,8).

Por sua vez, Abraão, além de receber orientação de “andar com Deus e ser perfeito” (Gn 17.1), tinha o dever de manter o sinal da aliança que Deus fez com ele: a circuncisão de todos os homens da linhagem de Abraão, incluindo os escravos que habitassem entre eles (Gn 17.9-14). As duas ordens – procedimento e circuncisão – existem, aqui, em consequência da aliança e não como cláusula condicionante dos seus termos.

Em termos simples, o fato de Deus buscar Abraão e se comprometer com ele deveria ser a razão Abraão honrá-lo com um procedimento compatível. Entretanto, essa não era uma condição para que Deus cumprisse sua promessa. Mesmo quando Abraão não agiu com nobreza e com integridade, como no caso da mentira sobre Sara ser sua irmã, o Senhor não desistiu de cumprir o que garantiu empenhando sua palavra.

O mesmo valia para a circuncisão. A desobediência ao cumprimento do sinal da aliança geraria punição: “O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança” (Gn 17.14). Por isso, a ira de Deus contra Moisés por não ter ele circuncidado seu filho (Êx 4.24-26). Entretanto, ainda que haja punição para a negligência da circuncisão, a aliança abraâmica permanece vigente e será plenamente cumprida.

Algo incontestável na aliança abraâmica é a promessa de que a nação numerosa seria abençoada por Deus. O Pentateuco mostra que Deus abençoa esse povo de várias maneiras, como no livramento do Egito, o sustento no deserto e a confirmação da posse da terra ainda que tenha atrasado a conquista pela rebeldia da primeira geração de israelitas depois do êxodo. Nesse sentido, os oráculos de Balaão confirmam para Israel as bênçãos de Deus prometidas a Abraão e demonstram que as bênçãos incondicionais de Deus não podem ser anuladas pelos atos humanos: “Como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Como posso denunciar a quem o Senhor não denunciou?” (Nm 23.8).

Assim, os oráculos de Balaão, contrariando as intenções dos seus contratantes de amaldiçoar Israel, previram o crescimento numérico de Israel (Nm 23.1-12 cf. Gn 12.2), segurança e vitória dos israelitas (Nm 23.13-26 cf. Gn 15.1,14), prosperidade e poder real (Nm 24.1-9 cf. Gn 17.6,16), um príncipe dominador em Israel (Nm 24.15-19 cf. Gn 49.10), a ruína do povo de Amaleque (Nm 24.20 cf. Gn 12.3) e cativeiro e destruição para quenitas, assírios e hebreus[13] (Nm 24.21-24 cf. Gn 12.3).[14]

Os artigos da aliança abraâmica são claros. Entretanto, um ponto obscuro é o modo como Abraão seria veículo de bênção e maldição, mesmo para outras linhagens ao redor do mundo: “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Nesse caso, o apóstolo Paulo nos ajuda ao identificar a “descendência” ou a “semente” de Abraão como Jesus Cristo (Gl 3.16). A dificuldade, então, é saber como interpretar a palavra “descendência” (“zerá”, em hebraico) dentro das promessas da aliança abraâmica.

Gênesis deixa claro que a descendência seria “numerosa”. Contudo, essa grande família não tem prerrogativas capazes de transmitir bênçãos, pois são homens pecadores como os de qualquer outro povo. Por outro lado, Jesus, como o descendente de Abraão, pode transmitir bênçãos a todos os povos por causa da sua obra redentora. Mas, ele não preenche todas as características desse povo numeroso que habitaria em Canaã.

Os exegetas, muitas vezes, se veem no dilema de ter de decidir entre uma e outra dessas possibilidades e, para isso, têm de escolher quais verdades teológicas eles abrem mão. Mas isso não é necessário. As duas verdades convivem perfeitamente. É indiscutível que a descendência de Abraão em Gênesis é o povo de Israel. Jesus faz parte desse povo numeroso e produz o que nenhum outro membro da família abraâmica poderia.

Por meio e por causa desse descendente ilustre, a saber, o Senhor Jesus Cristo, o nome de Abraão seria motivo de bênção e de maldições e seu nome seria engrandecido. Por meio desse descendente, a descendência de Abraão seria veículo de bênção e salvação até mesmo fora da família, ao redor do planeta. Essa é, também, a razão para a eleição de Israel para ser um povo particular e santificado ao Senhor.

Resumo:[15]

·         Aliança perpétua feita unilateralmente por Deus em benefício de Abraão e da sua descendência.

·         Nome engrandecido, bênçãos e vida longa para Abraão.

·         Prerrogativa de abençoar ou amaldiçoar outros, incluindo pessoas de outras nações, de conformidade com a relação que mantivessem com o descendente de Abraão.

·         Descendência escravizada em terra estrangeira por quatrocentos anos e libertada com riquezas para herdar a terra.

·         Garantia da posse perpétua de uma terra delimitada entre o rio do Egito e o grande rio Eufrates para a descendência de Abraão.

·         Surgimento de reis descendentes de Abraão.

·         Benefícios divinos independem de condições da parte dos homens – aliança “incondicional”.

Pr. Thomas Tronco

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[1] John F. Walvoord, Israel in Prophecy, p. 61-62.

[2] NET Bible, nota 14, em Gn 17.5, informa o significado de “Abrão” como “pai exaltado”, sendo uma provável homenagem a Terá, pai de Abraão. Já, o nome “Abraão” significa “o pai de uma multidão”. Essa mudança de nome ocorre em Gênesis 17.5 por iniciativa de Deus.

[3] Walter Kaiser Jr., Teologia do Antigo Testamento, p. 91.

[4] Cross, Canaanite Myth and Hebrew Epic, p. 265-266, in Ralph Smith, Teologia do Antigo Testamento, p. 146, afirma que rituais semelhantes foram encontrados em Mári, Alalakh e Aslan Tash.

[5] Eugene Merrill, Teologia do Antigo Testamento, p. 243.

[6] Apesar de Ronald Youngblood, The Heart of the Old Testament, p. 43, enxergar em Gênesis 15 o formato de um tratado de suserania hitita, boa parte dos teólogos afirma que a de aliança abraâmica segue a forma de uma “aliança de doação real” (Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento, p. 29 – apesar de ele reconhecer o formato de tratado de suserania e vassalagem em Gênesis 17.1-27 – e Eugene Merrill, “Uma Teologia do Pentateuco”, in Roy Zuck, Teologia do Antigo Testamento, p. 39 – ele chama esse modelo de “concerto de concessão de terras”, seguindo Moshe Weinfeld, “The Covenant of Grant in the Old Testament and in the Near East”, in Journal of the American Oriental Society, 90, 1970, p. 184-203).

[7] Thomas V. Brisco, Holman Bible Atlas, p. 155.

[8] Ele também condiz geograficamente com outras referências ao “rio do Egito”, visto que é associado às localidades no limite sul do território israelita da época (Nm 34.5; Js 15.4,47; 2Rs 24.7; 2Cr 7.8). Um ótimo texto sobre o assunto, que vale a pena ser consultado, é Kenneth A. Kitchen, “Rio do Egito”, in J. D. Douglas (ed.), O Novo Dicionário da Bíblia, vol. 1, p. 482-484.

[9] John F. Walvoord et al, The Bible Knowledge Commentary : An Exposition of the Scriptures, vol. 1, p. 56.

[10] Derek Kidner, Gênesis : Introdução e Comentário, p. 117.

[11] Kenneth A. Mathews, New American Commentary : Genesis 11.27–50:26, p. 177.

[12] H. D. M. Spence (Ed.), The Pulpit Commentary: Genesis, p. 422, diz: “A referência aos reis israelitas nesse ponto tem sido explicada como uma evidência de uma autoria pós-mosaica (Le Clerc, Bleek, Ewald, Bohlen, et alii), ou, pelo menos, como uma interpolação tardia de 1Crônicas 1.43 (Kennicott, A. Clarke, Lange), mas é suficientemente explicado pela recordação de que, em Gênesis 35.11, foram prometidos reis a Jacó”. Ver também Gênesis 17.6,16 e 49.10.

[13] O termo “hebreus”, nessa descrição, não se refere à nação de Israel (visto que Deus garante à nação israelita as suas bênçãos e sua permanência), mas a uma linhagem vinda de Héber. Gênesis 10.21 mostra que Héber deu origem aos povos semitas, dentre os quais Israel é apenas um deles. Talvez, desejando evitar essa confusão, o Targum Onkelos (uma antiga tradução aramaica do Pentateuco hebraico usada nas sinagogas) definiu Héber, em Números 24.24, como “Héber do Eufrates” (“evar perat”), apontando para os semitas do Norte e/ou da Mesopotâmia e excluindo, com isso, os israelitas desse grupo.

[14] Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento, p. 130.

[15] Esses resumos das alianças baseiam-se em um material de aula sobre “o relacionamento das alianças” produzido por Carlos Osvaldo Cardoso Pinto.

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