Segunda, 07 de Outubro de 2024
   
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Cristo no Céu

Pastoral

A Bíblia ensina que, depois de sua morte e ressurreição, Jesus apareceu aos discípulos durante quarenta dias (At 1.3), sendo, depois, assunto aos céus (At 1.9-11). Ali nosso Senhor permanece até hoje, aguardando o dia designado para o seu retorno que, de acordo com as palavras dos anjos, será tão visível quanto foi a ascensão (At 1.11).

O que Jesus está fazendo no céu hoje? Os adventistas, seguindo os erros de Ellen White, dizem que ele está completando sua obra de expiação num santuário celestial. Em vez de aceitar o “está consumado” dito pelo Senhor na cruz (Jo 19.30), eles afirmam que uma nova etapa da obra expiatória de Cristo começou em 1844 e continua até hoje. Com efeito, a declaração de fé dos adventistas diz expressamente o seguinte: “Em 1844, no fim do período profético dos 2.300 dias, ele [Cristo] iniciou a segunda e última etapa de seu ministério expiatório. É uma obra de juízo investigativo, a qual faz parte da eliminação final de todo pecado...”. De acordo com essa mesma declaração de fé, uma das coisas que Jesus investiga agora nessa sua obra celeste é quem guarda os mandamentos de Deus (especialmente o sábado, é claro), pra ver quais pessoas serão salvas no final de tudo. Trata-se, assim, de uma forma bonita e criativa de afirmar que só os membros da seita adventista escaparão do juízo de Deus.

Deixando essas invenções de lado, o que podemos afirmar sobre a obra de Cristo no céu hoje? Tendo a Bíblia como única fonte de verdade doutrinária, o que é possível aprender nela sobre esse assunto?

Bem, em primeiro lugar, as Santas Escrituras dizem que Jesus está sentado à direita de Deus (Hb 1.3-4; Cl 3.1). É verdade que em Atos 7.56, o texto sagrado diz que Estevão, na hora de sua morte, viu Jesus “em pé à destra de Deus”. Não fica claro na passagem porque Estevão viu Jesus nessa posição. Há, no entanto, quem diga que esse quadro descrito em Atos mostra o Senhor se levantando apenas para receber seu servo fiel, sendo que o que predomina no NT é a descrição de Jesus sentado. Isso é importante porque destaca não somente que nosso Senhor reassumiu seu lugar de glória (Fp 2.9), mas também que sua obra de purificação de pecados realmente terminou.

A Bíblia também diz que, sentado em seu trono celeste, Cristo hoje concede misericórdia e graça ao seu povo, de modo que podemos nos aproximar pela fé daquele tão glorioso trono e receber socorro em ocasiões oportunas (Hb 4.14-16). E não somente isso. De acordo com Romanos 8.34, Hebreus 7.25 e 1João 2.1, Cristo também atua como mediador a nosso favor, intercedendo por nós junto ao Pai, defendendo-nos de toda acusação.

Em seu presente estado de glória, Cristo também concede dons à sua igreja (Ef 4.8-11), dando-lhe todos os recursos para que ela seja aperfeiçoada e para que seus membros desempenhem o santo serviço, até que, sendo assim edificados, todos os crentes cheguem “à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina” (Ef 4.13-14).

Outra informação bíblica importante ligada à presente obra de Cristo no céu é que que ele está, neste exato momento, sustentando toda a criação por meio de sua palavra poderosa (Hb 1.3). Assim, se o universo não entra em colapso e tudo não se transforma num caos desordenado, a causa única e verdadeira disso é o Logos poderoso, por meio de quem tudo permanece bem firmado (Cl 1.17).

Finalmente, podemos dizer que, sentado nas alturas, Cristo agora está esperando a chegada do dia em que todos os seus inimigos serão postos como estrado dos seus pés (At 2.34-35). O texto de Efésios 1.22 mostra que Jesus já desfruta desse status em que tudo e todos (inclusive seus inimigos) estão abaixo dele (1Pe 3.22).  Porém, o autor de Hebreus mostra que o exercício efetivo dessa soberania ainda não tomou lugar na história: “Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas” (Hb 2.8). Em vista disso, o Senhor agora aguarda aquele dia em que se levantará do seu trono celeste para subjugar tudo e todos de forma efetiva, concreta, fatual e histórica. Então, como diz Zacarias, finalmente “o Senhor será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o Senhor, e um só será o seu nome” (Zc 14.9).

Saber, pois, que temos um Salvador no céu que reina supremo, concede graça ao seu povo, intercede pelos seus, concede dons à igreja e sustenta tudo é muito animador e confortante. Porém, o que mais nos enche de alegria é saber que, em breve, esse Senhor se levantará de novo para subjugar efetivamente todo o universo e levar, enfim, a história da redenção, ao seu apogeu.

Pr. Marcos Granconato

Non nobis, Domine

 

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