Sexta, 11 de Outubro de 2024
   
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Provérbios 8.22-31

  

Provérbios 8.22-31

“O Senhor me criou como o princípio de seu caminho, antes das suas obras mais antigas; fui formada desde a eternidade, desde o princípio, antes de existir a terra. Nasci quando ainda não havia abismos, quando não existiam fontes de águas; antes de serem estabelecidos os montes e de existirem colinas eu nasci. Ele ainda não havia feito a terra, nem os campos, nem o pó com o qual formou o mundo. Quando ele estabeleceu os céus, lá estava eu, quando traçou o horizonte sobre a superfície do abismo, quando colocou as nuvens em cima e estabeleceu as fontes do abismo, quando determinou as fronteiras do mar para que as águas não violassem a sua ordem, quando marcou os limites dos alicerces da terra, eu estava ao seu lado, e era o seu arquiteto; dia a dia eu era o seu prazer e me alegrava continuamente com a sua presença. Eu me alegrava com o mundo que ele criou, e a humanidade me dava alegria” (Pv 8.22-31).

A igreja com a qual cooperei no Norte de Minas Gerais tinha uma bateria acústica velha e já defasada pelo uso. Ainda assim, ela cumpria bem o seu papel quando tocada por um músico experiente que era membro da igreja. Porém, recebemos visitantes de outro Estado que, entre outras coisas, equiparam e afinaram aquela bateria, algo que foi feito por um professor e músico profissional da área de percussão. Quando ele a tocou durante um ensaio, lembro-me de ouvir o baterista da igreja dizer: “Eu nem sabia que essa bateria tinha esse som”. É impressionante o que mãos habilidosas podem fazer.

A personificação da Sabedoria continua no capítulo 8, assim como o discurso que ela faz. Nos vv.14-21 a Sabedoria apresenta uma espécie de curriculum vitae no qual alista seus feitos entre os homens. Os vv.22-31 constituem uma sequencia natural dessa ideia, com a diferença marcante de que a Sabedoria alista agora o que ela faz nas mãos habilidosas de Deus. Assim, ela diz: “O Senhor me criou como o princípio de seu caminho, antes das suas obras mais antigas; fui formada desde a eternidade, desde o princípio, antes de existir a terra”. A personificação da Sabedoria não deve confundir o leitor fazendo-o achar que ela é uma pessoa de verdade, em vez de uma figura didática de linguagem. A intenção do escritor é mostrar que Deus sempre foi sábio e que é o perfeito exemplo de bom uso do conhecimento. A onisciência divina é não fruto de algum tipo de aprendizado do Senhor, mas um atributo do seu caráter, pelo que a Sabedoria data sua origem desde antes de qualquer criação que conhecemos, dizendo: “Nasci quando ainda não havia abismos, quando não existiam fontes de águas; antes de serem estabelecidos os montes e de existirem colinas eu nasci. Ele ainda não havia feito a terra, nem os campos, nem o pó com o qual formou o mundo”.

Se Deus sempre foi sábio, ele se utilizou disso na criação, pelo que a Sabedoria explica que “quando ele estabeleceu os céus, lá estava eu, quando traçou o horizonte sobre a superfície do abismo, quando colocou as nuvens em cima e estabeleceu as fontes do abismo, quando determinou as fronteiras do mar para que as águas não violassem a sua ordem, quando marcou os limites dos alicerces da terra, eu estava ao seu lado, e era o seu arquiteto”. Esse é um modo poético de dizer que a sabedoria de Deus pode ser vista em tudo que ele criou, seja em sua ordem, forma, funcionamento, beleza e perfeição. Toda a criação proclama ter sido feita por mãos sábias e conhecedoras de todas as coisas. Criar tudo que existe com plena sabedoria trouxe grande satisfação a Deus, assim como traz grande admiração àqueles que entendem sua obra criativa e a natureza perfeita do criador, pelo que a Sabedoria também diz que “dia a dia eu era o seu prazer e me alegrava continuamente com a sua presença. Eu me alegrava com o mundo que ele criou, e a humanidade me dava alegria”. Portanto, o servo de Deus deve estar atento ao que se pode conhecer de Deus por meio das coisas criadas (Rm 1.20) e glorificar o Senhor por isso, ao mesmo tempo em que deve almejar lhe imitar a sabedoria. Se ela é boa para Deus, também é para nós.

Pr. Thomas Tronco   

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