Provérbios 3.1,2
Provérbios 3.1,2
“Meu filho, não se esqueça da minha lei, mas guarde no coração os meus mandamentos, pois eles prolongarão a sua vida por muitos anos e lhe darão prosperidade e paz” (Pv 3.1,2 NVI).
De acordo com uma tradição corrente entre os nativos de Porto Rico, havia uma ilha nas Bahamas que continha uma fonte maravilhosa escondida, cujas águas, segundo dizia a lenda, produziam juventude perpétua. Por causa da ideia desse elixir da vida eterna, Juan Ponce de Leon (1460-1521), o navegador espanhol, empregou uma longa e difícil jornada, mas completamente em vão. Afinal, o que prolonga a vida não é um elixir mágico.
Quem dera Ponce de Leon fosse o único a ter buscado a longevidade! Atualmente, pesquisas científicas tentam fazer tudo ao seu alcance para tentar barrar o inevitável poder da morte. O mercado de cosméticos é uma indústria bilionária. A ironia é que as pessoas que mais procuram uma vida longa são justamente aquelas que desprezam o meio eficaz de isso ocorrer. Pensando nisso, Salomão continua orientando seu filho e seus leitores, dizendo: “Meu filho, não se esqueça da minha lei”. Não se trata apenas de uma recordação qualquer, mas de um apego ao ensino sábio ao ponto de seguir cada uma das instruções. Assim, o pedido do escritor é que seu filho “guarde no coração os meus mandamentos”. Não podemos dizer que esse conselho seja novidade, mas sua sequência é notável. Enquanto no capítulo anterior Salomão informou os benefícios da sabedoria para evitar perdas e tragédias, ele inicia esse capítulo com uma aplicação positiva, ou seja, o ganho de algo bastante desejável.
O benefício que o bom uso da sabedoria produz é o mesmo que foi almejado no passado por Ponce de Leon, já que Salomão explica que seus bons conselhos “prolongarão a sua vida por muitos anos”. Em outros lugares, o escritor afirmou que o agir sábio pode preservar a vida de alguém (Pv 3.16; 4.10; 9.11; 10.27; 14.27; 15.24). Mas o Pentateuco também faz uma afirmação bem específica que garante o mesmo, dizendo: “Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Êx 20.12). Seja por qualquer desses motivos, ou por um conjunto deles, a sabedoria livra o homem do mal e é agraciada por Deus com bênçãos segundo seus propósitos, as quais vão além de longevidade e abrangem também “prosperidade e paz”, palavras que, no Antigo Testamento, denotam uma vida tranquila e proveitosa. Portanto, escolha bem se você quer ficar correndo atrás dos “milagres” da ciência ou se quer viver sob a bênção de Deus que é fruto da sabedoria. A própria escolha dirá se você é sábio ou tolo. Afinal, não adianta gastar uma fortuna com tratamentos e cosméticos e continuar levando uma vida autodestrutiva que nasce da rebeldia contra Deus.
Pr. Thomas Tronco