Provérbios 25.7b-10
Provérbios 25.7b-10
“O que você viu com os olhos não leve precipitadamente ao tribunal, pois o que você fará, se o seu próximo o desacreditar? Procure resolver sua causa diretamente com o seu próximo, e não revele o segredo de outra pessoa, caso contrário, quem o ouvir poderá recriminá-lo e você jamais perderá sua má reputação” (Pv 25.7b-10 NVI).
Conheci uma moça que passou por uma situação tremendamente constrangedora por pura precipitação e tolice. Ele viu o namorado de uma amiga com uma moça na sorveteria da cidade e imediatamente correu para contar. A amiga ouviu o relato, o qual ganhou mais detalhes do que deveria, e ficou muito nervosa, partindo para arrumar uma boa confusão. Chegando lá, a fofoqueira foi na frente e agiu como se desse um flagrante policial, iniciando imediatamente uma lição de moral no namorado da amiga. Quando a suposta namorada traída entrou no local e viu a cena, imediatamente percebeu que se tratava da irmã do namorado, não havendo nada de errado naquele encontro fraternal. Infelizmente, o namorado se sentiu ofendido e terminou o relacionamento de dois anos. Imagine só como foi, na sequência, a conversa entre a namorada rejeitada e a fofoqueira!
Salomão tinha uma boa receita para evitar esse tipo de tolice. Ele diz que “o que você viu com os olhos não leve precipitadamente ao tribunal”. Ver com os olhos aqui quer dizer tomar conhecimento de modo superficial de uma situação sem conhecer detalhes que não estão à vista. A palavra “precipitadamente” explica a questão. A razão de não se tirar conclusões apressadas é que o “próximo”, o alvo da fofoca precipitada, pode esclarecer a verdade que o fofoqueiro desconhece e “o desacreditar” diante dos outros. O que fazer, então? Ignorar um sinal de perigo quando o vê? Não! A Bíblia não ensina a ignorar o mal e o pecado, mas instrui a procurar a pessoa com a intenção de averiguar o ocorrido, pelo que Salomão diz “procure resolver sua causa diretamente com o seu próximo e não revele o segredo de outra pessoa”.
Por isso, antes de fazer comentários sobre alguém, deve-se exortá-lo pelo pecado, assim como Jesus mesmo ensinou (Mt 18.15). Há um custo para quem não age desse modo. Salomão explica que “quem o ouvir poderá recriminá-lo e você jamais perderá sua má reputação”. Nesse caso, quem repreende o fofoqueiro são seus próprios ouvintes quando percebem tanto a falta de veracidade das conclusões precipitadas como as intenções reais por trás desses comentários. É fácil perceber que as intenções de um fofoqueiro não são tão boas como ele afirma, de modo que as pessoas o rejeitam e passam a ter cautela no convívio com ele, pois sabem que podem se tornar seus próximos alvos. Assim, veja bem o que você fala dos outros. Uma frase tola e precipitada pode trazer anos de problemas e desgostos.
Pr. Thomas Tronco