Provérbios 24.30-34
Provérbios 24.30-34
“Passei pelo campo do preguiçoso, pela vinha do homem sem juízo; havia espinheiros por toda parte, o chão estava coberto de ervas daninhas e o muro de pedra estava em ruínas. Observei aquilo, e fiquei pensando, olhei e aprendi esta lição: ‘Vou dormir um pouco’, você diz. ‘Vou cochilar um momento; vou cruzar os braços e descansar mais um pouco’, mas a pobreza lhe virá como um assaltante, e a sua miséria como um homem armado” (Pv 24.30-34 NVI).
Muita gente sonha em falar com anjos, mas não sei se gostariam de ouvir o que eles têm a dizer. Boa parte das falas angelicais registradas nas Escrituras é algo como “levante-se depressa!”. Um anjo apareceu para Pedro na prisão e lhe disse: “Depressa, levante-se!” (At 12.7). Um anjo disse a Gideão: “Vá” (Jz 6.14). Um anjo disse a Elias: “Levante-se e coma” (1Rs 19.5). Um anjo apareceu a José em um sonho, quando Herodes estava para matar os bebês de Belém, e disse: “Levante-se” (Mt 2.13). Um anjo apareceu a Filipe e disse: “Vá” (At 8.26), ao que “ele se levantou e partiu” (At 8.27). Parece que os anjos não gostam muito da ociosidade.
Salomão também não aprovava a vida ociosa, pelo que chama o “preguiçoso” de “homem sem juízo”. Em suas andanças, ele afirma ter passado pelo “campo” de um “preguiçoso” e o que ele viu foi que “havia espinheiros por toda parte, o chão estava coberto de ervas daninhas e o muro de pedra estava em ruínas”. A causa disso não era nenhum tipo de desastre natural, mas a ação do “preguiçoso”, ou melhor, a falta dela. Em vez de cumprir suas responsabilidades, tanto no campo, para garantir seu sustento, como em casa, na manutenção da sua propriedade, o homem ocioso diz para si mesmo “vou dormir um pouco”. Por incrível que pareça, as pessoas que menos trabalham são as que demonstram maior cansaço. Por isso, exausto de não fazer nada, ele decide “cochilar um momento” e, depois, “cruzar os braços e descansar mais um pouco”.
Parece bom! Afinal, quem não gostaria de passar o dia descansando? Contudo, há consequências sérias por causa do descanso excessivo e a intenção do escritor é alertar seus leitores disso. A previsão óbvia para a visão que Salomão teve do campo abandonado pelo preguiçoso é que “a pobreza lhe virá como um assaltante e a sua miséria como um homem armado”. A comparação da “pobreza” com um “assaltante” serve para mostrar tanto que esse homem perderá o que não quer como que ele não conseguirá evitar a consequência da preguiça. A lição não poderia ser mais clara: se você evita ou fica adiando seus deveres, os resultados da falta do trabalho o atingirão. Infelizmente, toda a família do preguiçoso também sofre. A verdade é que não é possível qualificar uma pessoa como preguiçosa e sábia ao mesmo tempo. Por isso, cumpra seus deveres primeiro e depois descanse merecidamente. Esse é o descanso de um sábio.
Pr. Thomas Tronco