Provérbios 24.1,2
Provérbios 24.1,2
“Não tenha inveja dos ímpios, nem deseje a companhia deles; pois destruição é o que planejam no coração, e só falam de violência” (Pv 24.1,2 NVI).
Certa vez, uma professora de escola bíblica dominical ficou horrorizada com o desenho feito por um de seus pequenos alunos. A professora, depois de ver a figura, disse ao menino: “Por que está me parecendo que o desenho retrata um cowboy entrando em um bar?”. “Porque é isso mesmo”, respondeu a criança, “mas está tudo bem, pois ele não vai beber; vai apenas atirar em alguém”. A verdade é que a violência está tão entranhada em nossa sociedade que acabou se tornando comum até para crianças.
Mais uma vez Salomão aborda o problema de invejar fatores ligados à vida dos “ímpios”. E novamente o escritor não olha para isso como um mero inconveniente, mas como um pecado que deve ser evitado. Por isso, diz, enfaticamente: “Não tenha inveja dos ímpios, nem deseje a companhia deles”. Em outras palavras, os ímpios devem estar fora da vista e da companhia dos servos de Deus que buscam por sua sabedoria. Apesar de haver muitas razões para isso, nesse caso o escritor tem em mente os “ímpios” que “planejam no coração” coisas muito negativas ligadas à “destruição”. O texto não especifica que tipo de destruição o escritor tem em vista, mesmo porque essa parece ser uma menção larga de uma atitude generalizada. Trata-se de pessoas que não têm respeito pelo direito, pela propriedade, pela justiça e pelo bem-estar alheio.
Na verdade, não é tão difícil conhecer gente assim, não pelo que fazem exatamente, mas pelo que falam — felizmente, nem todo plano de destruição é posto em prática. Porém, um texto bíblico nos lembra de que a “boca fala do que está cheio o coração” (Lc 6.45). Desse modo, esses ímpios “só falam de violência”. O perigo, nesse caso, é que o servo de Deus pense que se trata apenas de uma maldade da boca para fora e se torne descuidado na presença desses ímpios. Entretanto, basta uma fagulha para que o combustível exploda. Por isso, o sábio não deve admirar tal instabilidade e volatilidade. São características de um homem cheio de problemas e não de alguém invejável que sirva de modelo para qualquer um. O servo de Deus deve ver além da imagem pública, reparando os contornos do um coração perverso daqueles que rejeitam a Deus. Em vez de invejá-los, deve se encorajar ainda mais a ser diferente deles e a defender valores que eles só desejam destruir.
Pr. Thomas Tronco