Provérbios 23.26-28
Provérbios 23.26-28
“Meu filho, dê-me o seu coração; mantenha os seus olhos em meus caminhos, pois a prostituta é uma cova profunda, e a mulher pervertida é um poço estreito. Como o assaltante, ela fica de tocaia, e multiplica entre os homens os infiéis” (Pv 23.26-28 NVI).
Conheci um homem cuja história me assustou muito. Ele era bem casado e pai de três filhos. Tinha um ótimo emprego e uma linda casa. Muita gente que eu conhecia o invejava. Entretanto, uma nova secretária começou a trabalhar para ele e, sendo muito bonita e sedutora em seu modo de agir, rapidamente enredou aquele homem. Com isso, seu casamento se desfez, seus filhos deixaram de falar com ele, seus bens se dissiparam — metade foi entregue à esposa no divórcio e a outra metade foi consumida pela amante — e perdeu seu emprego tão logo a chefia descobriu seu caso com a secretária. Com o tempo, a amante o abandonou e hoje ele não tem absolutamente mais nada. Uma sedução que custou caro demais para ele.
Na sequência de um texto que fala da satisfação paterna por ver um filho submisso às orientações sábias dos progenitores (Pv 23.22-25), Salomão prossegue chamando a atenção do filho às suas instruções dizendo: “Meu filho, dê-me o seu coração; mantenha os seus olhos em meus caminhos”. Esse texto não é diferente dos anteriores e podia figurar junto a eles se não fosse a conjunção “pois” no versículo seguinte. Com ela, Salomão especifica o que ele tem em mente aqui como evidência da sabedoria adquirida pelo filho. Sendo assim, ele explica que “a prostituta é uma cova profunda e a mulher pervertida é um poço estreito”. Apesar da citação de uma “prostituta”, o texto não se preocupa apenas com mulheres que se entregam a homens por dinheiro, mas que simplesmente os arrastam para seus leitos, indiferente às suas motivações. Uma “mulher pervertida” que o faça por simples diversão é tão perigosa para o homem quanto a que cobra por sua companhia.
O que Salomão tem como preocupação são os laços que podem prender um homem e lhe trazer sofrimentos e consequências que ele jamais desejou para si. É justamente com a figura de uma caçada que o escritor coloca sua preocupação. Segundo ele, algumas mulheres ficam “de tocaia”, esperando por sua presa. Seu alvo preferencial está, segundo o texto, “entre os homens os infiéis”, o que mostra que tipo de problema aflige o escritor. Ele temia que seu filho e os demais leitores maculassem a pureza dos seus lares por causa dos encantos de mulheres sem valor, as quais vivem para ajuntar imoralidades à sua lista suja de feitos e conquistas. O grande problema é que está crescendo assustadoramente em nossos dias tanto o número desse tipo de mulher como o número de homens infiéis. Por isso, afaste-se de mulheres que agem com sedução até nas conversas mais simples e fuja de dar corda aos seus próprios impulsos carnais. O mundo de hoje está como o conhecemos porque abandonou há muito tempo a moral e a decência. O servo de Deus faz o oposto!
Pr. Thomas Tronco