Segunda, 09 de Dezembro de 2024
   
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Passaporte Diplomático

Pastoral

Recentemente, li um artigo sobre o fato de alguns líderes religiosos terem recebido passaportes diplomáticos do governo brasileiro que, até então, eram exclusivos de presidentes, ministros e, claro, diplomatas.

O caso é que um desses líderes religiosos, apoiado por deputados ligados à sua igreja, quis embarcar em um dos seus jatos particulares sem passar pelos trâmites normais da alfândega. O artigo dizia que ele pretendia chegar ao aeroporto de helicóptero e ir diretamente ao seu jato. Diante das objeções dos funcionários federais, o líder religioso disse que poderia recebê-los em seu avião. Toda essa ousadia e despropósito se fizeram com base nos pretensos direitos concedidos pelo passaporte diplomático.

As Escrituras ensinam que os crentes também são diplomatas. São cidadãos da “pátria celestial” (Fp 3.20), foram enviados a esse mundo pelo nosso Senhor (Jo 17.18; 20.21) e têm a responsabilidade de representar e divulgar os interesses e o caráter do reino ao qual pertencem (At 1.8).

A diferença marcante, contudo, entre os diplomatas políticos e os diplomatas de Cristo é que os primeiros possuem um passaporte que lhes dá diversos direitos, enquanto os últimos possuem um (a Bíblia) que lhes reveste de deveres e responsabilidades. Se alguém pode abusar do poder de representar um país terreno, o mesmo não se dá em relação à pátria celestial.

A Palavra de Deus nos ensina que, como representantes de Cristo, temos de estar sempre prontos para pregar as boas novas da salvação (1Co 9.16; 1Pe 3.15), anunciar a identidade do nosso Deus (At 10.42) e aceitar o fardo de representar nosso Senhor em um mundo que o despreza (Jo 17.14 cf. 2Tm 4.6).

Fazendo isso cumpriremos nosso dever para com nosso Rei e faremos jus à nossa função. Ao final, sabemos que, como os diplomatas terrenos, nós também seremos recebidos em casa com todas as honras por aquele que nos enviou (2Tm 4.7,8).

Pr. Thomas Tronco
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