Sexta, 11 de Outubro de 2024
   
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Provérbios 23.9

  

Provérbios 23.9

“Não vale a pena conversar com o tolo, pois ele despreza a sabedoria do que você fala” (Pv 23.9 NVI).

Quando eu era garoto, tive um professor muito difícil de tolerar pelo modo impessoal e às vezes cruel com que nos tratava. Além de suas aulas serem corridas e não buscarem exatamente o aprendizado dos alunos, mas a conclusão do conteúdo programático, suas provas costumavam ser injustas, pedindo respostas acima da capacidade dos alunos e não afinadas com as aulas ministradas. Precisando de muita nota, um colega de classe disse haver desistido da matéria. Contou a uma turma que ele planejava ofender o professor e sair da sala. Eu o chamei no canto e disse para ele não fazer isso, mas tentar obter a nota de que ele precisava. Mas ele não me deu ouvidos. Fez exatamente o que planejou. Que surpresa eu tive ao ver que a prova era facílima e que quase todos tiraram nota 10, pois o professor percebeu que o ano todo foi rigoroso demais e resolveu compensar na última prova.

A reprovação do meu colega de classe só ilustra uma verdade ensinada por Salomão, dizendo que “não vale a pena conversar com o tolo”. O sentido original dessa frase é mais profundo e específico, pois o escritor não fala de uma conversa qualquer, mas daquela que é dita próximo ao “ouvido” da pessoa. É a imagem de uma conversa privada e não pública. Trata-se daquelas ocasiões em que alguém puxa o outro para um canto a fim de lhe dar conselhos benéficos sem constrangê-lo na frente dos outros e com a intenção de guiar seu caminho e impedir que ele cometa alguma loucura que o fará sofrer depois. Muitas vezes, o conteúdo de uma conversa ao pé do ouvido como essa visa a repreender alguém por seu erro e corrigi-lo, fazendo-o se voltar para o que é certo e produzir frutos proveitosos. Muitas vezes, a intenção é encorajar aquele que dá mostras de que está a ponto de se romper e desistir de seus objetivos. Seja qual for o conteúdo, essa conversa privada visa ao bem do ouvinte.

O bom é saber que, para o homem sábio, mesmo palavras cochichadas que contenham bons conselhos e instruções são integralmente aproveitadas. É como regar um vaso bem adubado em que está enraizada uma planta forte, fértil e vistosa. Mas quando se trata do “tolo”, Salomão diz que é tempo perdido, “pois ele despreza a sabedoria do que você fala”. Seja pela arrogância de se sentir autossuficiente, pelo orgulho de não querer admitir o erro ou pela estupidez de insistir no desvio sem pensar nas consequências, o tolo ignora os alertas preocupadamente cedidos a ele. O resultado é que ele faz tolices cujas consequências lhe trazem sofrimento depois. Portanto, pense muito bem antes de rejeitar conselhos que pessoas de confiança lhe dão ao pé do ouvido, pois dificilmente elas querem outra coisa que não o seu bem. Se você aprender essa lição, certamente tirará 10 na prova da vida sobre a sabedoria.

Pr. Thomas Tronco

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