Provérbios 22.16
Provérbios 22.16
“Tanto quem oprime o pobre para enriquecer-se como quem faz cortesia ao rico, com certeza passarão necessidade” (Pv 22.16 NVI).
Em 1923, um grupo dos financistas mais bem sucedidos do mundo se reuniu no Edgewater Beach Hotel, em Chicago. Coletivamente, esses magnatas controlavam mais riqueza do que havia no Tesouro dos Estados Unidos. Passados vinte anos, a situação mudou para boa parte deles. Charles Schwab, presidente das maiores siderúrgicas da época, viveu seus últimos cinco anos com dinheiro emprestado e morreu sem um tostão. Arthur Cutten, o maior especulador do ramo do trigo, morreu falido. Richard Whitney, presidente do New York Stock Exchange, cumpriu pena em Sing Sing. Jesse Livermore, o maior negociante de Wall Street, Leon Fraser, presidente do Bank of International Settlement, e Ivar Krueger, cabeça do maior monopólio do mundo, cometeram suicídio. Todos esses homens sabiam como ganhar dinheiro, mas nenhum deles sabia viver. De fato, dinheiro não garante a felicidade.
Salomão teve muita gente rica em sua corte e, provavelmente, conhecia a fonte de renda da maioria deles, isto é, pelo menos tinha conhecimento se os ganhos eram honestos ou frutos de procedimentos abusivos. Ainda assim, esse provérbio não ensina que todo rico um dia ficará pobre. A lição não é exatamente monetária, mas jurídica, já que Deus intervém como juiz da humanidade. Sendo assim, o escritor se refere primeiro àquele que “oprime o pobre para enriquecer-se”. Trata-se tanto de pessoas que se valem de expedientes desonestos como de ações típicas daqueles que, por ter dinheiro, ditam regras injustas que exploram pessoas que dependem deles — algo que a Bíblia terminantemente proíbe. Em segundo lugar, ele se refere a “quem faz cortesia ao rico”. Isso não significa apenas cumprimentar pessoas abastadas, mas viver para andar em seu meio, mesmo que para isso seja preciso agir mal. Também significa que tais pessoas aprovam as práticas erradas de homens ricos para viverem acercados deles.
Seja como for, essas pessoas, que valorizam mais o dinheiro, o prestígio e o status social, “com certeza passarão necessidade” — segundo as palavras de Salomão. A questão primordial é definir as causas dessa virada. Apesar de o texto não declarar, o contexto do livro traz implícita a mensagem de que Deus é o punidor do mal, pelo que ele mesmo é a razão da derrocada de homens ricos que não têm moral, decência, honra, honestidade e compaixão. Por isso, tome muito cuidado com sua escala de valores, pois, se qualquer dinheiro ou objeto entrar nessa escala antes do Senhor e do amor por seu rebanho, não somente a atitude dos homens irá mudar em relação a Deus como a do próprio Deus em relação aos homens. Não confie no dinheiro, pois ele passa e perde seu valor. A Palavra de Deus permanece para sempre.
Pr. Thomas Tronco