Sexta, 11 de Outubro de 2024
   
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Provérbios 21.11

  

Provérbios 21.11

“Quando o zombador é castigado, o inexperiente obtém sabedoria; quando o sábio recebe instrução, obtém conhecimento” (Pv 21.11 NVI). 

Raymond L. Nooman, discursando em uma formatura, disse o seguinte: “Para a turma de formandos, deixo o bom conselho que eu dei para os alunos de anos anteriores. Esse conselho é realmente tão bom como novo, visto muito poucos o seguiram”. Essa ironia mostra como as pessoas são resistentes ao ensino. Se alguém quiser saber a razão de tão grande insensatez, as palavras de Winston Churchill talvez tragam alguma luz à questão. O primeiro-ministro britânico disse, certa vez, o seguinte: “Pessoalmente, eu estou sempre pronto a aprender, embora nem sempre esteja pronto para ser ensinado”. Aqui está um ponto que diferencia o sábio do tolo.

O presente texto é uma repetição da ideia contida em Provérbios 19.25 — ainda que não sejam exatamente as mesmas palavras. A parte positiva do versículo é também seu desfecho, o qual afirma que “quando o sábio recebe instrução, obtém conhecimento”. Isso demonstra que o sábio não nasce sábio. Ele necessita de ensino e correção como qualquer outra pessoa. O que faz dele um sábio é a disposição de aprender e de ser corrigido quando erra. É claro que, para tanto, sabedoria e humildade devem andar intimamente ligadas. Esse é o segredo do sábio. Porém, Salomão alerta de que “quando o zombador é castigado, o inexperiente obtém sabedoria”. O “inexperiente” aqui não é o mesmo que o “zombador”, o qual ocupa, no texto, a figura do tolo. O “inexperiente” é aquele que ainda não teve oportunidade de aprender o que o sábio já entendeu. Ao ver o zombador ser punido por seu erro, o inexperiente ganha experiência e ruma em direção à sabedoria.

Assim, se o sábio e o inexperiente estão abertos ao ensino, mesmo que seja por meio da repreensão do erro, a pergunta a ser respondida é a seguinte: o que há de errado com o zombador? Por que ele não se vale das correções para aprender e evitar futuras reprimendas? Por que o tolo quer continuar sendo tolo? A resposta vai além do raciocínio lógico e passa pelo coração duro e arrogante do insensato. Em vez de ter alegria em crescer, ele se alegra em zombar de todos os valores morais, justos e retos. Seu orgulho não lhe permite aproveitar os instrumentos de sabedoria que atingem a imagem elevada que ele faz de si mesmo. Aprender de um livro, por exemplo, é aceitável para ele. Porém, aprender de outras pessoas, principalmente se isso mostrar que ele não sabe tudo e que não é autossuficiente, constitui em sua mente uma vergonha, razão pela qual o tolo rejeita esse ensino. Sendo assim, a pergunta que resta é: “Como você se comporta quando é corrigido por alguém?”.

Pr. Thomas Tronco

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