Provérbios 21.10
Provérbios 21.10
“O desejo do perverso é fazer o mal; ele não tem dó do próximo” (Pv 21.10 NVI).
Alguns “brincalhões” da cidade de Shawnee, no Estado norte-americano de Oklahoma, retiraram uma placa de estrada que sinalizava a existência de um cruzamento perigoso à frente. Os jovens, após sua traquinagem, foram embora rindo, mas logo ouviram os resultados da sua brincadeira no rádio. O pastor Clifford L. Head, de cerca de trinta anos, estava dirigindo seu carro junto com quatro membros da sua família. Ao chegar ao cruzamento sem o devido aviso, outro carro, vindo pela estrada perpendicular, atingiu diretamente a frente do veículo do pastor, o qual morreu instantaneamente. Sua esposa teve ambos os braços e pernas quebrados. Ela, os filhos e o outro motorista tiveram de ser levados às pressas para o hospital. A defesa dos rapazes foi que eles não queriam que isso ocorresse. Mas, afinal, o que realmente eles achavam que aconteceria ao se retirar uma placa tão importante?
Infelizmente, todos nós conhecemos a capacidade que o homem tem de ser maldoso com as outras pessoas, pelo que Salomão alerta de que “o desejo do perverso é fazer o mal”. Parece-nos que esse desejo não demora muito a surgir no ser humano. Podemos percebê-lo até em crianças pequenas, cujo impulso de agredir é satisfeito em outras crianças. Em idade escolar, podemos ver grupos se formando, nos quais os mais fortes se divertem à custa dos mais fracos. Na idade adulta, a maldade toma formas mais sutis e danosas, de modo que o sofrimento de um é a alegria de outro. Mas por que as pessoas gostam tanto de trazer sofrimento, vergonha e prejuízo a terceiros? O próprio escritor conta que isso ocorre porque o perverso “não tem dó do próximo”. Nem podia ser diferente, pois qualquer um que tenha um pouco de consideração pelos outros certamente evita causar danos a eles. É justamente aquele que só pensa em si que mais faz as pessoas ao seu redor sofrer com sua maldade.
É impressionante o número de problemas cuja origem é orgulho e egoísmo que se mostram na forma de desconsideração e de falta de tato nos relacionamentos. Quando isso acontece, o causador de males, que deveria sentir pena dos sofredores, se diverte com o mal deles. É claro que uma deformação desse tipo no coração de alguém não se dá da noite para o dia. É preciso desenvolver desprezo e desrespeito ao longo de muito tempo. É necessário, também, unir-se a outros debochadores arrogantes para que o pior de si aflore e encontre vítimas ao redor. Por isso, tome muito cuidado com as pessoas com quem você anda, com o tipo de imagem que você tem de si mesmo, com objetivos egoístas que menosprezam os outros e com as coisas que abriga em sua mente e coração. Quando o tolo chega ao estágio de não se importar com mais ninguém, a viagem de volta é muito difícil ou até impossível. Aí, em cada cruzamento por onde ele passar, certamente haverá um acidente.
Pr. Thomas Tronco