Provérbios 20.30
Provérbios 20.30
“Os golpes e os ferimentos eliminam o mal; os açoites limpam as profundezas do ser” (Pv 20.30 NVI).
Quando a Sra. Fay Young se cansou das queixas frequentes da sua filha de 14 anos de idade na mesa do jantar, decidiu fazer algo sobre isso. Já que ela reclamava de todas as comidas, a Sra. Young foi até a biblioteca para saber o que uma menina como a filha teria comido durante os ataques a Londres na Segunda Guerra Mundial. Então, ela colocou a filha Janet na dieta de guerra naquela mesma semana, dando-lhe a ração diária de 400 gramas de carne, 3 ovos, pouco mais de um quilo de batata e 60 gramas de queijo. O jantar de domingo foi pão com manteiga e um ovo cozido. Janet, a filha, disse o seguinte ao final do seu castigo: “Foi uma boa lição. Eu nunca mais vou reclamar”.
Eu pessoalmente conheço o valor da disciplina, visto que fui alvo dela muitas vezes em minha infância e hoje usufruo os efeitos positivos que ela produziu em mim. Infelizmente, esse ensino bíblico tem sofrido muita resistência nos nossos dias, como se as crianças pudessem por si mesmas decidir o que é certo e errado e viver como desejarem. Mas Salomão não pensava assim. Ele dizia que “os golpes e os ferimentos eliminam o mal”. Ele se refere, com isso, à ação disciplinadora da vara — obviamente, ela causa dor sem causar injúrias físicas, visto ser um castigo didático e não uma tortura. Assim, quando bem aplicada, a disciplina atinge o coração do “mal” na sua forma de rebeldia e desobediência. Bem administrada, a disciplina ensinada nas Escrituras dói mais no orgulho que no físico e deixa marcas didáticas na memória do indisciplinado.
O escritor segue dizendo que “os açoites limpam as profundezas do ser”. A linguagem é forte, pois o castigo físico não se limitava aos pequeninos birrentos, mas a adultos infratores. Esses, por serem maiores e cometerem maldades mais graves, sofriam, em alguns casos, punições físicas como açoites. Mesmo nesse caso, a ideia era limpá-lo da maldade e da obstinação. Hoje não se costuma açoitar pessoas, nem exagerar na disciplina de crianças, por haver boa compreensão dos limites saudáveis da disciplina e dos efeitos que ela tem. Por isso, é preciso olhar para esse texto e deixá-lo dirigir os parâmetros da correção, visando sempre ao ensino do bem e à supressão da maldade. O interessante é que as pessoas que são corrigidas corretamente não se queixam da correção, sentindo-se normalmente aliviadas por se libertarem da rebeldia. A outra opção é deixar o rebelde em sua insensatez, mas ele só vai ficar mais ousado e maldoso. Que receita, então, você vai seguir? A de Deus ou a da moda?
Pr. Thomas Tronco