Terça, 08 de Outubro de 2024
   
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Provérbios 20.10

  

Provérbios 20.10

“Pesos adulterados e medidas falsificadas, são coisas que o Senhor detesta” (Pv 20.10 NVI). 

Nessa semana, li em um site de reclamações o caso de um consumidor que foi a um supermercado que eu conheço, na Zona Norte de São Paulo, e fez um pedido no balcão de carnes. A balança do açougue pesou e calculou o valor de 700 gramas de carne. Contudo, o cliente desconfiou, achando que o peso não estava correto. Pediu, então, para que a balança do caixa fosse utilizada para conferir o peso da carne e o resultado foi 460 gramas. O cliente voltou ao açougue para reclamar, mas foi ofendido de diversas formas e até agredido fisicamente, o que o fez ligar para a polícia. Assim que os policiais chegaram, os valentes e desaforados funcionários saíram correndo a fim de fugir do flagrante. Eles agiam com desonestidade em sua balança de carnes e eram muito ousados nessa ação, mas sabiam muito bem que isso é errado e que a lei não gosta nada de trapaças e de trapaceiros. 

Esse mundo está — como dizem alguns — de pernas para o ar. Primeiro, por demonstrações de desonestidade como essa. Depois, porque os trapaceiros temem a polícia e a justiça, mas não temem o maior juiz de todos, a saber, o próprio Deus. Entretanto, Salomão não quer que os homens se esqueçam de quem eles devem temer caso desejem tirar vantagem dos outros. É claro que há muitos modos de trapacear, mas esse texto vislumbra “pesos adulterados e medidas falsificadas”. Trata-se de um método em que se mostra certo peso ao cliente, mas se usa outro, ou em que a aparência dos métodos de medida tem a mesma aparência dos corretos, mas com características diferentes, favorecendo o vendedor com lucros que ele não merece. É o mesmo que acontece hoje quando alguém anuncia um peso e vende outro, que supervaloriza certo produto ou que omite defeitos e fraquezas de algo que vende.

O fato é que todos nós já fomos ludibriados em uma ou em outra medida e temos grande ojeriza por atos dessa categoria. Contudo, não somos nós aqueles que mais se opõem a esses atos. O escritor afirma que essas “são coisas que o Senhor detesta”. A palavra hebraica traduzida aqui como “detesta” é um termo muito forte que expressa um grande ódio. Uma figura como essa não precisa de mais palavras para indicar que o sentimento do Senhor é seguido por sua ação de trazer juízo contra os desonestos. O juízo definitivo terá lugar no futuro escatológico, mas, no presente, já é possível ter alguns vislumbres do poder do julgamento divino contra a desonestidade e a falta de caráter. Por isso, até o mais desonesto dos homens deve ter senso e temor em seus negócios, pois nenhuma falcatrua pode tapear o Senhor e nenhuma desculpa falsa pode convencê-lo. Da polícia é possível fugir do flagrante, mas de Deus, não!

Pr. Thomas Tronco

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