Provérbios 19.6,7
Provérbios 19.6,7
“Muitos adulam o governante, e todos são amigos de quem dá presentes. O pobre é desprezado por todos os seus parentes, quanto mais por seus amigos! Embora os procure, para pedir-lhes ajuda, não os encontra em lugar nenhum” (Pv 19.6,7 NVI).
Nos meus dias de Ensino Fundamental, conheci uma moça que eu qualificava como “sem personalidade”. A razão disso é que ela mudava completamente seu modo de agir dependendo de quem estivesse perto dela. É claro que isso não valia para qualquer um. Ela somente agia assim perto das pessoas “populares”, buscando sua aprovação e agindo de modo a fazer parte de um grupo seleto. Porém, achando-se alguma coisa por andar com as pessoas mais badaladas da escola, essa moça demonstrava desprezo e agressividade quando estava diante de gente simples, como se fosse uma desonra para ela conversar com pessoas fora do famoso grupinho. No final, essa moça acabou bastante solitária, pois foi desprezada pelos alunos populares e ignorada por aqueles que ela maltratou. Nunca mais ouvi falar dela.
Essa atitude tola não vem de hoje, mas de longa data. Salomão, que era o governante de Israel, percebia o modo como era tratado, pelo que diz que “muitos adulam o governante”. É claro que ele não se deixava enganar por tanta bajulação. Mas isso não é exclusividade dos governantes, porém, “todos são amigos de quem dá presentes”. Isso quer dizer que é como se a amizade de algumas pessoas estivesse à venda. Mas esses só se vendem pelo melhor preço ou por aquele que for mais influente. Por isso, o “pobre” não é tratado com deferência, mas “é desprezado por todos os seus parentes, quanto mais por seus amigos!”. É claro que isso não inclui os amigos verdadeiros e apegados como um irmão dos quais Provérbios 18.24 trata. Os falsos amigos que abandonam as pessoas que passam por revezes são os mesmos citados em Provérbios 19.4, mostrando uma das piores hipocrisias que podemos testemunhar.
A lição para pessoas que não são ricas, nem populares, é que elas devem confiar em Deus sinceramente e não nos homens, pois, “embora os procure para pedir-lhes ajuda, não os encontra em lugar nenhum”. Quanto aos bajuladores, estes devem saber que estão seguindo um caminho que tem dois obstáculos muito cruéis. O primeiro é serem tratados como capachos de quem eles bajulam. O segundo é enfrentar a avaliação verdadeira e profunda do Senhor, o qual sonda os corações e sabe a intenção dos homens, mesmo aquela mais obscura e encoberta. Por um lado, todos devem depender de Deus e não de armações e lisonjas que tornam a honra algo sem sentido. Por outro lado, todos devem ter personalidade, mas controlada pelo Espírito Santo e dirigida pelo ensino das Escrituras. Quem faz isso não terá a amizade e o respeito de todos, mas certamente o terá de quem realmente importa.
Pr. Thomas Tronco