Provérbios 19.3
Provérbios 19.3
“É a insensatez do homem que arruína a sua vida, mas o seu coração se ira contra o Senhor” (Pv 19.3 NVI).
Há algo que acho curioso naquelas pessoas que desprezam Deus e que até dizem não crer em sua existência. Apesar de zombarem dos cristãos, afirmando que Deus é uma criação da mente humana, quando alguma tragédia ocorre, muitos deles acusam o Senhor de não ser bom. Perguntam aos cristãos: “Onde estava Deus quando a catástrofe ocorreu?”. Nessas ocasiões eu pergunto: “Qual Deus? O meu que existe ou o seu que não existe?”. De qualquer modo, apesar de o argumento em prol da inexistência de Deus ser falido, o ódio demonstrado por esses ateus contra o nosso Senhor é algo visivelmente pessoal, aquele tipo de sentimento que não se pode ter contra um ser inexistente, mas sim contra alguém que é muito real. Isso apenas revela que, no fundo do coração dos homens, a rebeldia contra o Deus vivo não é apenas passiva, mas também ativa, a qual promove uma feroz militância contra o Senhor.
Infelizmente, não são apenas os ateus que culpam Deus pelo sofrimento. Os tolos fazem o mesmo. Salomão diz que “é a insensatez do homem que arruína a sua vida”. Apesar de a Palavra de Deus ensinar o caminho da retidão e alertar para as consequências da rebeldia e da insensatez, o tolo resolve fazer as coisas do seu próprio modo a fim de atender seus gostos e impulsos. Normalmente, ele só consegue descobrir, mais cedo ou mais tarde, que as consequências são reais e dolorosas. Afinal, a Bíblia é bem clara ao dizer que “de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá” (Gl 6.7). Contudo, algo que é realmente surpreendente, mesmo vindo do tolo, é que, ao receber os resultados ruins dos seus atos de desobediência, ele frequentemente transfere a fonte da culpa. Em vez de dizer “isso é minha culpa”, o escritor, falando do insensato, afirma: “O seu coração se ira contra o Senhor”, como se dissesse que a culpa é de Deus.
Na verdade, nós vemos isso muitas vezes. Pessoas que vivem de modo sedentário e que, por essa razão, desenvolvem sérios problemas de saúde, dizem: “Por que Deus me mandou essa doença?”. Ou maridos que ignoram suas esposas e que, depois de divorciados, questionam os planos de Deus. Ou alunos que não estudam para a prova e reclamam que Deus os reprovou na matéria. Ou, ainda, gente que anda com más companhias e faz o que é errado e, ao receber a merecida punição, se queixa que o Senhor não os protegeu. De fato, Deus é soberano sobre tudo. Não obstante, ele alerta sobre os efeitos do pecado e da inevitável punição por causa da desobediência. Exemplo disso é o fato de Jesus ser entregue às autoridades “como foi determinado” (Lc 22.22b). Ainda assim, “ai daquele que o trai!” (Lc 22.22c) — disse Jesus enfatizando as consequências da rebeldia. Na verdade, ai de todos nós se ignorarmos o ensino do nosso Senhor para fazer nossa própria vontade ou agradar as pessoas que não prezam pela salvação, pela santificação e pela vida eterna!
Pr. Thomas Tronco