Provérbios 19.1
Provérbios 19.1
“Melhor é o pobre que vive com integridade do que o tolo que fala perversamente” (Pv 19.1 NVI).
Na cidade norte-americana de Jackson, Mississippi, três rapazes chegaram atrasados à escola, cerca de 10 horas da manhã. Eles, na verdade, se atrasaram porque estavam pescando. Entretanto, deram como desculpa um incidente com um pneu do carro, afirmando ter furado a caminho da escola. O professor os separou e lhes aplicou um teste muito simples. Disse a cada um deles: “Este teste tem apenas uma pergunta e eu lhe darei trinta segundos para responder”. A pergunta era: “Qual pneu?”. O professor era bastante perspicaz. Não houve dúvida quanto ao resultado do teste. Os meninos se mostraram mentirosos. A trapaça que eles achavam ser infalível se transformou na armadilha deles.
Salomão escreve aqui um provérbio intrigante, já que a comparação que faz não é óbvia, nem faz muito sentido à primeira vista. Isso porque ele antepõe o “pobre” ao “tolo”. Seria de se esperar uma comparação entre o sábio e o tolo, ou entre o pobre e o rico. Mas essa discrepância é apenas aparente. Na verdade, o tolo não é anteposto ao pobre, mas sim ao homem “que vive com integridade”, o que, no livro de Provérbios, é o mesmo que dizer “sábio”. Por isso, apesar de o texto dizer que “melhor é o pobre que vive com integridade do que o tolo que fala perversamente”, ele quer dizer que é melhor ser sábio, ainda que isso custe ao prudente a prosperidade, do que ser um tolo que enriquece perversamente, já que obtém uma vida próspera enganando, mentindo, cobiçando e tomando o que não lhe pertence.
A primeira lição é que a riqueza obtida por meios reprováveis traz, mais cedo ou mais tarde, consequências muito tristes para o tolo. Caso contrário, não seria dito que é melhor ser pobre, principalmente sabendo como é difícil a pobreza, em especial nos dias antigos. A Bíblia é frequente em dizer que o Senhor sustenta os justos e fiéis, de modo que a pobreza não é, de modo algum, pior que a infidelidade. A outra lição é que a sabedoria e a justiça têm um custo a ser pago pelo servo de Deus. Esse custo se deve ao fato de o crente não poder abrir para si exceções no quesito honestidade, mesmo que isso lhe traga prejuízos — e, frequentemente, trás. Mas seu lucro é a comunhão com Deus e a alegria de testemunhar a provisão que vem da sabedoria e do amor do Senhor. Com ele ao nosso lado, qualquer que seja o pneu que fure, sempre seremos aprovados em seu teste.
Pr. Thomas Tronco