Provérbios 17.19
Provérbios 17.19
“Quem ama a discussão ama o pecado; quem constrói portas altas está procurando a sua ruína” (Pv 17.19 NVI).
Em minha infância, eu gostava muito de filmes e livros de Sinbad, o marujo. Em certa ocasião, ele e seus marinheiros desembarcaram em uma ilha tropical em que os coqueiros eram muito altos. Como não era possível alcançar os cocos, Sinbad e seus homens começaram a atirar pedras e paus nos macacos que estavam sobre as árvores. Isso enfureceu os macacos e eles começaram a apanhar os cocos e atirá-los abaixo, na direção dos homens — exatamente o que Sinbad e seus amigos queriam. Eles enfureceram os macacos, os quais entregaram sua comida aos homens. Essa é uma boa ilustração de como a raiva e a atitude beligerante fazem com que joguemos fora as oportunidades.
Salomão sabia que os homens têm um lado sombrio que se interpõe em seus relacionamentos, tornando-os difíceis e turbulentos. Ele aponta dois defeitos que podem invadir os relacionamentos do tolo. O primeiro defeito surge quando ele “ama a discussão”. Há pessoas que parecem estar sempre armadas. Qualquer coisa é motivo de críticas e reclamações. Tudo é contestado. O mau humor está sempre presente. O clima é sempre tenso. Obviamente, quem age assim também “ama o pecado”, segundo o escritor. A razão é que a própria atitude em si é errada e contrária ao ensino bíblico, além de dar margem a uma série de outros pecados. É muito difícil se relacionar com essa pessoas e somente a sua ausência traz tranquilidade a quem está ao seu redor. É muito ruim conviver com gente assim.
O segundo defeito surge quando o tolo “constrói portas altas”, ou seja, cria barreiras que impedem o bom relacionamento. Normalmente, tais pessoas se escondem atrás do isolamento, da ironia, do mau humor e da indiferença. Essas atitudes barram os relacionamentos antes que comecem, como se a pessoa tivesse medo de criar laços. Esse só se sente seguro e à vontade quando está sozinho. Salomão alerta que quem age assim “está procurando sua ruína”, pois ninguém pode viver isolado e não há quem seja autossuficiente. Uma lição que podemos aprender é a de estar atento ao surgimento de pessoas assim, pois elas causam sofrimentos nos outros, razão pela qual não é bom se aproximar muito delas. A outra lição é o cuidado para não agir desse modo, pois, de tanto desprezar os relacionamentos, um dia nenhum deles mais existirá. Tristemente, pode chegar o dia de não haver mais ninguém nem sobre quem atirar cocos.
Pr. Thomas Tronco