Provérbios 17.14
Provérbios 17.14
“Começar uma discussão é como abrir brecha num dique; por isso resolva a questão antes que surja a contenda” (Pv 17.14 NVI).
Em agosto de 2013, na cidade de Porto Alegre, houve uma enchente pelo rompimento da represa do rio Gravataí. Ernesto Teixeira, secretário de Defesa Civil, informou à imprensa que cerca de setecentas casas foram atingidas na maior tragédia de derramamento de água em Porto Alegre desde 1941. Uma fissura na muralha da represa foi a responsável por isso tudo. As causas do rompimento eram desconhecidas quando isso foi noticiado, mas algo bastante conhecido é o fato de que, quando se abre uma brecha em um dique, não se podem conter as águas da represa, nem sua destruição.
Pensando em algo assim, Salomão escreveu esse provérbio. A irreversibilidade da destruição das águas de um reservatório serviu de base de comparação para que ele postulasse conceitos preciosos sobre os riscos de uma desavença. Assim, ele diz que “começar uma discussão é como abrir brecha num dique”. Quando os ânimos se alteram e os discursos se exaltam, os homens dizem palavras que não podem fazer voltar atrás, muito menos os prejuízos causados por elas. Uma pessoa ferida e ofendida pela boca de outra pode nunca mais se esquecer do que ouviu, nem restaurar o que foi quebrado. Para piorar, as palavras duras de um abrem espaço para palavras mais duras do outro. Isso prossegue em ritmo crescente, de modo que ninguém pode prever aonde irá parar.
Por isso, o escritor orienta o leitor a não entrar em uma situação assim, dizendo: “Resolva a questão antes que surja a contenda”. Se uma discussão pode terminar de maneiras indesejadas, a sabedoria está em evitar as trocas de ofensas em um embate assim. Paciência, tato, gentileza, perdão, bom testemunho e dependência de Deus são ingredientes fundamentais em tal tentativa — e normalmente obtêm sucesso quando utilizados. A questão não é como utilizar tais virtudes, mas querer ou não usá-las. Assim, somente o sábio é capaz de evitar maiores prejuízos. Quanto ao tolo, fica afogado nas ofensas, nas mágoas e no ódio. Qual deles é você?
Pr. Thomas Tronco