Segunda, 14 de Outubro de 2024
   
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Provérbios 17.8

  

Provérbios 17.8

“O suborno é um recurso fascinante para aquele que o oferece; aonde quer que vá, ele tem sucesso” (Pv 17.8 NVI). 

Há pouco tempo, li uma história muito interessante. Era sobre um juiz que abriu uma sessão no seu tribunal dizendo às partes: “Cavalheiros, eu tenho em mãos dois cheques. Vocês podem chamá-los de propina. Um deles é do reclamado, no valor de 15 mil dólares. O outro, de 10 mil dólares, é do requerente. Diante disso, minha decisão é devolver 5 mil dólares ao reclamado e julgar o caso baseado apenas nos méritos”. Apesar dos risos que essa história tirou de mim, ela também me deixou pensativo: “Será que há muitos juízes que aceitam propina para decidir a favor de alguém? Será que há muitos governantes que vendem vantagens a pessoas e a grupos empresariais em troca de benefícios financeiros?”. Infelizmente, nossa experiência diz que sim. Homens com muito dinheiro e pouco caráter conseguem obter muitas vantagens.

Salomão conhecia esse lado dos homens e diz que “o suborno é um recurso fascinante para aquele que o oferece”. O sentido desse recurso fascinante é o de ser como algo mágico, mas em vez de agitar varinhas mágicas, basta oferecer dinheiro para alcançar tudo que se deseja. O respeito desses desonestos pelos outros praticamente não existe, pois, por causa do seu dinheiro, sentem-se melhores que os demais. A Bíblia condena esse tipo de atitude. Contudo, ela também alerta que a propina realmente funciona, pelo que o escritor diz do homem acostumado ao suborno que “aonde quer que vá, ele tem sucesso”. Tais palavras, longe de aprovar ou encorajar alguém a usar desses meios, servem para avisar as pessoas de que o suborno muitas vezes prevalece e que está presente em boa parte das esferas da sociedade.

Duas lições surgem desse texto. A primeira é que o servo de Deus não deve ser ingênuo a ponto de achar que nesse mundo perdido a justiça sempre triunfa. O Senhor faz justiça nesse tempo, mas escolheu um tempo futuro quando seu julgamento será amplo e total sobre toda a humanidade. Até lá, o crente tem de ser cauteloso e prudente diante dos maus. Eles não têm escrúpulos e fazem tudo que for preciso para vencer, mesmo que seja errado. A segunda lição é que, independente do sucesso que muito ímpios têm ao se valer de meios injustos, o servo de Deus deve permanecer firme na retidão e obediência ao Senhor. Afinal, não há como triunfar por meio do suborno sem ter o caráter derrotado para o mal: “Não aceite suborno, pois o suborno cega até os que têm discernimento e prejudica a causa do justo” (Êx 23.8).

Pr. Thomas Tronco

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