Provérbios 15.16,17
Provérbios 15.16,17
“É melhor ter pouco com o temor do Senhor do que grande riqueza com inquietação. É melhor ter verduras na refeição onde há amor do que um boi gordo acompanhado de ódio” (Pv 15.16,17 NVI).
Um adolescente americano herdou, certa vez, 45 milhões de dólares. Foi uma grande dor de cabeça. “Isso é uma dor de cabeça que eu gostaria de ter”, alguns podem dizer. Bem, talvez. Mas, quando todas as suas ex-namoradas querem reatar o relacionamento, quando você tem de deixar a faculdade por causa da publicidade, quando as notícias sobre sua herança trazem milhares de pedidos de doações e quando todo mundo olha para você com um brilho nos olhos, não é tão divertido. “Eu não estou emocionado”, disse o rapaz. Enquanto isso, ele sonha em voltar para a escola e continuar seus estudos de direito. Nem sempre dinheiro traz felicidade.
Salomão foi o homem mais rico do seu tempo. Por isso mesmo, estava apto a falar sobre os benefícios e os prejuízos de ser rico. Assim, produziu dois provérbios sequenciais e complementares que revelam um caminho claro para que a ganância não domine os homens, nem nuble o que é mais valioso. Ele considera melhor ter menos recursos financeiros, desde que se tenham em abundância “o temor do Senhor” e o “amor”. Tendo esse dois tesouros, “ter pouco” ou contar apenas com “verduras na refeição” não é algo que deva trazer lamento ao homem. Afinal, ter pouco significa ter alguma coisa e não passar fome. Mas viver sem comunhão com Deus e amor verdadeiro que só vem dele se torna um verdadeiro tormento.
Por incrível que pareça, aquilo que os homens mais sonham, desejam e buscam são avaliados sob dois aspectos surpreendentes. O primeiro é que são menos valiosos que o temor do Senhor e o amor verdadeiro — algo percebido pelo uso repetido da expressão “é melhor”. O segundo é que uma “grande riqueza” e uma mesa farta de “boi gordo”, longe de garantir a paz e a felicidade que todos sonham, podem abrir portas para que o abastado seja acometido pela “inquietação” (ou “perturbação”) e pelo “ódio”. A inveja, o ciúme, a ganância e o orgulho, que frequentemente acompanham a riqueza e o poder, acabam soterrando a paz em vez de produzi-la. Não quer dizer que todo homem rico é perturbado ou é alvo do ódio por causa da sua fortuna, mas que temer a Deus e amar como o Senhor ama é certamente mais seguro e produtivo. Afinal, quem quer herdar milhões que vêm junto com intrigas, medo, rancor, isolamento e dor de cabeça?
Pr. Thomas Tronco