Provérbios 15.12
Provérbios 15.12
“O zombador não gosta de quem o corrige, nem procura a ajuda do sábio” (Pv 15.12 NVI).
O pai de um amigo meu sempre sofreu com alguns problemas de saúde. Tinha pressão alta, diabetes e colesterol alto. Não são condições difíceis de tratar, mas esse não era o problema. A real dificuldade é que aquele senhor não queria ser tratado. Ele sabia que, se fosse ao médico, seria proibido de comer e beber as coisas de que gostava e seria repreendido pelo seu sedentarismo. O tratamento correto lhe faria muito bem, mas aquele senhor não tinha nenhuma intenção de mudar nada em sua vida e em seus hábitos. Não muito tempo depois ele sofreu um acidente vascular cerebral e faleceu.
A atitude tola desse senhor não é exclusividade dele. Na verdade, isso é algo tão comum que mereceu ser analisado e descrito em um provérbio bíblico. Segundo Salomão, “o zombador” — menção a um homem que despreza os valores morais e, obviamente, a Palavra de Deus, fazendo apenas o que tem vontade de fazer — “não gosta de quem o corrige”. Diferente dos servos de Deus que querem aprender e melhorar, colocando-se voluntariamente sob a tutela de pastores e prestando conta aos irmãos, o zombador se opõe a tudo isso. Não admite que ninguém lhe corrija ou aponte seus erros. Ele nutre inimizade por pessoas que lhe cobrem atitudes e ações corretas e por pessoas que simplesmente vivem tais valores. O zombador as despreza e faz o que pode para desacreditá-las.
Além de antipatizar tais pessoas, o zombador se afasta delas até quando precisa do seu auxílio. Assim, como o senhor que fugia dos médicos, o zombador não quer que a ajuda que recebe crie nele laços incômodos com os sábios ou que abra portas para que tenham liberdade de opinar sobre sua vida. Por isso, o zombador se aproxima de outras pessoas que se parecem com ele. Procura grupos em que sua tolice seja exaltada e aplaudida, mas que nunca haja nenhum tipo de correção. O resultado final é mais tolice e mais deboches a respeito do bem. Por algum tempo, talvez, o zombador viva em paz ou pelo menos se convença de que tem paz. Porém, “acidentes cerebrais” também lhe acometem cegando seu entendimento cada vez mais, além de problemas no “coração”, não o de carne, mas aquele que dirige seus pensamentos e emoções. Seu sorriso zombeteiro cessará e isso será muito doloroso. Afinal, “quem ri por último, ri melhor”.
Pr. Thomas Tronco