Provérbios 15.10
Provérbios 15.10
“Há uma severa lição para quem abandona o seu caminho; quem despreza a repreensão morrerá” (Pv 15.10 NVI).
Conheci um rapaz a quem o pai deu um bom dinheiro logo cedo, quando ainda era um adolescente. Com isso, comprou um carro e começou a disputar corridas de rua, os famosos “rachas”. Como não era nisso que o pai pensou quando lhe presenteou com dinheiro, deu-lhe uma severa repreensão e o proibiu de voltar a correr. A bronca só teve efeito por alguns dias e logo o rapaz retornou às pistas. O pai, percebendo o perigo que o jovem corria, castigou-o tomando-lhe o carro. Não adiantou, pois o rapaz pegou as chaves escondido e voltou a fazer o que gostava. Lembro-me até hoje quanta gente havia e como foi triste seu enterro.
O triste caso desse rapaz me remete ao ensino desse provérbio. Salomão divide a correção em dois níveis. O primeiro é disciplinar. Para aquele que “abandona o seu caminho”, ou seja, que age mal, cometendo erros e sendo rebelde, é dito que “há uma severa lição”. Comparando esse ensino com o caso narrado no começo, trata-se da repreensão paterna e da proibição de dirigir. Foram palavras e ações duras para o rapaz, mas nenhuma delas visava à sua destruição. Ao contrário, eram correções amorosas cujo interesse era ensiná-lo o correto e protegê-lo do perigo. Infelizmente, aquele rapaz rejeitou esse nível de correção, assim como muita gente.
Quando o primeiro nível não atinge seu objetivo, fatalmente o seguinte entra em cena. O segundo nível é punitivo. Para aquele que “despreza a repreensão”, Salomão diz que ele “morrerá”. No caso daquele rapaz, isso foi completamente verdade. Nesse nível, a ênfase não é o ensino, mas a consequência de rejeitá-lo. Essa consequência pode assumir muitas formas das quais a morte é a pior. E não é pouca gente que recebe sobre si o peso da rebeldia. No geral, esse texto se aproxima do dito popular que diz que “as pessoas aprendem por bem ou por mal”. A questão é: você quer isso para si? Se já é ruim receber uma reprimenda, imagine desprezá-la e arcar com consequências mais graves!
Pr. Thomas Tronco