Provérbios 14.35
Provérbios 14.35
“O servo sábio agrada o rei, mas o que procede vergonhosamente incorre em sua ira” (Pv 14.35 NVI).
O filósofo grego Aristóteles disse que “a grandeza não consiste em receber as honras, mas em merecê-las”. É impressionante como frases assim nos inspiram a dar o melhor de nós em tudo que fazemos. Infelizmente, nem todos têm uma visão tão positiva assim da capacidade humana de alcançar méritos. O humorista brasileiro Millôr Fernandes disse que “se todos os homens recebessem exatamente o que merecem, ia sobrar muito dinheiro no mundo”. O fato é que, não importa o que se diga, o mérito é algo muito valoroso, assim como seus prêmios.
É sobre merecimento que Salomão fala no último versículo do capítulo 14 de Provérbios. No sentido positivo, ele diz que “o servo sábio agrada o rei”. O texto não diz como o sábio agrada seu rei, nem como o rei retribui o agrado. Uma tradução judaica diz que “o favor do rei é dado a um servo que age sabiamente”. Nessa versão fica nítido o que é implícito no primeiro texto: que o sábio age de tal modo que nutre o rei do desejo e até do dever de recompensar o servo e lhe conferir responsabilidades na administração do governo. O que é exposto no contexto de um palácio pode ser tomado como certo em outras esferas como no trabalho, em uma comunidade, na igreja e até em uma pequena família. A verdade é que a confiança e os elogios devem ser merecidos por aqueles que temem a Deus e agem bem para com seus próximos.
O oposto disso é a “ira do rei”, ou o castigo por atos ruins. Isso não é dado a qualquer um, mas também àquele que merece, só que, dessa vez, merece punição. O alvo desse castigo é o homem “que procede vergonhosamente”. Ler isso na Bíblia nos enche de confiança nessa verdade, mas quando olhamos a realidade de um país como o nosso, em que frequentemente criminosos se elegem para cargos públicos e homens sem honra são admirados por todos, parece-nos que há algo errado no provérbio. Entretanto, esses extremos se devem não à verdade de Deus, mas ao extremo pecado dos homens. Ainda assim, de modo geral permanece intacto o princípio de que as más ações são recompensadas com castigo, se não pelos homens, finalmente por Deus. Por isso, que tipo de medalha você quer receber ao final da jornada da vida? A medalha do amor de Deus ou do castigo reservado aos ímpios? Sua resposta deve dirigir seus valores presentes e suas ações.
Pr. Thomas Tronco