Provérbios 14.12; 16.25
Provérbios 14.12; 16.25
“Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte” (Pv 14.12; 16.25 NVI).
Provérbios 14.12 é curioso, pois é repetido letra por letra em 16.25. A versão NVI intercambia as palavras “certo” e “reto” para fins de estilo, assim como a ARA muda a posição das palavras na frase, mas, em hebraico, a forma dos dois versículos é idêntica. A pergunta é: por que Salomão repetiria ipsis litteris um provérbio? Uma alternativa é ter se esquecido de que já o havia registrado, possibilidade esta que nós descartamos quando lembramos que o Espírito Santo moveu os escritores bíblicos (2Pe 1.20,21) para que registrassem a Palavra de Deus inspirada (2Tm 3.16). A outra possibilidade é que a verdade expressa por esse texto é tão importante que vale ser recapitulada em contexto diferente.
Nesse sentido, o que Salomão expressa é a atitude de um homem agir guiado exclusivamente por suas percepções e opiniões pessoais. Para um homem assim — e para qualquer outro ser humano — sempre “há um caminho que parece certo”. O problema é que facilmente notamos as inúmeras e contraditórias opções consideradas corretas até mesmo em um grupo pequeno. Além de ser possível detectar a diferença profunda que há entre as pessoas, também é razoável julgar essa variedade de posições como sendo fruto da ignorância e da insensatez do homem pecador. Por isso, cada um deve ser cauteloso mesmo diante do que lhe parece cristalinamente correto. Cônscio da sua imperfeição, ele deve submeter sua opinião a dois árbitros.
O primeiro árbitro — não infalível — é aquilo que Salomão considera uma prova de sabedoria que é buscar conselho de outras pessoas: “Sem diretrizes a nação cai; o que a salva é ter muitos conselheiros” (Pv 11.14). O segundo árbitro — esse, sim, infalível — é a Palavra de Deus: “Pois o mandamento é lâmpada, a instrução é luz, e as advertências da disciplina são o caminho que conduz à vida” (Pv 6.23). O pai de Salomão, o rei Davi, pensava do mesmo modo: “Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos” (Sl 19.8). Por isso, a conclusão do escritor é que agir segundo a própria opinião, ignorando os conselhos dos sábios e o ensino da Bíblia, é algo que “conduz à morte”. E então? Você confia tanto em sua opinião a ponto de arriscar seu bem-estar e até sua vida? Você quer mesmo arriscar?
Pr. Thomas Tronco