Segunda, 14 de Outubro de 2024
   
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Provérbios 11.15

    

Provérbios 11.15

Quem serve de fiador certamente sofrerá, mas quem se nega a fazê-lo está seguro” (Pv 11.15 NVI). 

Nossa sociedade é ancorada em um sistema econômico e comercial bem elaborado e complexo, difícil de ser compreendido a fundo por pessoas leigas. Contudo, ele mantém uma prática milenar: a fiança. Trata-se da garantia de cumprimento de um acordo. Se alguém tem um bem valioso, pode oferecê-lo como garantia de pagamento a fim de estabelecer um contrato. Caso não tenha bens que garantam a quitação de seus débitos, outra pessoa pode servir de “fiador”, colocando-se como responsável pelas obrigações do companheiro caso esse falte com seus deveres.

Nos dias de Salomão, essa prática já existia e, assim como hoje, causava estrago na vida de pessoas de grande coração, mas de pouca sabedoria. A esses, o rei de Israel diz: “Quem serve de fiador certamente sofrerá”. Parece uma afirmação injusta para com aqueles que arcam com suas responsabilidades e que não causam danos àqueles que dão sua palavra como garantia por eles. Mas isso está inserido em um provérbio sábio e não em uma profecia. Significa que Salomão observou uma alta ocorrência de prejuízos a fiadores e colocou isso de tal modo que os pretendentes a servir de garantia a amigos pensassem bem no assunto sabendo o que poderia ocorrer, sem ser irresponsavelmente otimistas em relação às outras pessoas. E esse problema parece ter sido frequente diante dos olhos do rei, já que ele insistiu no tema (Pv 6.1-5; 17.18; 22.26-27).

O fato é que, muitas vezes, homens que pareciam ser confiáveis traem a confiança de seus fiadores e lhes prejudicam deliberadamente. Outras vezes, longe de haver dolo, o que ocorre é que os homens simplesmente não conseguem dar conta de suas responsabilidades, trazendo prejuízo do mesmo modo a seus fiadores. Por isso, apesar de as Escrituras não proibirem alguém de servir como fiador, ela alerta sobre seus riscos e desaconselha sua prática. Claro que alguns casos são difíceis de evitar, como pais terem de servir de garantia por seus filhos. Entretanto, o homem sábio deve avaliar o custo e o benefício de suas ações a fim de não ter de arcar com aquilo que não pode. Por isso, às vezes, o sábio é socorrer e, às vezes, se proteger.

Pr. Thomas Tronco

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