Provérbios 10.25
Provérbios 10.25
“Passada a tempestade, o ímpio já não existe, mas o justo permanece firme para sempre” (Pv 10.25 NVI).
Quem dera essa vida ser feita apenas de bons momentos? Ao contrário, somos surpreendidos por situações desastrosas que nos abalam profundamente, haja vista os tempos que atravessamos marcados por pandemia, crise econômica, criminalidade e até ameaça de guerra. Outras circunstâncias, não tão surpreendentes, mas até esperadas, não fazem com que o abalo seja menor. Por fim, a vida humana é dividida em bons e maus momentos. Segundo Salomão, isso não é exclusividade dos injustos, mas também dos servos de Deus: “Todos partilham um destino comum: o justo e o ímpio, o bom e o mau, o puro e o impuro, o que oferece sacrifícios e o que não oferece. O que acontece com o homem bom, acontece com o pecador; o que acontece com quem faz juramentos, acontece com quem teme fazê-los” (Ec 9.2).
Diante desse ponto de vista, inevitavelmente surge a questão: “Então, de que vale ser servo de Deus se isso não garante a eliminação dos maus momentos da vida?”. Tal pergunta, além de ter uma visão limitada do que significa ser servo do Senhor, olha apenas para as causas do sofrimento e não para o que ocorre depois dele. Se a tempestade do sofrimento vem a todos igualmente, a reação de cada um será bem diferente. Segundo ensina o texto, o ímpio, que tem sua alegria neste mundo, vê sua paz ruir fazendo-lhe perder o sentido da vida. Ele desmorona, desanima e desiste, se não de tudo, de coisas que eram extremamente importantes para ele, passando a viver para ter dó de si mesmo.
Por outro lado, “o justo permanece firme”, não porque seja mais forte que o ímpio, nem mais resistente, nem tampouco mais capaz. Sua permanência se deve a dois fatores que o ímpio não conhece. O primeiro fator é que seus maiores valores não podem ser abalados porque não estão nesta vida, mas nos céus: na salvação em Cristo e na esperança da vida eterna. Não importa o que ocorra e quanto sua vida seja abalada, tais valores continuam de pé. O segundo fator é o cuidado pessoal do próprio Deus pelos seus servos, consolando-os nas tristezas, mantendo-lhes firmes nas lutas e aquecendo-lhes o propósito de perseverarem. Eis toda diferença! E é melhor que todos se abriguem debaixo dela, pois os trovões ao redor revelam que novas tempestades estão por vir.
Pr. Thomas Tronco