Provérbios 10.15
Provérbios 10.15
“A riqueza dos ricos é a sua cidade fortificada, mas a pobreza é a ruína dos pobres” (Pv 10.15 NVI).
Quase todos nós sabemos o que é precisar investir em algo, pois é preciso ter uma reserva para quando passarmos por momentos difíceis e complicados. Por isso, ainda hoje são utilizados ditos populares como “quem poupa tem, quem não poupa vive sem vintém” a fim de alertar para a necessidade de usar a questão dos bens com sabedoria. Esse texto de Salomão, que marca a mudança de assunto do uso das palavras para o uso dos bens, tem algo a ensinar sobre o assunto. Ele não está ensinando avareza e amor ao dinheiro, nem tampouco que o fato de alguém ser pobre significa que ele é tolo, infeliz ou inferior. O texto deve ser compreendido em termos de sabedoria no trabalho e nos gastos.
O primeiro fator a ser analisado é o trabalho, já que ele é implicitamente encarecido por esse texto, ainda que não seja mencionado. Isso ocorre, pois, na vida da maioria das pessoas, o trabalho é o meio pelo qual o sustento é levantado. Alguém que despreze ou que fuja do trabalho, seja por tolice, seja por preguiça, certamente sofrerá privações que não deseja e pelas quais não precisaria passar caso fosse esforçado, prudente e diligente como ensinam as Escrituras.
O segundo fator embutido nesse texto é a sabedoria necessária para saber usar ou não usar (poupar) os recursos levantados por meio do trabalho. Se o amor excessivo ao dinheiro é a causa de muitos males (1Tm 6.10), o desejo de possuir todo tipo de bens também é. Basta ver a história do filho pródigo (Lc 15.11-32) que, em amor pelos prazeres e riquezas, tomou os bens da sua herança e passou a esbanjar e gastar todas as suas posses até que, tendo dissipado toda sua fortuna, viu sua vida arruinada a ponto de cuidar de porcos, desejando comer-lhes a refeição e não podendo. Assim sendo, o ensino de Salomão é claro e prático: esforço e determinação para trabalhar, mas cautela e sabedoria no gastar.
Pr. Thomas Tronco