Onde Já se Viu?
Andando descalço sobre os montes de terra, lá ia eu rumo ao empório comprar não sei o quê para a minha mãe. Foi então que vi uma senhora muito bem vestida que descia a rua com o guarda-chuva aberto, amassando o barro com um sapato de salto alto. “Onde já se viu andar desse jeito no barro?”, pensei.
Ao passar por ela, a senhora dirigiu-me uma pergunta:
- Menino, esta aqui é a Rua B?
- É esta mesmo – respondi.
Ela agradeceu e pensou olhando para mim: “Onde já se viu andar desse jeito no barro?”
Segui meu caminho e quando voltei lá estava a mesma senhora, andando bem devagarinho, sem ter como evitar a lama. Saltando sobre os montes de terra eu a alcancei e fui andando ao seu lado. Ela me perguntou:
- Você sabe se é nesta rua que mora a dona Maria Mendes?
- A dona Maria é minha avó! A gente mora bem ali, naquela casa.
Aquela senhora era uma crente que, movida pelo senso de dever cristão, estava indo visitar minha avó. Quanto sacrifício para fazer uma visita! E, no entanto, aquela mulher prosseguia!
Muitos crentes pensam que visitar é responsabilidade exclusiva do pastor. A Bíblia, contudo, não ensina assim. Ela diz que visitar é uma das práticas principais daqueles que vivem uma religião pura e sem mácula (Tg 1.27).
Às vezes nos esquecemos disso e nem notamos quem está ausente, doente ou necessitado.
Onde já se viu?
Pr. Marcos Granconato
Soli Deo glori