Colossenses 4.10-18 - Saudações e Orientações Finais
No v. 10 iniciam-se as saudações finais registradas na Epístola aos Colossenses. Quem primeiro envia saudações é Aristarco, chamado por Paulo de “companheiro de prisão”. Aristarco é mencionado também em Filemom 1.24.
As primeiras informações sobre Aristarco são encontradas em Atos 19.29, onde ele aparece como um dos companheiros de Paulo em sua Terceira Viagem Missionária. Esse texto mostra Aristarco e Gaio sendo arrastados violentamente pelos pagãos de Éfeso até o teatro, durante o grave tumulto incitado por Demétrio contra a pregação cristã naquela cidade (At 19.23-41). Na ocasião, Gaio e Aristarco só escaparam da morte por causa da prudente intervenção do escrivão de Éfeso (At 19.35-41).
Depois daquele perigoso episódio, Aristarco seguiu viagem com Paulo (At 20.4), participando da mesma equipe de que Tíquico fez parte (veja-se comentário a 4.7). Assim, Aristarco e outros irmãos viajaram com o Apóstolo pela Macedônia. Depois, adiantando-se, chegaram a Trôade, onde ficaram esperando o Apóstolo (At 20.3-5) e de onde talvez tenham seguido viagem com ele até Jerusalém.
Aristarco aparece novamente em Atos 27.1-2, onde é dito que quando Paulo foi enviado como prisioneiro para Roma, ele embarcou com o Apóstolo num navio que ia para a Ásia. Não se sabe, porém, se Aristarco participou de toda a viagem ou se seguiu somente até parte do trajeto. Se ele foi com Paulo até Roma, isso explica sua presença naquela cidade ao tempo em que Paulo escreveu sua Carta aos Colossenses. Em Atos 27.2 há ainda a informação de que Aristarco era macedônio, da cidade de Tessalônica.
O fato de Paulo chamar Aristarco de “companheiro de prisão” tem dividido opiniões. De um lado há quem diga que ele era literalmente um prisioneiro, sendo impossível, contudo, determinar as circunstâncias exatas de seu aprisionamento. De fato, o termo usado pelo Apóstolo aqui (συναιχμάλωτος) se refere a um indivíduo que está preso junto com alguém, ou seja, um “colega” de prisão. Porém, de outro lado, há os intérpretes que entendem a palavra de modo figurado, dizendo que Aristarco era prisioneiro de Cristo, servindo ao Senhor ao lado de Paulo (Ef 3.1; 4.1; 2Tm 1.8; Fm 1.9).
Infelizmente, há somente outras duas ocorrências do termo συναιχμάλωτος no NT (Rm 16.7 e Fm 1.23), e seu uso nessas poucas passagens não tornam possível detectar com precisão se o sentido que Paulo lhe atribui é predominantemente figurado ou literal.[1]
O próximo a enviar saudações aos colossenses é Marcos, “primo de Barnabé”, citado também na Carta a Filemom (Fm 1.24). Marcos era filho de Maria, uma mulher cristã que morava em Jerusalém (At 12.12). O Livro de Atos conta que quando estava para sobrevir uma grande fome sobre todo o Império Romano (sentida especialmente na Judéia por volta de 44 A.D.), os irmãos de Antioquia enviaram ajuda aos crentes da Judéia pelas mãos de Saulo e Barnabé (At 11.27-30). Quando estes voltaram para Antioquia, levaram Marcos consigo (At 12.25).
Pouco depois, a igreja de Antioquia, orientada pelo Espírito Santo, decidiu enviar Saulo e Barnabé naquela que ficou conhecida como a Primeira Viagem Missionária (At 13.1-3). Ambos partiram levando Marcos como auxiliar (At 13.5). Porém, provavelmente assustado com os perigos e dificuldades que via pela frente, Marcos desistiu da viagem logo que chegaram em Perge, na Panfília, e seguiu para Jerusalém, onde morava sua mãe (At 13.13).
Esse episódio impactou mais tarde o relacionamento entre Paulo e Barnabé. A narrativa de Atos diz que, transcorrido algum tempo depois de concluída a Primeira Viagem Missionária, ambos decidiram voltar às cidades onde haviam pregado a fim de ver como estavam as novas igrejas. Ocorreu, porém, que Barnabé quis levar seu primo João Marcos e Paulo se opôs a isso, lembrando a evidente falta de perseverança daquele jovem (At 15.36-38). O desentendimento entre eles foi tão grande que não puderam seguir na mesma direção, indo Barnabé e Marcos para Chipre, enquanto Paulo seguiu para o destino previamente planejado, levando Silas consigo (At 15.39-41).
Marcos é citado também por Pedro que o chama carinhosamente de “filho” (1Pe 5.13). A última menção desse personagem no NT, porém, é feita pelo próprio Paulo. Curiosamente, nessa citação, o Apóstolo que outrora o havia desprezado tão severamente, no fim da vida percebeu o amadurecimento daquele irmão, além do seu extremo valor para a causa do Mestre. Com efeito, às vésperas da morte, Paulo escreveu a Timóteo: “Traga Marcos com você, porque ele me é útil para o ministério“ (2Tm 4.11).
Na verdade, o texto em análise mostra que a mudança no conceito que Paulo, a princípio, teve de Marcos já havia ocorrido quando ele escreveu aos colossenses. Note-se que ele afirma ter dado instruções aos colossenses a respeito de Marcos e que, caso ele fosse visitá-los, devia ser acolhido entre os irmãos. Isso talvez indique que o Apóstolo tinha em mente incumbir Marcos de alguma missão no Vale do Lico. Detalhes sobre essa possível missão, porém, não se encontram em parte alguma do NT.
A tradição e a história da igreja também fornecem uns poucos dados acerca de João Marcos. Geralmente, o jovem anônimo mencionado em Marcos 14.51-52 é reputado como sendo ele. Pápias de Hierápolis (c. 70 – c. 140) explica que o segundo evangelho foi produzido por Marcos sob a supervisão de Pedro. Eusébio de Cesareia, em sua História Eclesiástica diz que Marcos foi a primeiro missionário a ser enviado ao Egito e que ali estabeleceu igrejas, sendo a primeira em Alexandria. Essa informação, porém, não tem nenhum amparo histórico objetivo.[2]
O terceiro companheiro de Paulo é Jesus, chamado Justo (11). No Novo Testamento não há nenhuma outra menção dele. Paulo o coloca entre os três únicos judeus cristãos que estavam trabalhando ao seu lado, ao tempo em que ele escreveu aos colossenses.
De acordo com o texto, Jesus, chamado Justo, juntamente com Aristarco e Marcos, eram irmãos que encorajavam Paulo enquanto ele enfrentava as limitações e dificuldades impostas por sua condição de prisioneiro. De fato, a palavra traduzida na NVI como “fonte de ânimo” (παρηγορία) ocorre somente aqui no NT e significa conforto ou consolação. O termo indica ainda uma forma de alívio que não procede somente de palavras, mas também de ajuda efetiva.[3] Logo, os três crentes judeus que o Apóstolo menciona nos vv. 10-11 eram como um lenitivo para ele, suavizando suas dificuldades através de palavras de consolo e obras de auxílio.
No v. 12, Paulo diz que Epafras também envia saudações. Assim como Onésimo (9), ele era de Colossos e se destacava como “servo de Cristo”. Em 1.7-8 há a informação de que Epafras foi o missionário que apresentou o evangelho aos colossenses, estando também fora de dúvida que foi através dele que Paulo, estando em Roma, recebeu informações sobre as igrejas do Vale do Lyco.
Em Filemom 1.23, Epafras é chamado por Paulo de “meu companheiro de prisão”. Porém, como no caso de Aristarco (veja-se comentário ao v. 10 supra), é difícil concluir, a partir do termo usado em Filemom (συναιχμάλωτος), se ele era prisioneiro junto com Paulo ou se o termo deve ser entendido de modo figurado, apontando para um prisioneiro de Cristo que o servia ao lado do Apóstolo. As duas opções permanecem dividindo os comentaristas.
Não há outras informações sobre Epafras no NT. Não se sabe, por exemplo, como ele conheceu Paulo ou como se tornou seu cooperador. Também nenhum detalhe é registrado acerca de seus atos posteriores. É certo, porém, que nuvem alguma paira sobre o tipo de ministro que ele foi. Note-se que, mesmo em Roma, para onde fora talvez enviado pelas igrejas de Colossos, Laodiceia e Hierápolis, a fim de dar suporte a Paulo, Epafras nutria um profundo zelo por seu rebanho distante. A prova disso é que ele batalhava sempre em oração pelos colossenses.
Os pedidos de Epafras em prol dos colossenses eram para que eles permanecessem maduros e plenamente convictos. O termo traduzido na NVI como “pessoas maduras” (τέλειος) é usado para descrever algo completo, cheio, em que não falta nada. Já a expressão “plenamente convictas” decorre de um verbo (πληρόω) que evoca o mesmo sentido de plenitude, de algo terminado, completo e perfeito. Assim, Epafras anelava que os crentes de Colossos, em vez de serem como meninos influenciados ingenuamente pelas doutrinas dos falsos mestres, fossem “varões perfeitos” (Ef 4.13-14), detentores de uma fé sólida, manifesta naquele modo de vida que mantém a vontade de Deus em seu centro.
É importante observar ainda que o conteúdo das orações de Epafras evoca, em certa medida, as súplicas de Paulo descritas em 1.9-12. Isso revela que ambos partilhavam das mesmas preocupações com as igrejas que estavam sob seu cuidado e influência. Com Efeito, Paulo destaca que no coração de Epafras, essas preocupações se estendiam às igrejas de Laodiceia e Hierápolis (13).[4]
Hierápolis é citada somente aqui no NT. Já foi dito no comentário a 2.1 que essa cidade situava-se a 23 quilômetros de Colossos. Hierápolis era conhecida tanto por causa do poder curativo de suas fontes termais, como por ser um centro de intensa atividade cultual pagã. Já Laodiceia era um pouco mais próxima de Colossos, distando cerca de dezoito quilômetros a oeste daquela cidade. Muito maior do que Hierápolis, Laodiceia era um centro comercial próspero que produzia lã e artigos medicinais, além de ser rica em sua agricultura.
Considerando o grande envolvimento e preocupação de Epafras com as igrejas dessas duas cidades da Ásia, torna-se muito provável que elas tenham sido fundadas por esse pastor-evangelista sob a direção de Paulo, ao tempo em que o Apóstolo esteve fixado em Éfeso (At 19.9-10).
Conforme foi destacado no comentário a 2.1, é importante lembrar que a igreja de Laodiceia , apesar de todo o zelo de seus fundadores, cerca de 35 anos depois de escrita a Epístola aos Colossenses, foi severamente censurada pelo próprio Senhor nas visões que João teve em Patmos. De fato, o Livro do Apocalipse mostra Cristo reprovando a inutilidade e o orgulho dos laodicenses (Ap 3.14-22). Tudo indica que a geração posterior de crentes daquela cidade, sem o amparo de líderes zelosos como Paulo e Epafras (Paulo foi executado em c. 67), havia perdido toda sua vitalidade espiritual.
Lucas e Demas também figuram na lista de irmãos que enviam saudações aos colossenses (14. Veja-se tb. Fm 24). Lucas é o autor do terceiro evangelho e do Livro de Atos dos Apóstolos[5]. Nessa última obra, a autoria lucana se depreende especialmente da mudança dos pronomes durante a narrativa (de eles para nós), conforme se verifica em Atos 16.10-17; 20.5-15; 21.1-18; 27.1–28.16. Essas passagens mostram que o autor de Atos participou, entre outras coisas, da viagem de Paulo a Roma. Considerando esse e outros fatores, Lucas permanece, por eliminação, como o melhor entre os possíveis candidatos à autoria.
Paulo diz que Lucas era médico. De fato, em seus escritos há vários indícios de conhecimento ou interesse médico[6]. Lucas também se destacou como o primeiro historiador da igreja cristã. Ele revela ter tido grande habilidade e empenho na pesquisa e coleta de dados históricos, com o objetivo de narrá-los ao leitor de modo claro, preciso e convincente (Lc 1.1-4; 2.1-2; 3.1-2). O “médico amado” era provavelmente gentio, talvez de Antioquia da Síria[7] e, conforme se percebe em seus escritos, era um homem culto, inteligente e bem versado na língua grega e na cultura helenista em geral. Ele foi um dos poucos que permaneceram até o fim como fiéis companheiros de Paulo (2Tm 4.11,16).
O mesmo não se pode dizer de Demas. Pouco tempo depois da composição da Carta aos Colossenses, Paulo foi liberto e deu continuidade ao seu ministério. Porém, foi preso novamente quando estava em Trôade (2Tm 4.13), sendo martirizado em Roma por volta de 67 AD. Quando estava nessa segunda prisão, o Apóstolo lamentou a apostasia de Demas, afirmando que ele, movido pelo amor ao presente século, foi para Tessalônica (2Tm 4.10). Ora, Tessalônica era uma cidade portuária, o maior e mais movimentado centro comercial da Macedônia. Ali Demas certamente encontrou tudo de que precisava para satisfazer suas paixões.
No v. 15 Paulo menciona mais uma vez a igreja de Laodiceia , pedindo que os colossenses saúdem os irmãos dali. Isso mostra uma ligação bem estreita entre as duas igrejas, o que fica ainda mais evidente nas orientações do v. 16. Em seguida, Paulo pede para que os seus leitores saúdem “Ninfa e a igreja que se reúne em sua casa”. Ninfa não aparece em nenhum outro lugar no NT. Sua obscuridade torna-se ainda maior pelo fato dos manuscritos antigos não serem unânimes no tocante ao gênero desse personagem.[8] Aliás, mesmo o nome próprio, considerado na forma como aparece, pode ser tanto masculino como feminino.
Não se sabe porque Paulo escolheu mencionar especialmente Ninfa aqui. O texto mostra que uma igreja se reunia em sua casa. A sugestão decorrente do próprio versículo é que essa igreja-lar se situava em Laodiceia . Por isso, pode ser que Paulo tenha se lembrado especialmente de Ninfa por causa de sua grande importância como alguém em cuja casa de reunia uma comunidade de cristãos de Laodiceia .
É sabido que nos primeiros séculos do cristianismo, as igrejas se reuniam em lares e o NT é repleto de evidências disso (At 2.46; 5.42; 12.12; 16.40; 20.8,20; Rm 16.5,23; 1Co 16.19; Fm 1.2). Essa prática se estendeu por todo o século 2 e adentrou o século 3. De fato, o mais antigo templo cristão encontrado é uma casa-igreja em Dura-Europos, que foi construída por volta de 232 e destruída em 258.[9]
No v. 15, a menção separada que Paulo faz dos irmãos de Laodiceia e da igreja que se reunia na casa de Ninfa indica a existência de mais de um núcleo de cristãos naquela cidade. O mesmo talvez acontecesse em Colossos, onde, conforme se sabe, um grupo distinto de crentes se reunia na casa de Filemom (Fm 1.2).
Nas últimas linhas da Carta aos Colossenses, Paulo orienta seus leitores no sentido de que a carta a eles dirigida seja lida na igreja dos laodicenses. Uma outra carta, escrita à igreja de Laodiceia , igualmente deveria ser lida aos crentes de Colossos (16).
Naqueles dias, dar circulação às cartas de Paulo era comum, considerando a autoridade apostólica do autor que o legitimava a transmitir os mistérios de Deus ocultos de outras gerações (Ef 3.5). Assim, essas cartas, levadas de uma igreja para outra e copiadas por essas mesmas igrejas, eram lidas em voz alta diante de toda a congregação (1Ts 5.27), da mesma forma como eram lidas as Escrituras do VT (1Tm 4.13), dando indícios de que os cristãos primitivos, já à época, as consideravam palavra de Deus, cheias de autoridade (2Ts 2.15; 3.14). Paulo incentiva essa prática no versículo em análise, mostrando que seus ensinos não se aplicavam a uma igreja local em particular, mas sim a toda a comunidade da fé.
A carta escrita aos crentes de Laodiceia , aludida no v. 16, não pode ser identificada com precisão. É possível que tenha se perdido, como ocorreu com outras cartas de Paulo (1Co 5.9; 2Co 2.3-4; 7.8). Porém, é geralmente aceito que se trata da Carta aos Efésios que, sendo provavelmente uma carta circular, tinha uma cópia endereçada aos laodicenses.[10] Essa hipótese é reforçada pelo fato de que no Cânon de Marcião (Séc. II), o intrigante herege deu à Carta aos Efésios o título de “Carta aos Laodicenses” seguindo, provavelmente, uma tradição antiga que identificava as duas epístolas como a mesma e uma só.[11]
No v. 17, Paulo ordena que Arquipo seja admoestado no sentido de que cumpra o ministério que recebeu do Senhor. Arquipo só é mencionado novamente em Filemom 1.2, onde aparece como provável membro da casa de Filemom (talvez seu filho) e onde Paulo o chama de “companheiro de lutas” (συστρατιώτης. Lit. soldado companheiro), uma indicação de que Arquipo havia batalhado ao lado do apóstolo na obra missionária (Fl 2.25; 4.3).
O texto de Colossenses não esclarece qual era a tarefa (διακονία) da qual Arquipo devia se desincumbir. Tudo o que se sabe é que essa tarefa, qualquer que fosse, ainda não tinha sido terminada, sendo dever de Arquipo completar (πληρόω) o que faltava para sua conclusão. Paulo entende que esse serviço tinha sido dado àquele irmão pelo próprio Senhor, sendo esta uma imensa motivação para que fosse realizado na íntegra. Como, ao que parece, Arquipo não estava cumprindo o dever que lhe havia sido dado por Deus, Paulo ordena que toda a igreja o admoeste (3.16)!
No último versículo da carta (18), Paulo escreve sua saudação de próprio punho, uma medida que ele tomava a fim de autenticar seus escritos e também se proteger de fraudes (1Co 16.21; 2Ts 2.2; 3.17; Fm 1.19). A seguir Paulo suplica que os crentes não se esqueçam de sua condição de prisioneiro, solicitando, certamente, com isso, que não deixassem de interceder por ele, ou ainda que não se esquecessem de enviar-lhe auxílio e provisão (Fp 4.14-18).
Finalmente, o apóstolo encerra a carta enunciando uma súplica indireta no sentido de que a graça de Deus esteja com os colossenses. A forma abrupta e resumida como Paulo enuncia essa bênção talvez indique que sua composição tenha sido feita sob certas dificuldades ou pressões. Seja qual for o caso, o fato é que o cerne da oração ficou explícito, destacando a necessidade da operação da graça de Deus em seu povo. De fato, sem a atuação dessa graça seria impossível que os colossenses se mantivessem firmes nas doutrinas e práticas que emanam dessa magnífica carta.
Pr. Marcos Granconato
[1] Para uma exposição mais detalhada dessa discussão, veja-se MOO. D. J. The letters to the Colossians and to Philemon. The Pillar New Testament Commentary. Grand Rapids: William B. Eerdmans Pub. Co., 2008. p. 337–338.
[2] A citação de Pápias encontra-se em EUSÉBIO DE CESARÉIA. História Eclesiástica III:39:15. Na mesma obra, no Livro II:15:1-2, Eusébio fornece mais detalhes sobre a composição do Evangelho de Marcos, de acordo com sua concepção. A informação sobre a presença de Marcos no Egito como missionário encontra-se também na História de Eusébio, no Livro II:16:1.
[3] Veja-se ZODHIATES, S. The complete word study dictionary: New Testament (Edição eletrônica). Verbete G3931. Chattanooga, TN: AMG Publishers, 2000.
[4] Veja-se comentário a 2.1-5
[5] Tanto o Evangelho de Lucas como o Livro de Atos apresentam a mesma estrutura literária, revelando terem sido escritos pela mesma pessoa. Note-se ainda que em Atos o autor faz referência ao “primeiro tratado” (At 1.1), certamente uma alusão ao terceiro evangelho. Além disso, as duas obras têm o mesmo destinatário, o “Excelentíssimo Teófilo” (Lc 1.3; At 1.1). Considere-se finalmente que a autoria lucana é também defendida por escritores cristãos antigos como Irineu, Tertuliano e Eusébio.
[6] Veja-se UTLEY, R. J. D. The Gospel According to Luke. Study Guide Commentary Series. Vol. 3A. Marshall, Texas: Bible Lessons International, 2004, onde se lê: “Lucas usou termos relacionados à medicina, curas, doenças, etc., pelo menos trezentas vezes… Além disso, os comentários depreciativos de Marcos acerca dos médicos, em Marcos 5.26, são omitidos [em alguns manuscritos] no texto paralelo de Lucas 8.43”.
[7] Esse é o entendimento de antigos escritores como o autor do Prólogo Anti-Marcião de Lucas (175 AD) e Eusébio (História III:4.2). Veja-se Ibid.
[8] Veja-se METZGER, B. M., & United Bible Societies. A textual commentary on the Greek New Testament. London/New York: United Bible Societies,1994. p. 560.
[9] Cairns, Earle E. O cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã. São Paulo: Vida Nova, 1984. p. 97.
[10] Para uma discussão mais ampla, veja-se DUNN, J. D. G. The Epistles to the Colossians and to Philemon: A commentary on the Greek text. Grand Rapids; Carlisle: Eerdmans Publishing; Paternoster Press, 1996, onde é também discutida a hipótese da referida carta ser procedente de Laodicéia (τὴν ἐκ Λαοδικείας).
[11] Veja-se SPENCE-JONES, H. D. M. (Org.). The Pulpit Commentary: Colossians. Bellingham: Logos Research Systems, 2004. p. 215. A história da igreja fornece ainda a informação de que, entre os anos 300 e 400 AD, surgiu uma epístola apócrifa aos laodicenses. Por volta do século VIII, porém, esse documento foi repudiado por toda a igreja cristã (Cf. McNAUGHTON, I. S. Opening up Colossians and Philemon. Leominster: Day One Publications, 2006. p. 95).