Segunda, 09 de Dezembro de 2024
   
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Vontade de Tocar Piano

Pastoral

Algum tempo atrás, assisti a um filme belíssimo chamado O pianista. O roteiro foi baseado no romance autobiográfico de Wladyslaw Szpilman, um pianista judeu polonês que, de forma surpreendente, sobreviveu ao massacre nazista.

Não vou contar o que acontece no filme, mas, pelo menos uma cena, posso descrever sem estragar a expectativa de quem ainda não conhece a história. Trata-se do período em que Wladyslaw foi escondido por seus amigos num apartamento onde havia um piano. Ali ele ficou por várias semanas sem poder fazer barulho nenhum para não chamar a atenção dos demais moradores do prédio. Sua vontade de tocar piano era imensa. Contudo, ceder ao seu desejo era algo que poderia levá-lo à morte. Por isso, numa das cenas mais emocionantes, o filme mostra Wladyslaw correndo os dedos sobre as teclas do piano sem, contudo, pressioná-las.

É muito difícil pensar nesse episódio sem lembrar o ensino de Jesus de que quem quiser viver de verdade deve dizer não para si mesmo, para seus desejos, seus impulsos e paixões (Mt 16.24-25). É claro que o pianista do filme tinha que reprimir uma vontade nobre. A analogia, contudo, é válida, à medida que os desejos pecaminosos que querem nos dominar muitas vezes são até mais fortes do que o desejo de Wladyslaw de tocar piano. Além disso, assim como o pianista tinha de dominar seu desejo para viver, o mesmo ocorre com o crente: ceder aos seus impulsos vai trazer-lhe dor, humilhação e até morte.

O pianista do filme conseguiu superar tudo e só faleceu em 2000, quando já era bem velhinho. Sua lição de domínio próprio, contudo, nos serve de exemplo. Estamos todos cercados neste mundo por pianos que, se forem tocados, vão nos levar à ruína. Temos pressionado suas teclas?

Pr. Marcos Granconato
Soli Deo gloria

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