Quinta, 14 de Novembro de 2024
   
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A Origem da Lua

Segundo a lenda indígena brasileira, houve um tempo em que não existiam estrelas ou Lua, e a escuridão das noites impelia todos ao refúgio, em suas ocas, com muito medo. Certa vez, nasceu, na tribo, uma índia que era muito branca e, por ter uma beleza tão diferente, o resto da tribo a evitava. Sentindo-se só, ela começou a andar sozinha pelas noites, sem medo algum. Havia, porém, outra índia, escura, que invejava a destemida índia branca e, ao tentar passear uma noite, tropeçou em pedras e galhos, machucou-se e ficou muito assustada. Com muita raiva, ela pediu a uma cascavel para morder o calcanhar da índia branca para que ela envelhecesse, ficasse feia e fosse ainda mais desprezada. Todavia, chegado o momento do ataque, os pés da índia branca estavam calçados em conchas e os dentes da cobra se quebraram. A cascavel, então, amaldiçoou a índia branca que, surpresa, perguntou a razão do ataque. A serpente revelou o plano. Nesse momento, a índia branca percebeu que ela realmente não era querida em sua tribo e se entristeceu muito. Ao invés de tentar voltar para sua tribo, ela fez uma linda escada de cipós e pediu que sua amiga coruja a amarrasse no céu. A índia branca, então, subiu a escada e, ao chegar ao céu, tão exausta, dormiu em uma nuvem transformando-se num belíssimo astro redondo e iluminado, a Lua. Quando isso aconteceu, a índia escura olhou para a Lua e sua claridade a cegou. Com vergonha e medo, ela se escondeu com a cascavel em um buraco.

Igualmente folclóricas parecem ser as quatro teorias (evolucionistas) que existem no campo científico para a origem da Lua. Até o momento, porém, não há consenso entre os cientistas sobre uma teoria que pareça estar livre de dificuldades para ampla aceitação da comunidade científica. Este artigo abordará as principais objeções às quatro teorias ensinadas nas escolas.

Origem do pó: os evolucionistas dizem que o nosso Sol e seus planetas em órbita surgiram de uma grande nuvem de gás e poeira em rotação há, aproximadamente, 4,5 bilhões de anos (hipótese nebular). Todavia, se essa explicação estivesse correta, esperaríamos que a Lua fosse semelhante a uma mini Terra composta, essencialmente, pelos mesmos materiais. Ao contrário, a Lua é significativamente menos densa do que a Terra, havendo, segundo os cientistas, grande diferença entre o conteúdo de ferro de seus núcleos.

Origem de um “spin-off”: alguns dizem que a Terra, em sua forma primitiva, teve uma velocidade de rotação tão grande que parte dela “escapou” e se tornou a Lua (teoria da fissão). Todavia, como vimos acima, a Lua é significativamente menos densa do que a Terra e os cálculos indicam que a velocidade de rotação da Terra nunca seria alta o suficiente para que isso acontecesse. Ademais, há diferenças marcantes entre as rochas lunares e terrestres. Potássio e sódio são encontrados em abundância nas rochas terrestres, mas não na Lua. Por outro lado, as rochas lunares possuem significativamente mais alumínio, cálcio e tório. Outra objeção é que, se o “spin-off” tivesse ocorrido, esperaríamos que Lua orbitasse ao redor do equador da Terra, mas não é isso o que ocorre.

Origem de fora do Sistema Solar: alguns sugerem que a Lua deve ter se formado em outro lugar e, ao transitar pela nossa vizinhança espacial, passou perto o suficiente da Terra para ser capturada por sua gravidade (teoria da captura). Todavia, se isso fosse verdadeiro, esperaríamos que a Lua obedecesse a uma órbita alongada ao redor da Terra, semelhante à “esticada” órbita que o cometa Halley tem ao redor do Sol. O que constatamos, porém, é uma órbita lunar essencialmente circular.

Origem de um grande impacto: atualmente, é a teoria mais popular ensinada nas escolas. Seus defensores dizem que um planeta hipotético colidiu com a Terra e os detritos resultantes formaram a Lua. O alegado impacto é necessário para explicar as diferenças entre as rochas da Terra e da Lua, pois as altas temperaturas geradas pela colisão teriam evaporado elementos voláteis com o potássio e o sódio, ao passo que elementos resistentes ao calor, como o alumínio, cálcio e tório, teriam permanecido na crosta da Lua. Todavia, nessa teoria, apenas em parte o problema é resolvido, pois são as semelhanças (isotópicas) entre as rochas que não podem ser explicadas. Esperar-se-ia que a Lua, nesse modelo, fosse formada a partir da Terra e de parte do planeta impactante, de modo que a química das rochas da Lua fosse diferente da química das rochas da Terra com relação às suas “assinaturas isotópicas”. Mas, ao contrário do esperado, notavelmente, as relações isotópicas de oxigênio, ferro, hidrogênio, sílica, magnésio, titânio, potássio, tungstênio e cromo são praticamente idênticas nas rochas da Lua e da Terra — ao passo que são diferentes de outros corpos do sistema solar. Outro problema é que há crescente evidência de quantidades significativas de água no interior da Lua. Assim, se um impacto tivesse acontecido, seria de se esperar que o calor do impacto fizesse muito dessa água evaporar. Logo, essa grande quantidade de água cria dificuldades para os defensores da teoria do impacto.

Diante de tudo isso, nós, cristãos, encontramos na Palavra de Deus o testemunho do que realmente aconteceu quando a Lua surgiu, no quarto dia da criação. Sem o testemunho fiel de Deus, o ser humano, seja índio ou cientista, sempre buscará explicações espúrias para a criação que o cerca, recusando-se a se render ao criador. Semelhante ao destino da índia escura da lenda amazônica, olham para a criação e se tornam cegos, restando apenas o buraco escuro na companhia da serpente.

“Deus fez os dois grandes luminares: o maior para governar o dia e o menor para governar a noite; fez também as estrelas. Deus os colocou no firmamento do céu para iluminar a Terra, governar o dia e a noite, e separar a luz das trevas. E Deus viu que ficou bom” (Gn 1.16-18).

Ev. Leandro Boer

 

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