O Relacionamento entre o Crente e o Incrédulo
Muitas vezes, em sermões e estudos, eu afirmo que a amizade com o mundo é um péssimo sinal na vida do crente. Digo isso por causa do texto de Tiago 4.4, que declara: “Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.
Muita gente, porém, tem dificuldades para fixar os limites disso. A pergunta, então, que vários crentes levantam é a seguinte: A partir de que momento o relacionamento amistoso com um vizinho, um parente ou um colega incrédulo do trabalho ou da faculdade se torna a “amizade com o mundo” condenada tão ferozmente por Tiago?
Para dar resposta a essa pergunta, achei melhor mostrar o ensino bíblico mais amplo acerca do assunto. A conclusão a que se chega a partir da análise desse ensino é que as Escrituras estabelecem quatro diretrizes a serem seguidas no envolvimento do crente com o incrédulo.
São elas:
1. Seja amável e dócil com todos — O fato de não sermos deste mundo e o problema de o mundo nos odiar ou zombar de nós nunca pode servir de desculpa para a aspereza, a falta de educação ou a agressividade (2Tm 2.24-26; 1Pe 3.15-16).
2. Não se afaste totalmente — O isolamento completo dos incrédulos não é ensinado nem exigido na Bíblia (1Co 5.9-10 ensina que só devemos nos afastar totalmente dos que se dizem irmãos, mas se comportam de forma indecente ou estão em disciplina, cf. v.11). Porém, essa aproximação deve ser cuidadosa, preservando certos limites para que não ocorra o chamado “jugo desigual” (2Co 6.14).
3. Fuja depressa dos mais depravados — Há incrédulos marcados por um grau de depravação inaceitável. Dos tais temos que nos afastar por completo. Como saber quem são? A lista dessas pessoas está em 2Timóteo 3.1-5.
4. Não estranhe o rancor de muitos deles — Muitos incrédulos vão tomar a iniciativa de se afastar ao ver que você é crente. Haverá perseguição, desprezo, calúnias e zombaria. Não estranhe essas coisas, nem mude seu comportamento para tentar agradar os que agem assim (1Pe 4.12; 1Jo 3.13). Na verdade, essas pessoas são a prova de que o que Jesus disse em João 15.19 era verdade.
Os crentes genuínos não terão dificuldade alguma em observar essas diretrizes. Aliás, eles já o fazem, mesmo sem nunca tê-las aprendido de forma sistemática. O Espírito que neles habita os orienta e os incomoda quando algo não está funcionando bem nesse campo.
Se, por outro lado, essas orientações são praticamente impossíveis de você observar, cuidado! Talvez você se relacione tão bem com os descrentes pelo simples fato de ser apenas mais um deles.
Pr. Marcos Granconato