Eclesiastes 12.9-14 – A Razão de o Homem Temer a Deus
Depois de uma longa jornada de observação, avaliação e reflexão da vida, o Pregador chega ao fim do seu livro e oferece uma conclusão não apenas aplicativa, mas também atual e relevante, explicando a razão para ela. Como dito anteriormente, podemos dividir o capítulo 12 entre a urgência da mensagem (v.1-8) e a razão da mensagem (v.9-14) do escritor aos seus leitores. Assim, a razão do livro é apresentada na forma de uma bela conclusão que não apenas dá pleno sentido a toda a obra, como também demonstra que a aplicação do seu ensino é fundamental ao servo de Deus. Para tanto, o parágrafo final do livro exige dos leitores o temor a Deus, manifesto em obediência e baseado no juízo futuro, tornando possível o verdadeiro desfrute da vida.[1] Ele também demonstra que, apesar de as coisas na vida parecerem futilidades, a verdade que nunca passa é o fato de Deus ser sábio, justo e bom.[2]
A conclusão começa com um resumo de quem é e o que fez o escritor, provavelmente a fim de recordar suas credenciais para uma empreitada tão grande e ousada. Tais credenciais também servem para encorajar seus leitores a seguir seus ensinos, os quais mexem nos fundamentos e nas paixões da vida humana (v.9a): “Além de ser sábio, o Pregador também transmitiu conhecimento ao povo”. Muitos estudiosos do Antigo Testamento defendem que esse trecho, iniciado no versículo 9, seria o pós-escrito feito por um editor diferente do escritor original. Dizem isso pelo fato de o Pregador ser citado na terceira pessoa, como se fosse alguém falando de outro. Porém, isso não é incomum na Bíblia, visto que o mesmo ocorre nos casos de Moisés e João, nem na literatura secular, como se vê em escritos de Júlio César e Xenofonte.[3] Na verdade, pode-se notar que essa é uma prática comum dentro do próprio livro de Eclesiastes (1.1,2,12; 7.27; 12.8), não sendo, de modo algum, indicação de uma segunda autoria.
Assim, um dos propósitos do Pregador é se apresentar como um “sábio”, não porque isso não seja possível de perceber por meio das reflexões e conselhos que deu ao longo do livro, mas por causa da postura defensiva comum assumida por leitores e ouvintes que recebem uma exortação que tem o objetivo e o potencial de lhes corrigir os erros e transformar seu procedimento. Uma das ações defensivas frequentes de quem é impactado por tal mensagem e não quer lhe atender é desqualificar aquele que faz a exortação, como se ele não tivesse capacidade de falar de coisas tão profundas, tudo isso para se isentar de obedecer aos conselhos. Mas o Pregador lembra quem ele é, além de informar seu esforço em transmitir um pouco da sua sabedoria. O trecho “transmitiu conhecimento” quer dizer, literalmente, “ensinou conhecimento”, apontando seu esforço em instruir as pessoas com aquilo que ele aprendeu. Assim, não há, em sua capacidade ou sua tarefa didática, qualquer coisa que as desqualifiquem ou que isentem o leitor de tomar para si tais ensinamentos, ainda que mexam profundamente com sua vida.
Um dos argumentos utilizados por quem defende uma autoria não salomônica ― seja de livro todo ou apenas dessa conclusão ― é dizer que uma pessoa sábia não costuma dar tanto crédito a si mesmo, sendo essa uma ação orgulhosa se feita pela própria pessoa, mas cabível quando feita por outra pessoa, engrandecendo os ensinos de um sábio. Mas isso não ocorre sem propósito ou por razões de orgulho pessoal, mas a fim de dar, como dito antes, credibilidade ao seu ensino. O apóstolo Paulo fez o mesmo ao escrever a uma igreja que, em sua postura defensiva, viu vários de seus membros atacar a apostolicidade do escritor. Para tanto, ele diz à igreja de Corinto o seguinte: “Eu devia ter sido louvado por vós; porquanto em nada fui inferior a esses tais apóstolos, ainda que nada sou. Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais prodígios e poderes miraculosos” (2Co 12.11b-12). A motivação de Paulo, nesse momento, não é um sentimento de despeito ou arrogância, mas a defesa da mensagem que pregou. Ele faz o mesmo na carta às igrejas da Galácia a fim de invalidar os ataques que recebeu, os quais diziam que ele havia aprendido sua mensagem de outros homens e não diretamente de Cristo, como os demais apóstolos. Para tanto, ele afirma: “Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.11-12). Desse modo, não há razão para duvidar da autoria salomônica da conclusão do livro, mas sim entender a importância que toda a mensagem do livro tem com base na sua fonte.
O autor continua a apresentação das suas credenciais fornecendo a nós indícios claros de quem ele é (v.9b): “Ele avaliou meticulosamente as coisas, compondo muitos provérbios”. O verbo “avaliou” também pode ser traduzido como “ponderou” ou “pesou”. O advérbio “meticulosamente”, por sua vez, é fruto da interpretação de uma hendíadis[4] formada pelos verbos “avaliou e explorou”,[5] compondo uma figura de linguagem cuja intenção é enfatizar o nível e a profundidade da avaliação feita pelo Pregador. A expressão “as coisas” não está presente no texto hebraico e foi colocada aqui para auxiliar a compreensão do leitor. O fato é que não se trata de um homem comum, mas de alguém cuja sabedoria era conhecida pelos leitores originais. Além disso, essa capacidade o levou a compor “muitos provérbios”. Ao ouvir tal expressão, é claro que o primeiro nome que vem à mente é o de Salomão, ligado à autoria do livro de Provérbios. Esse livro teve edições posteriores, como indicado em Provérbios 25.1, que diz que “são também estes provérbios de Salomão, os quais transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá”. Mesmo dizendo se tratar dos dias de Ezequias, a fonte dos ensinos proverbiais ainda era “Salomão”, fazendo-nos associá-lo também à autoria de Eclesiastes, tendo em vista as palavras do final do versículo 9.
A próxima frase também fala das atividades do escritor, mas com uma intenção distinta (v.10): “O Pregador buscou encontrar palavras aprazíveis, mas escreveu honestamente palavras verdadeiras”. Muitas versões utilizam a conjunção “e” no lugar de “mas”, como se a ação expressa pelo verbo “escreveu” fosse complementar à ação “buscou encontrar” ― a mesma partícula hebraica pode ser traduzida como “e” e “mas”. Entretanto, o paralelo do versículo não parece apontar na direção da conjunção “e”. Na verdade, muitos manuscritos hebraicos, a versão siríaca e a Vulgata Latina ― que trazem a forma verbal do perfeito do Qal, ou a traduzem assim, em vez da forma do infinitivo ― separam as ações, as quais se contrapõem. Colocado assim, parece que o escritor tentou ser agradável em tudo que disse, mas nunca deixou que o desejo de ser simpático comprometesse a verdade. Ao contrário, ele foi honesto e verdadeiro, mesmo quando a verdade a ser dita era dura e expunha os lados mais sombrios e tristes da humanidade.
Trata-se de uma explicação semelhante à que Paulo deu, em 2Coríntios, depois de ter sido informado que sua carta anterior trouxe arrependimento à igreja, mas também trouxe grande tristeza. A eles o apóstolo diz: “Porquanto, ainda que vos tenha contristado com a carta, não me arrependo, embora já me tenha arrependido (vejo que aquela carta vos contristou por breve tempo), agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis” (2Co 7.8-9). É importante olhar para as atitudes de Paulo que se assemelham às do escritor de Eclesiastes, visto que não se questiona a autoria paulina de suas cartas ou suas motivações quando ele as descreve. Assim, as palavras do Pregador ― como as de Paulo ― não são “agradáveis” demais a ponto de serem desprovidas de “honestidade”. Se ele desse mais importância à forma que ao conteúdo, perderia o apoio de Deus. Pelo jeito, ele sabia que ser honesto e desagradável, ao mesmo tempo, é tolice, ao passo que ser agradável e desonesto é charlatanismo.[6]
Essa explicação continua no versículo seguinte, no qual o autor fala do caráter da sua tarefa como mestre e escritor (v.11): “As palavras dos sábios são como aguilhões e a sua coleção de ensinos é como pregos encravados ― dados pelo único pastor”. As palavras “aguilhões” e “pregos encravados” servem para descrever a intenção do Pregador. Os aguilhões eram varas pontiagudas usadas para dirigir um animal na direção correta, ferindo-o quando se desviava. Assim, podemos perceber que o propósito do livro de Eclesiastes não é levar os leitores ao desespero, mas pastoreá-los e conduzi-los à presença de Deus, corrigindo seus erros. Como Saulo de Tarso, podemos “recalcitrar contra os aguilhões”, lutando contra eles até acabarmos machucados, mas somos gratos pela dor temporal quando nos encontramos na segurança do aprisco de Deus.[7]
Quanto aos “pregos encravados”, muitas versões trazem a expressão “pregos bem-fixados”, dando a ideia de um ensino firme que não cai mediante as circunstâncias. É uma boa figura, mas parece destoar do paralelismo formado com os aguilhões que ferem. Vale dizer que o advérbio “bem” também não se encontra no texto hebraico, sendo fruto de interpretação e não de tradução. Ao que tudo indica, a ideia do escritor foi criar a imagem de um prego sobre o qual se pisa ou que fura alguma parte do corpo, ferindo o homem. Desse modo, essa frase equivaleria a dizer, atualmente, que “sua coleção de ensinos é como pedras no sapato” do leitor, pois não transmitem conhecimento sem fornecer a dor de uma pedra, de um prego ou de um aguilhão à alma daquele que vê seus valores e ambições serem desfeitos diante da sua futilidade e do julgamento futuro de Deus. O texto termina dizendo que todos esses conhecimentos foram “dados pelo único pastor”, frase que não é tão clara como gostaríamos, mas que eleva nossos olhos, inevitavelmente, em direção ao “Bom Pastor”, assim denominado pelo pai de Salomão (Sl 23.1), como fonte dos ensinos do Pregador. Deve-se notar que esse é mais um recurso utilizado por Paulo a fim de dar crédito aos seus ensinos e encorajar seus leitores a aprendê-los, dizendo: “Se alguém se considera profeta ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo” (1Co 14.37).
Tendo encarecido sua instrução, revelando, inclusive, sua origem divina, o escritor se preocupa agora com ensinos contraditórios que são ditos por toda parte (v.12a): “Quanto às coisas que forem além disso, meu filho, fique atento”. É como se ele dissesse que o que ensinou era a mais pura verdade, dado pela inspiração divina, e que qualquer coisa que contradiga tal verdade constitui uma potencial fonte de perigo ao servo de Deus, razão pela qual ele deve estar bem atento a fim de não cair em seus laços. O grande perigo dos ensinos falsos é que, normalmente, eles são bastante atrativos. Costumam apelar para a vaidade humana, para os desejos da carne, para a cobiça que o homem abriga e para sistemas de pensamento que iludem as pessoas, fazendo-as achar que fazem parte de uma nata intelectual, ou de um grupo de iniciados em um patamar superior do pensamento. Com capas bonitas e atraentes como essas, a mentira é um perigo real que tem arrastado boa parte da humanidade para o erro e a desgraça ― presente e futura. Eis a necessidade imperiosa que o servo de Deus tem de aprender as Escrituras e de pô-las em prática, fazendo delas seu escudo pessoal contra o erro e contra o desvio da verdade.
O tema é tão importante que o Pregador continua a falar sobre ele (v.12b): “Não há fim para a produção de livros e estudar demais é exaustivo para o corpo”. Mais uma vez, esse é um texto que serve aos ataques dos estudiosos voltados ao liberalismo, pois costumam dizer que isso não poderia ter sido escrito por Salomão, visto que ele mesmo escreveu muitos livros (1Rs 4.32-33) e por ser pequena a produção literária dos seus dias, se comparado a séculos posteriores. Entretanto, o versículo serve justamente ao propósito oposto, pois ninguém melhor que Salomão para falar dos benefícios e dos cansaços causados pela busca aprofundada do conhecimento e pelo registro de tudo que se descobre ― obra essa que nunca atinge seu fim, pois sempre há mais a descobrir e registrar. Não que seja errado buscar conhecimento e transmiti-lo ― temos os livros de Eclesiastes, Provérbios e Cantares porque Salomão se dedicou justamente a isso. Mas há um preço a se pagar por tal atividade e o Pregador o cita algumas vezes. A palavra hebraica traduzida aqui por “exaustivo” tem o significado de “fadiga, desgaste e esgotamento”,[8] coisas que transparecem em alguns pontos do livro (Ex.: 1.8,13,17,18).
Mas a intenção do autor aqui não parece ser a de se lamentar pelo enfado e decepção obtidos no processo de descoberta dos fatores ligados à vida e à existência de tudo. A primeira parte dessa admoestação parece ter o significado de “não tente ir além das palavras sábias acima mencionadas” ou “contente-se com meus conselhos, pois eles serão suficientes para sua instrução”.[9] Novamente é preciso dizer que não é errado buscar conhecer as verdades complicadas e os mistérios ocultos. A motivação do Pregador, porém, parece ser a de ensinar que as verdades básicas para o desfrute de uma vida feliz e para o bom serviço prestado ao redentor divino são mais simples que os grandes mistérios e que qualquer pessoa pode aprendê-las, não sendo exclusividade de eruditos.
Sem mais rodeios, Salomão vai ao ponto pelo qual escreveu todo o livro (v.13): “A conclusão de tudo que você ouviu é: teme a Deus e guarde seus mandamentos, pois isso deve ser feito por toda a humanidade”. Depois de tanto versar sobre assuntos complexos e profundos, a conclusão que o escritor oferece é que o segredo da vida é adorar e obedecer a Deus.[10] Não se trata de um relacionamento cujos moldes são escolhidos e determinados pelos homens, mas pelo próprio Senhor, razão pela qual ele deve ser temido, em reverência e adoração, e também obedecido, em fidelidade e sujeição. A segunda parte do texto produz a ideia de que obedecer a Deus é ser verdadeiramente humano. Ao longo do seu livro, o Pregador investigou a situação da humanidade. Agora, surpreendentemente, ele afirma que a verdadeira humanidade não consiste de sua mortalidade ou ignorância, mas de sua dependência de Deus. No entanto, a conclusão não é inesperada. Ela não apenas flui naturalmente de tudo que foi dito antes, mas é a conclusão do que foi ensinado em Gênesis 2 e 3: a humanidade tentou ser como Deus ao desobedecê-lo, mas, em vez disso, perdeu aquilo que a tornava verdadeiramente humana.[11]
Alistado esse simples segredo, o autor não se furta de indicar a razão para seguir tal conclusão (v.14): “Pois Deus julgará todos os feitos, incluindo aqueles que são ocultos, tanto os bons como os maus”. Em Eclesiastes 11.9, o Pregador falou do juízo divino e a frase utilizada aqui é quase idêntica, fornecendo, mais uma vez, a razão para obedecer a Deus. Isso pode ser notado por meio do uso da conjunção “pois”.[12] Ela liga o conselho de temor e obediência a Deus ao juízo futuro, deixando claras as consequências negativas para aqueles que são resistentes e rebeldes a essa mensagem. A obscuridade de certos atos, sentimentos e propósitos não será suficiente para proteger as pessoas do escrutínio divino, que vê tudo, “tanto os bons como os maus” feitos. E ao dizer que “todos os feitos” serão julgados, ele demonstra não haver tempo de prescrição para pecados.
Assim, a única solução para os pecados e iniquidades que separam o homem de Deus é o perdão obtido por meio da fé no redentor, sendo esse o único caminho para ser considerado justo na presença do Senhor, justificado pelos méritos da pessoa e da obra do salvador Jesus Cristo. Se a existência humana é marcada por tanta futilidade, transitoriedade, falta de sentido e mortalidade, em Cristo todos esses males são revertidos em uma existência que nunca terminará ― a vida eterna ― e em meio a valores que jamais passarão, perecerão ou se modificarão, baseados na perfeição divina. Em Jesus, a vida assume um verdadeiro e bom sentido, permitindo aos seus servos, crentes em seu nome, que desfrutem da eternidade, mas que também desfrutem da vida presente, começando agora mesmo sua vida sem fim, sustentada por seu salvador. E quanto a você? Vai continuar buscando os valores passageiros e decepcionantes do mundo ou vai buscar o único que pode encher sua vida de significado e alegria: Jesus Cristo? Nessa pergunta não há nenhuma futilidade. Na verdade, trata-se de uma pergunta que vale a eternidade. Trata-se do caminho que vai acima do céu.
Pr. Thomas Tronco
[1] Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2006, p. 570.
[2] Waltke, Bruce K.; O’Connor, M. Introdução à Sintaxe do Hebraico Bíblico. São Paulo: Cultura Cristã, 2006, p. 1065.
[3] Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. “Eclesiastes: Uma Análise Introdutória”. Vox Scripturae. Vol. IV, nº 2. São Paulo: Vida Nova, 1994, p. 157.
[4] Hendíadis é um recurso literário no qual um mesmo conceito é formado por duas palavras (cp. comentário de 9.11).
[5] The NET Bible. First Edition. Biblical Studies Press: www.bible.org, 2006, [Ec 12.9 – nota 32].
[6] Eaton, Michael A; Carr, G. Lloyd. Eclesiastes e Cantares: Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 2006, p. 161.
[7] Winter, J. Opening Up Ecclesiastes. Opening Up Commentary. Leominster: Day One Publications, 2005, p. 153-154.
[8] Schökel, Luiz Alonso. Dicionário Bíblico Hebraico-Português. São Paulo: Paulus, 1997, p. 264.
[9] Spence-Jones, H. D. M. (Ed.). Ecclesiastes. The Pulpit Commentary. London: Funk & Wagnalls: 1909, p. 305.
[10] Brown, Raymond. Entendendo o Antigo Testamento. São Paulo: Shedd, 2004, p. 121.
[11] Garrett, D. A. Proverbs, Ecclesiastes, Song of Songs. The New American Commentary. Vol. 14. Nashville: Broadman & Holman Publishers, 1993, p. 344.
[12] Ogden, G. S.; Zogbo, L. A Handbook on Ecclesiastes. UBS Handbook Series. New York: United Bible Societies, 1998, p. 443.