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Eclesiastes 9.1-10 – Como Viver com a Certeza de que Vai Morrer

 

Tendo recapitulado vários assuntos que analisou na primeira parte do livro sob a perspectiva das coisas debaixo do Sol, Salomão recapitula, agora, o tema do destino compartilhado por justos e injustos, sábios e tolos — a saber, a morte (cf. 2.12-17). Como tem feito na segunda metade de Eclesiastes, o Pregador analisa o mesmo tema, já visto anteriormente, da triste perspectiva do homem existencialista e materialista, acrescentando a visão das coisas acima do céu, pela qual o servo de Deus deve guiar sua jornada no mundo debaixo do Sol.

Havendo versado sobre a relação nem sempre correta com as autoridades e por parte das autoridades (8.1-9) e sobre a questão das injustiças na vida (8.10-17), o escritor mais uma vez se aplica à reflexão de um tema contundente, o destino das pessoas (v.1a): “Então, apliquei minha mente a tudo isso a fim de chegar a uma conclusão: concluí que os justos, os sábios e as suas obras estão nas mãos de Deus”. É relevante que o seu interesse, nesse campo, esteja sobre o destino dos “justos” e dos “sábios”. Normalmente, esperaríamos vê-lo antepor os justos aos injustos e não isolar apenas os bons. Mas é justamente com esses que ele se preocupa aqui, sendo eles também os alvos dos seus conselhos sábios a fim de viver em um mundo cheio de contradições e sofrimentos. É certo que, adiante, ele fará a comparação entre os justos e os injustos, mas com finalidades didáticas, tendo como objetivo solucionar a questão do sofrimento e do destino dos justos.

Uma das acusações feitas à teologia bíblica diante do mal que existe no mundo é que um Deus bom e soberano jamais permitiria que o justo sofresse. A conclusão a que alguns chegam, então, é que Deus ou não é bom ou não é soberano — normalmente, as pessoas preferem dizer que Deus não age com soberania sobre a história para deixar o homem tomar suas decisões livres. Entretanto, o Pregador leva o problema da teodiceia em uma direção surpreendente, pois demonstra crer que a aparente injustiça no mundo é prova da soberania divina e não o contrário. Para ele, ninguém pode obter, por meio de atos justos, controle sobre Deus ou forçar suas bênçãos. É preciso reconhecer que tudo está nas mãos do Senhor.[1] Desse modo, o escritor afirma que “os justos, os sábios e as suas obras estão nas mãos de Deus”. Nada acontece com eles por acaso ou por má sorte. Tampouco suas obras são desconsideradas ou tornadas irrelevantes. Nada disso! O Senhor conhece muito bem cada pessoa e o modo como ela vive diante dele.

Ao dizer isso, o autor também tira das mãos dos seres humanos o controle dos seus destinos, de modo que não podem dirigi-lo nem prevê-lo (v.1b): “Não há quem saiba se é amor ou ódio que os esperam adiante”. As palavras “amor” e “ódio” se referem, respectivamente, ao favor e ao desfavor divino, como se dissessem que “não há quem saiba se é alegria ou sofrimento que os espera”. Isso quer dizer que o desfrute da vida, aqui ordenado pelo escritor (v.7-9), é, em última análise, uma dádiva de Deus, o qual escolhe quem irá aproveitar esse desfrute e quem não irá.[2] Para o homem existencialista, que não crê no Senhor, essa informação de nada vale, pois ignora o controle divino sobre sua vida. Mas para o homem que teme a Deus, essa informação vale ouro, pois lhe garante que, independente do que o aguarda, o controle soberano do Senhor agirá segundo seus santos propósitos, sabendo diferenciar “justos” de injustos, “sábios” de tolos e as “obras” de cada um deles, ainda que vivam sob as mesmas limitações. Em outras palavras, sejam “amor ou ódio que os esperam adiante”, os servos do Senhor sabem que seu destino é controlado completamente pelas “mãos de Deus”, ou seja, por seu domínio soberano. Essa visão pode não impedir o sofrimento diário e, certamente, não evita a morte, mas ajuda o servo de Deus a atravessá-los com a visão correta e com a devida dependência do Senhor.

Tendo garantido isso aos justos e sábios, o autor passa à análise crua dos fatos da existência humana (v.2): “O mesmo destino ocorre a todos eles, o justo e o ímpio, o bom e o mal, o puro e o impuro, os que apresentam sacrifício e os que não apresentam sacrifício, o que age bem e o pecador, o que presta juramento e o que teme jurar”. O “mesmo destino” aqui é a morte em si e nada tem a ver, nesse ponto, com a vida depois dela. Se isolado, esse texto contém uma mensagem desanimadora, pois iguala o “justo” ao “ímpio”, o homem de “bom” caráter ao homem “mau”, a pessoa de procedimento “puro” àquela que vive em pecado de modo “impuro”, os servos que cultuam a Deus com seu “sacrifício” àqueles que não prestam qualquer culto ao Senhor — o “sacrifício” era um dos meios do culto a Deus, segundo a aliança mosaica vigente ainda nos dias do Pregador. O texto também nivela o indivíduo que “age bem” àquele que não esconde o fato de ser um “pecador” crônico, e aquele que “presta juramento” e cumpre o que jurou àquele que “teme jurar”, pois se trata de alguém que não quer se comprometer. A preocupação principal do homem que “teme jurar” não é faltar com a palavra de um juramento, mas ter de se envolver na prática de cumpri-lo. Ele não tem tanto apreço por sua palavra como tem por sua independência. Olhar para tudo isso não produz uma sensação agradável ao servo de Deus, justamente por ser igualado aos homens ímpios no desfecho final de suas vidas.

Porém, o texto não os nivela em dignidade, caráter ou valor, mas os iguala no seu destino final neste mundo (v.3a): “Este é o mal que há em tudo que ocorre debaixo do Sol: o mesmo acontece a todos”. O “mesmo” destino que “acontece a todos” é a morte. O justo não pode evitá-la mais que o ímpio e essa é a visão que parece contraditória ao observador. Ele pode se perguntar: “Que vantagem tem o sábio sobre o tolo?” (6.8). Nesse ponto, o escritor contrasta a ignorância do homem a respeito do desenrolar da sua vida (v.1) com a certeza do seu fim, na morte.[3] O que ele queria saber, não sabe, e o que gostaria de evitar, não pode. Ninguém pode evitar esse fim (v.3b): “Do mesmo modo, o coração dos homens está cheio de maldade e seu íntimo cheio de tolice durante sua vida, até que morram”. O sábio e o justo são lembrados que eles e os injustos compartilham, também, a natureza pecaminosa, apesar de terem diferentes visões e crenças a respeito de Deus e do relacionamento com ele. Esse fato é inegável e inevitável, mesmo para a pessoa que teme ao Senhor. O trecho “até que morram” quer dizer “e depois eles morrem”, tendo a intenção de apontar para as mesmas contingências na vida do pecador, assim como o destino, que é igual a todos.

Até aqui, o Pregador recapitulou o problema do destino dos homens, sejam justos ou injustos. Entretanto, ele tem informações preciosas a transmitir a respeito da perspectiva correta pelas pessoas quem temem a Deus e que querem viver de modo sábio, honrando seu redentor. Para tanto, o autor retorna seus olhos da morte e os coloca sobre a vida (v.4): “Para quem está entre os vivos há esperança, pois até um cachorro vivo é melhor que um leão morto”. Ao dizer que para “os vivos há esperança”, ele quer ensinar que os vivos têm condições de assumir atitudes sábias enquanto é tempo, antes que a morte os leve do mesmo modo que os ímpios. Na introdução da comparação entre o “cachorro vivo” e o “leão morto” há, em hebraico, uma preposição enfática que dá ao texto uma conotação asseverativa, como se dissesse: “Realmente, até um cachorro vivo é melhor que um leão morto”.[4] Significa que ele tem certeza de que a vida é melhor do que a morte, porque algo é melhor do que nada. Devemos fazer o melhor que podemos agora.[5] Por isso, a comparação desenha um bom e didático quadro que enfatiza o valor de agir a tempo, independente das limitações que se enfrente, assim como é melhor ser um mísero cão “vivo” que um feroz predador “morto”.

A visão correta sobre a morte não é olhar para ela, mas para a vida que transcorre antes dela (v.5): “Pois os vivos sabem que vão morrer, mas os mortos não sabem coisa alguma e nem há recompensa para eles, pois sua memória foi esquecida”. Deve-se, mais uma vez, perceber que o escritor está olhando a existência “debaixo do Sol” (v.6) e não a vida após a morte. Sua intenção é comparar a vida do vivo com a ausência de vida no morto. Por isso, afirma que os “vivos sabem que vão morrer”, mas não rende a esse conhecimento o resultado pessimista advindo da reflexão, mas sim a ideia de que o vivo é capaz de conhecer as coisas e utilizar seu raciocínio. Ele compara o fato de o vivo poder pensar com a realidade dos mortos que “não sabem coisa alguma e nem há recompensa para eles”. Sua vida acabou e eles não participam mais do mundo e dos interesses dos vivos. Com o passar do tempo, até “sua memória foi esquecida”, algo que o escritor já destacou antes com cores mais sombrias (2.16). Entretanto, enquanto, antes, ele demonstrou como essa visão tira a esperança do homem existencialista, aqui o escritor usa tal informação para encorajar os sábios a olhar para suas vidas como bênçãos que devem ser aproveitadas agora e não como algo a se viver lamentando por seu inevitável fim.

Salomão também aborda a questão dos sentimentos, e não apenas dos pensamentos, a fim de trabalhar posteriormente na ideia de que o sábio deve valorizá-los (v.6): “Já pereceu tudo que eles amaram, odiaram e invejaram e eles não têm mais parte nas coisas que ocorrem debaixo do Sol”. Os verbos amar, odiar e invejar têm, juntos, uma conotação certamente negativa, apontando para as paixões desenfreadas do ser humano e suas frustrações por não conseguir saciar todos os seus anseios. Porém, não é por isso que o autor os cita, mas para destacar que os mortos não têm mais sentimentos e as coisas ou pessoas que lhes causaram tanto impacto não causam mais. É como se dissesse aos seus leitores: “Vocês vão esperar até isso acontecer pra valorizarem as dádivas que têm agora? Vocês irão aguardar até se acabarem todas as possibilidades de desfrutar a vida?”. É como colocar alguém diante de um cadáver e dizer: “Quer ser igual a ele?”. A intenção do escritor é, mesmo, chocar um pouco o leitor, fazendo-o perceber que os mortos “não têm mais parte nas coisas que ocorrem debaixo do Sol”, enquanto ele tem. A frase “debaixo do Sol” confirma que os versículos precedentes têm em vista a perda irreparável da vida terrena e a perspectiva que leva em conta apenas as coisas visíveis e palpáveis.[6]

Desse modo, o conselho dado, em uma forma imperativa, é que os homens aproveitem as coisas que têm diante de si para serem usufruídas (v.7): “Vai e come o seu pão com alegria e bebe o seu vinho com gosto, pois Deus aprova tais atos”. A expressão “com alegria” também pode ser traduzida como “com satisfação”, enquanto a expressão “com gosto” significa “com um bom coração”, fazendo referência ao prazer no coração. Esses sentimentos positivos diante da comida e da bebida apontam para as afirmações do escritor que dizem que “não há nada tão bom para o homem como comer, beber e fazer sua alma ver o fruto do seu trabalho” (2.24a), que “não há nada tão bom para o homem que se satisfazer e desfrutar de felicidade durante sua vida (3.12)” e que “não há nada tão bom para o homem que se alegrar em seus feitos, pois essa é a sua recompensa (3.22a)”. Entretanto, o homem só consegue alcançar tal desfrute quando percebe “que tais coisas vêm da mão de Deus” (2.24b), sendo dadas por ele e não galgadas pelo esforço humano. A simples compreensão de que tais prazeres foram dados para alegria e satisfação do homem exclui o ascetismo, enquanto o fato de serem dados por Deus exclui o hedonismo pecador.[7]

A parte que traz perplexidade a muitos exegetas é a declaração de que “Deus aprova tais atos”, ou, em traduções literais, que “Deus já aprovou suas obras”. Há quem diga que essa é uma declaração muito próxima do ensino de Paulo a respeito da justificação, no qual o escritor estaria dizendo que o Senhor, por aprovar os que são justificados pela fé, aprova também o que eles fazem, tanto o que é bom, como fruto da sua transformação, como o que é mau, por ter sido devidamente castigado e perdoado na cruz de Cristo. Trata-se de um conceito interessante e verdadeiro. Contudo, devemos nos perguntar se era isso mesmo que o autor tinha em mente ao escrever tais palavras, pois a retroleitura[8] de mensagens clarificadas apenas no NT, como se estivessem já presentes de modo avançado no AT, normalmente promove confusões hermenêuticas. Com isso em foco e olhando melhor para o texto, é possível perceber que as obras aprovadas por Deus não têm a ver com o que a pessoa faz na vida, mas especificamente com os atos citados de comer “o seu pão com alegria” e beber “o seu vinho com gosto”. O texto, na verdade, está afirmando que Senhor já aprovou expressamente a ideia de que esse desfrute concedido por sua graça é o que ele quer ou pretende para seus servos. Podemos também dizer: “Deus está a favor disto” — nesse caso, “isto” se refere a comer e beber com alegria. Uma tradução mais livre poderia ser “isto é o que Deus pretendia” ou “isto é o que Deus planejou para você”.[9]

Nesse mesmo tom de alegria, o Pregador diz que essa satisfação deve transcender as refeições e acompanhar os servos de Deus aonde forem (v.8): “Que suas roupas sejam sempre brancas e que não falte óleo sobre a sua cabeça”. A segunda parte do versículo não traz grandes desafios ao intérprete, já que é bem-conhecido e documentado o uso de óleos aromáticos na cabeça como forma de transmitir boa aparência, bom ânimo e um estado de alegria e saúde, da mesma forma que a ausência dessa unção com óleo transmitia a ideia de tristeza, luto e sofrimento (Rt 3.3; 2Sm 14.2; Dn 10.3; Am 6.6; Mt 6.17; Lc 7.46). A parte mais complicada de se compreender é a primeira, que instrui a usar “roupas” que “sejam sempre brancas”.

Há quem diga que roupas brancas simbolizavam alegria, apresentando como prova o fato de Mordecai ter comparecido diante do rei com “veste real azul-celeste e branco” na ocasião em que “a cidade de Susã exultou e se alegrou” pelo salvamento do povo judeu (Et 8.15). Entretanto, além de a descrição das vestes de Mordecai não se limitar à cor branca, o texto também informa que ele utilizava um “manto de linho fino e púrpura”, de modo que essa não parece ser uma prova conclusiva sobre o significado das vestes brancas. Referências frequentes a roupas assim surgem no livro de Apocalipse (Ap 3.4,5; 7.9,13,14; 19.8,14), as quais também não servem de grande base para tratar o tema, dado seu contexto. Contudo, a presença do óleo sobre a cabeça na segunda parte do texto ajuda a entender as vestes “brancas”, da primeira parte, como uma aparência que transmite alegria e bem-estar, em vez de luto e pranto.

Por fim, a última instrução desse texto tem a ver com o relacionamento conjugal (v.9a): “Desfrute a vida com a mulher que você ama todos os dias da sua vida de futilidades que Deus lhe deu debaixo do Sol — todos os seus dias de futilidades”. Segundo o escritor, a presença e o desfrute da pessoa amada é mais uma dádiva de Deus para ser aproveitada pelo sábio antes que a morte chegue. Na verdade, isso reflete a própria avaliação de Deus de que “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18), razão pela qual Deus fez “a mulher e a trouxe” ao homem (Gn 2.22), instruindo a humanidade a se unir em casais formados pelo “homem e sua mulher” (Gn 2.25), tornando-se “os dois uma só carne” (Gn 2.24). Esse sentimento amoroso pode não explicar o sentido da vida, mas dá à existência um sentido que ela não teria a não ser pelo desfrute dessas bênçãos.[10]

O trecho que apresenta um tipo de repetição, diferente apenas pela ausência da palavra “vida”, que diz “todos os seus dias de futilidades” — também usada em 6.12 —, não consta de traduções gregas antigas e de alguns manuscritos hebraicos medievais.[11] Isso pode indicar que ele foi equivocadamente inserido no texto hebraico presente, ou que foi omitido por engano em algumas cópias e em traduções gregas. Contudo, isso não causa diferenças no sentido da frase. Se esse trecho não estava presente na frase escrita por Salomão, nenhum sentido é retirado da construção da ideia, já que ela continua presente algumas palavras atrás. Por outro lado, se o escritor, de fato, acrescentou tais palavras, quis apenas dar ênfase a algo já dito: que a vida do homem é passageira, opção que parece preferível. Isso se coaduna bem com a justificativa para tal instrução (v.9b): “Pois essa é a sua recompensa na vida pelo trabalho em que você se afadigou debaixo do Sol”. A expressão “trabalho em que você se afadigou debaixo do Sol” — também usada em 5.18 — põe em relevo a dureza que o homem enfrenta em seus afazeres, os quais são recompensados por meio do amor da pessoa amada e de um relacionamento familiar saudável como Deus planejou dar aos seres humanos, durante seu período de vida.

Com tais recompensas — o prazer nos frutos do trabalho (v.7), uma vida não presa às dificuldades cotidianas (v.8) e o prazer e segurança de um relacionamento conjugal bem-estruturado (v.9) —, o homem pode encarar o próprio trabalho de outra maneira (v.10): “Tudo que estiver ao alcance da tua mão para fazer, faça com empenho, pois na sepultura, para onde você vai, não há obra, projeto, conhecimento ou sabedoria”. Surpreendentemente, o trabalho, tema frequentemente apresentado na primeira parte do livro como fonte de aflição, dor e irritação (1.3,13; 2.23; 3.9,10), é visto agora como um objetivo a ser vencido com garra e dedicação. A ordem “faça com empenho” quer dizer, literalmente, “faça com sua força”, querendo transmitir o conceito de que é para ser feito sem reservas e sem economizar energias. Novamente, a justificativa é a de que é durante a vida que se podem fazer trabalhos, planejar objetivos, atuar positiva e produtivamente com o conhecimento que se obteve e demonstrar sabedoria ao dar a tudo seu devido valor.

Se na primeira parte do livro de Eclesiastes, o Pregador demonstrou que a consequência da perspectiva puramente “debaixo do Sol” é levar o homem ao desprazer com a vida e à falta de sentido diante da morte, ele agora apresenta o oposto. A perspectiva dos valores acima do céu vê a morte com um encorajamento para servir Deus agora com sabedoria, aproveitando as bênçãos e dádivas que ele mesmo dá. Em outras palavras, a incerteza da vida e a certeza da morte devem levar o sábio a desfrutar sua existência sob os parâmetros divinos.[12] O temor do Senhor e a certeza de que “os justos, os sábios e as suas obras estão nas mãos de Deus” (v.1) podem dar novas lentes às pessoas e fazê-las ver a vida de modo diferente, com valores e significados vindos do próprio Senhor. A questão é saber: você, pela fé em Jesus Cristo, já pode ser chamado de “justo” diante de Deus? Você tem vivido como um “sábio” perante aquele que lhe tem abençoado?

Pr. Thomas Tronco

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[1] Garrett, D. A. Proverbs, Ecclesiastes, Song of Songs. The New American Commentary. Vol. 14. Nashville: Broadman & Holman Publishers, 1993, p. 330.

[2] Eichrodt, Walter. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2004, p. 1073-1074.

[3] Walvoord, J. F.; Zuck, R. B. The Bible Knowledge Commentary: Old Testament. Colorado Springs: David C. Cook, 1983, p. 998.

[4] Waltke, Bruce K.; O’Connor, M. Introdução à Sintaxe do Hebraico Bíblico. São Paulo: Cultura Cristã, 2006, p. 211-212.

[5] Winter, J. Opening Up Ecclesiastes. Opening Up Commentary. Leominster: Day One Publications, 2005, p. 120.

[6] Eaton, Michael A; Carr, G. Lloyd. Eclesiastes e Cantares: Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 2006, p. 134.

[7] Zuck, Roy. Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 327.

[8] Tradução do inglês backread, que significa interpretar o que se leu anteriormente à luz da experiência ou conhecimento posterior.

[9] Ogden, G. S.; Zogbo, L. A Handbook on Ecclesiastes. UBS Handbook Series. New York: United Bible Societies, 1998, p. 331.

[10] Merrill, Eugene. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Shedd, 2009, p. 606-607.

[11] The NET Bible. First Edition. Biblical Studies Press: www.bible.org, 2006, [Ec 9.9 – nota 27].

[12] Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2006, p. 574.

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